O telejornal Xingu 230 entrou no ar no início de 2017. O autor da ideia, Bruce Whayne Gomes de Souza, tem nome de super-herói de história em quadrinhos — o Batman — embora o pai, apaixonado por filmes de faroeste, tenha se inspirado em outros dois personagens para registrá-lo: Bruce Lee e John Wayne. Por ser exclusivamente online, o “Xingu 230” não está confinado geograficamente à cidade de Altamira, como as televisões locais, e se propõe a alcançar todos os municípios da região da Transamazônica e Xingu.
Whayne é proprietário da agência Mania Publicidade, de onde o jornal é transmitido. Ele disse que decidiu lançar o produto por sugestão dos clientes da agência. “A população não já assiste tanto a televisão aberta. A maioria dos que trabalham aproveita a horário do almoço para fazer compras ou ir a banco, e não fica na frente na TV. Os anunciantes perceberam isso e quiseram investir na internet”, diz.
O jornal tem custo fixo de R$ 8 mil por mês, coberto com a receita de comerciais locais e permutas. A prefeitura é um dos anunciantes. A jornalista Karina Pinto acumula as funções de apresentadora e repórter.
Para obter conteúdo informativo, já que a equipe própria conta com apenas uma repórter e um cinegrafista, o empresário fez parcerias com emissoras de rádios, com televisões e com jornalistas autônomos de municípios vizinhos. Segundo ele, a audiência é maior pelo celular. O diferencial do “Xingu 230” está nas transmissões dos debates na câmara municipal e das audiências públicas.
Whayne pretende lançar a versão impressa do “Xingu 230” em 2020, e calcula que a receita com a publicação obrigatória de editais e de avisos de licitação seria suficiente para cobrir os custos do impresso. Seu projeto prevê começar com um semanário e evoluir para diário. “A internet não mata o impresso, porque as pessoas gostam de ler as notícias no papel”, diz.
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Elvira Lobato é jornalista.