Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Marinho explica como a
Globo está saindo da crise


Leia abaixo os textos de sexta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Valor Econômico


Sexta-feira, 21 de julho de 2006


REDE GLOBO
Heloisa Magalhães


Globo antecipa pagamento de dívida de US$ 200 milhões


‘As Organizações Globo conseguiram superar rapidamente a crise financeira que enfrentaram há quatro anos. Em comunicado feito ontem [quinta, 20/7] ao mercado, o grupo anunciou o pagamento antecipado, a ser feito em 20 de outubro, de US$ 200 milhões da dívida. Com isso, o endividamento do grupo, que já foi de US$ 1,9 bilhão, deverá cair para US$ 650 milhões e para pagamentos a longo prazo.


A dívida atual é formada por US$ 325 milhões em bônus perpétuos, negociados no primeiro trimestre deste ano e colocados na Ásia e Europa, uma das últimas de bônus brasileiros negociadas até agora este ano. Essa dívida não tem prazo de vencimento, podendo ser paga a partir de 2009, dentro de um planejamento adequado às necessidades da empresa. O restante, outros US$ 325 milhões, refere-se principalmente a dívidas bancárias no Brasil, em reais e em dólar. Vencem em 2012, porém sem as garantias fixadas atualmente.


Os US$ 200 milhões vieram de duas fontes: uma delas é um colchão de US$ 110 milhões, criado em julho de 2005, que foi reservado como emergência. US$ 90 milhões vieram do caixa da empresa.


‘Isso significa que reduzimos nossa dívida e a tornamos compatível com nossa geração de caixa, tanto a curto como a longo prazo, ficando liberadas garantias que poderiam limitar as atividades de nossos negócios no futuro’, disse ao Valor o presidente-executivo das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho. Entre essas garantias estava o Projac, o centro de produção da Rede Globo, que agora fica liberado. A dívida torna-se compatível com o fluxo de caixa e fica abaixo de um na relação entre dívida líquida e lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (lajida). Em 2005, a Globo Comunicação e Participações – resultado da fusão entre a Globopar e a TV Globo – registrou uma receita líquida de R$ 5,6 bilhões e lajida de R$ 1,4 bilhão. O lucro líquido foi de R$ 1,9 bilhão.


O empresário explicou que foi feito um grande esforço, nos últimos quatro anos, para reequacionar a estrutura de capital e pagar a dívida. O grupo passou por quatro fases: ‘Na primeira, enfrentamos em 2002 um período extremamente crítico de recessão econômica, aliada à hipervalorização cambial, que nos levou a uma crise de liquidez, já que havíamos nos endividado em dólar para financiar o crescimento de alguns de nossos negócios, principalmente de cabo e satélite. Vendemos uma série de ativos da família, como participações minoritárias em algumas afiliadas de televisão, imóveis e outros, num total de R$ 426 milhões, usando tudo para capitalizar as empresas e quitar dívidas. Como isso não foi suficiente, tivemos que chamar os credores para negociar’, disse.


A segunda fase foi a de renegociação da dívida, entre outubro de 2002 e julho de 2005. ‘Passamos quase três anos trabalhando para concluir o acordo de reestruturação do nosso débito de US$ 1,9 bilhão. Procuramos minimizar os ‘haircuts’, os efeitos negativos para os diversos credores, ao mesmo tempo em que buscamos alongar prazos e garantir nossa capacidade operacional. Para diminuir essa dívida e viabilizar o acordo, a empresa vendeu diversos ativos importantes, como parte das nossas ações na Net e na Sky’, disse.


Segundo Roberto Irineu, quando foi fechado o acordo há exatos doze meses, a dívida do grupo estava em US$ 1,5 bilhão, organizada em tranches que atendiam às necessidades dos diferentes tipos de credores, bancos estrangeiros, bancos nacionais e debenturistas. A taxa média dos títulos antes da reestruturação era de 10,4% ao ano, e esses investidores que permaneceram com os papéis acabaram tendo em média 8,42% ao ano de retorno em dólares. ‘Quem confiou em nós e manteve seus ‘bonds’ obteve uma remuneração bastante satisfatória’, disse.


Na terceira fase, no último ano, foi iniciada uma política de pré-pagamento da dívida renegociada, usando recursos da venda de alguns outros ativos e da própria geração de caixa, fruto do aumento da eficiência operacional das empresas e do câmbio favorável. Foram pré-pagos US$ 700 milhões e refinanciados US$ 325 milhões, trocados por bônus perpétuos, chegando a uma dívida de US$ 850 milhões.


Na quarta fase, que as Organizações Globo entram agora, o previsto é o pagamento integral das Notas A e B em 20 de outubro. Assim, o endividamento do grupo ficará em aproximadamente US$ 650 milhões.


O presidente das Organizações Globo explicou que em paralelo a essa trajetória foi também saneada a estrutura de capital da Infoglobo, o ramo de negócios de jornais, entre os quais o ‘Valor Econômico’, cujo controle é dividido em partes iguais com o grupo Folha da Manhã, que edita a ‘Folha de São Paulo’.


‘A Infoglobo teve sua dívida reestruturada também em 2002 e acaba de refinanciar seu débito, que foi alocado apenas a bancos brasileiros, com taxas e prazos bem mais adequados ao seu fluxo de caixa. Foi um caminho longo, de muito esforço de todos, quando tivemos que abrir mão inclusive de alguns ativos pessoais’, disse. Todas as pendências com os credores foram resolvidas na reestruturação da dívida, em 20 de julho de 2005. Após o pagamento das notas A e B, todas as garantias reais prestadas pelo grupo relacionadas a esses títulos serão liberadas, conforme disposição contratual.


Os investimentos foram mantidos: ‘Nunca deixamos de investir, mesmo durante o período de renegociação da dívida. Uma das condições dessa negociação foi garantir que os nossos negócios de mídia teriam os recursos necessários para investimento e para a manutenção de sua qualidade. Por exemplo, digitalização da TV aberta, conteúdos para Internet e novas plataformas, o que foi plenamente obtido. Nunca atrasamos um dia de salário, nunca deixamos de pagar impostos’, disse. Agora, ‘vamos procurar novos negócios para nossos produtos e formatos no exterior, principalmente novelas, investindo em co-produções com produtores locais nos Estados Unidos e na Europa’, disse.


Segundo Roberto Irineu, o mais difícil no processo foi a administração das pessoas, o lado psicológico, ‘não deixar cair em desânimo, em depressão. Depois foi conseguir resistir às pressões dos credores, porque não queríamos fazer imensos ‘haircuts’. Foi uma imensa tarefa fazer com que o pessoal todo trabalhasse em conjunto. Eu acho que a nossa equipe de direção tem um talento extraordinário. Foi surpreendente a maturidade com que todo mundo trabalhou nessa reestruturação. E agora tem tanta maturidade que ninguém está ficando eufórico. Todo mundo está vendo que pagamos uma parte, mas temos ainda enorme desafio pela frente’, frisou.


Segundo o empresário, com a reestruturação, o perfil do grupo mudou para melhor: ‘Assumi a presidência dos negócios do grupo, voltando a exercer funções de gestão executiva, e tendo como vice-presidentes meus dois irmãos, João Roberto e José Roberto. Consolidamos a TV Globo, a Globo.com e a Globopar numa única empresa, Globo Comunicação e Participações, que tem como suas subsidiárias integrais a Globosat, a Editora Globo e a Som Livre. Criamos uma área de gestão para centralizar as funções financeiras, jurídicas, de planejamento, controle e gestão de riscos. Essa área acompanha também o Sistema Globo de Rádio e a Infoglobo e nossos investimentos em Net e Sky. Temos agora uma estrutura mais simples, mais eficiente e mais focada. As empresas estão mais bem administradas, prontas para competir com a concorrência nas diversas mídias e para enfrentar os desafios do futuro’.’


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‘Não queremos sócio estratégico na atividade principal’


‘As Organizações Globo querem manter o grupo controlado pela família. ‘Não pretendemos ter nenhum sócio estratégico na cabeça da holding. Uma empresa de mídia para ser eficiente precisa ter o controle muito claro’, disse o presidente-executivo Roberto Irineu Marinho. Em entrevista ao Valor, o empresário falou dos planos para a televisão digital e disse que a internet ainda é um território pouco explorado. Abaixo, os principais trechos da conversa.


Valor: As Organizações Globo planejavam, em 2002, criar a Globo S.A. e abrir o capital. O projeto ainda existe?


Roberto Irineu Marinho: A Globo S.A. existe até hoje, mas a abertura de capital teria sido um erro. E provavelmente se tivéssemos percorrido esse caminho estaríamos atrapalhados até hoje. Se tivéssemos outros sócios, se estivéssemos no mercado, não conseguiríamos tomar medidas tão duras e radicais como fusões de empresas e vendas de ativos que fizemos nos três últimos anos. Meus irmãos me deram carta branca. Disseram: ‘Faz e depois a gente conversa’. Claro que eu diariamente me reunia com eles, falava por telefone, trocávamos e-mails para discutir cada caso, mas eles me deram carta-branca, o que permitiu ter velocidade muito grande de ação. Se tivéssemos outros sócios não teríamos isso. Teríamos feito o IPO [oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês] pela razão errada. IPO se faz para expandir a empresa, para tornar a empresa pública, por várias razões. Não para para pagar dívida. Iríamos vender [ações da empresa] na hora em que ela estava desvalorizada devido à dívida. Outra razão, que é péssima também, é fazer IPO para dar saída para os sócios minoritários. Isso não se faz. O que se deve fazer é reunir a família ou os outros sócios, discutir, criar um fundo dentro da empresa e dar saída para quem quiser. IPO é para projetar a empresa para frente e não para resolver o problema do passado.


Valor: O projeto foi abandonado?


Marinho: Agora, com a dívida equacionada e podendo ter mais tempo para discutir e pensar, podemos avaliar se realmente queremos abrir o capital. Vamos falar sobre isso com calma, a partir do ano que vem. Será uma discussão teórica, avaliando as vantagens e as desvantagens de uma e de outra. Vamos pesar na balança e verificar o que queremos. Até este exato momento não vejo grande vantagem, mas pode ser que no futuro tenha. Uma coisa a gente sabe: queremos que a empresa seja de família, controlada pela família.


Valor: Há planos de buscar outros sócios? Quando o empresário Carlos Slim comprou parte da Net havia especulações de que ele poderia vir a ser também sócio nas Organizações Globo…


Marinho: De jeito nenhum. Não pretendemos ter nenhum sócio estratégico na cabeça da holding. Nem ele nem nenhum outro. O Slim tem sido excelente sócio. Veja o resultado que a Net está tendo, é espetacular. O outro sócio fantástico, que nunca nos deu problema, é o Rupert [Murdoch, sócio na Sky]. O resultado da Sky está aí, a empresa está crescendo. Mas em nenhum dos dois casos vamos querer que participem de televisão e outros meios. Não queremos sócio estratégico na atividade principal.


Recentemente formalizamos um trabalho de criação de três holdings, uma para mim e outra para meus irmãos, João Roberto e José Roberto, ligadas a uma holding central, que é a controladora de todas as empresas de mídia. As holdings têm regras amarradas uma na outra de forma que ninguém pode mudar as regras a não ser por unanimidade. Elas prevêem que as ações ordinárias de controle passem de pai para filho. O controle será sempre familiar. Acreditamos que uma empresa de mídia eficiente tem que ter controle muito claro.


Valor: A TV digital traz uma nova fase da televisão brasileira. Serão necessários muitos investimentos?


Marinho: Mesmo durante a reestruturação fizemos previsões. Começamos com a parte técnica e de transmissão. Grande parte de nossas novelas, as minisséries, é toda feita em alta definição, para nos preparar para quando o sistema entrar. Temos que nos preparar tecnicamente. A tecnologia vai permitir tremendo aumento de qualidade na recepção do sinal: uma TV sem sombras, fantasmas e chiados. E teremos ainda a ‘high definition’ com definição cinco vezes melhor. Terá mobilidade, poderá ser vista em transportes públicos e automóveis. Outro passo será a interatividade. Temos feito vários testes de produtos interativos, o que vai ser possível com a TV digital. O Boni [José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, ex-vice-presidente de operações da TV Globo] bolou o ‘Você Decide’, em 1990, quando não se tinha interatividade em nenhum lugar do mundo. A idéia sempre foi a conversa com o público, trazer o público. O Big Brother é mais interativo do que o a empresa que o criou faz no mundo. E isso tende a se ampliar. Mas hoje um dos grandes desafios é utilizar a internet que tem que ser útil para o seu espectador, leitor, ouvinte. Ninguém está fazendo uma internet perfeita, todo mundo está ensaiando modelos. Já demos uma mexida na Globo.com e vamos mexer de novo. Vamos oferecer produtos para uma experiência mais útil para os usuários, criar comunidades.


Valor: O grupo já investiu em infra-estrutura, avaliou telecomunicações, investiu na Net. Hoje está fundamentalmente focado em conteúdo. Será essa a estratégia?


Marinho: O ‘core business’ do grupo sempre foi produção e empacotamento de conteúdo para distribuição. O que sabemos fazer bem é exatamente trabalhar conteúdo, empacotá-lo, programá-lo, distribuí-lo em canais, no jornal, na internet. Começamos a investir em infra-estrutura para viabilizar o aparecimento de uma rede. Quando começamos a Net não existia cabo no Brasil. Investimos na distribuição via cabos para que viabilizasse a distribuição do nosso conteúdo. Ao mesmo tempo que fazíamos a Net, fazíamos a Globosat. Quando chegamos aos problemas no ano 2000, tínhamos uma rede de cabo, sete canais próprios e mais oito em joint venture. Tínhamos uma grande empresa de canais por assinatura que vive de conteúdo, de agregar conteúdo, de programar conteúdo. Nos não investimos só na rede de distribuição. Preparamos uma rede para viabilizar a distribuição de nosso conteúdo. Nós já começamos a tentar nos liberar da rede, uma vez montada, há algum tempo. E aparecendo oportunidade vendemos um grande pedaço dela sem nenhum problema porque na realidade estamos fazendo agora o que sempre quisemos fazer, produção e geração de conteúdo.’


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O Globo


Sexta-feira, 21 de julho de 2006


VIOLÊNCIA & JORNALISMO
Luis Kawaguti


Diretor de jornal é morto a tiros em SP


‘SÃO PAULO. O diretor-executivo do jornal ‘Hoje Jornal’, Manoel Paulino da Silva, de 49 anos, de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e a advogada da publicação, Camila Francisco, de 26 anos, foram executados a tiros ontem de madrugada no Guarujá, no litoral paulista. A polícia ainda não tem pistas dos criminosos. Silva era advogado, jornalista e sócio do jornal, que começou a circular há menos de um mês na região do ABC.


O crime aconteceu às 9h40m de ontem, segundo a polícia. Silva saiu de casa, no bairro da Enseada, no Guarujá, por volta de 8h30m, em seu Mercedes Elegance prata.


Segundo o delegado Carlos Battista, assistente da delegacia do Guarujá, Silva dirigiu até um cartório e depois seguiu para a balsa que liga Guarujá a Santos, onde daria uma carona a Camila. Os dois pretendiam viajar para a sede do jornal, em São Bernardo do Campo.


Ao encontrar a advogada na balsa, Silva passou a ser seguido. A poucos quarteirões da balsa, em Santa Rosa, na periferia de Guarujá, criminosos em um carro de cor clara ou prata, segundo testemunhas, ficaram ao lado do Mercedes. O ataque aconteceu na Rua Luiz Laurindo Santana. Os criminosos fizeram diversos disparos contra o motorista.


Após tiros, carro de Silva pegou fogo


Silva acelerou o Mercedes mas bateu no muro de uma casa. O carro pegou fogo. O incêndio, segundo a polícia, teria sido provocado porque após a batida, Silva continuou com o pé no acelerador. O atrito das rodas com o asfalto teria iniciado as chamas, segundo testemunhas.


– Acreditamos que a vítima (Silva) tentou fugir acelerando porque ele foi encontrado ainda com o pé no acelerador – afirmou o delegado.


Silva e Camila chegaram a ser levados por uma unidade de resgate do Corpo de Bombeiros ao pronto-socorro do Hospital Santo Amaro, mas não puderam ser salvos. Os policiais militares encontraram seis cápsulas deflagradas de munições de pistola de calibre 380. Silva era casado e deixou três filhos do primeiro casamento. A advogada Camila também era casada, mas não tinha filhos. O prefeito de São Bernardo do Campo, William Dib, divulgou nota lamentando o assassinato.


A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vai cobrar do Ministério da Justiça e da Polícia Civil de São Paulo a apuração rigorosa do assassinato. A Fenaj está apurando em que condições o crime ocorreu. Segundo o presidente da entidade, Sérgio Murillo de Andrade, foi o primeiro assassinato de um profissional de comunicação em 2006.


– Se ficar comprovado que o caso tem ligação com a atividade profissional isso é muito grave – disse.


Segundo levantamento feito pela Fenaj, dois assassinatos relacionados ao jornalismo foram registrados em 2005: do motorista do jornal ‘Diário do Nordeste’ José Maria Ramos da Silva, em Fortaleza, e do radialista e vereador Jota Cândido, em Carpina (PE).


– A sensação de impunidade acaba estimulando a ocorrência de delitos relacionados à atividade profissional. Se isso ficar comprovado, o caso merece a condenação não só da Fenaj, mas, também, de qualquer organização que se preocupe com a defesa da liberdade democrática – disse o presidente da entidade.


(*) Do Diário de S.Paulo’


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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 21 de julho de 2006


PROJETO DA FENAJ
José Maria Mayrink


Mais uma federação ataca nova lei da mídia


‘A Federação Interestadual de Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão (Fitert), que reúne 21 sindicatos e cerca de 35 mil profissionais, divulgou ontem uma Carta Aberta ao Povo Brasileiro para denunciar a ameaça que, em seu entender, representará para os radialistas a eventual sanção do projeto de lei sobre a regulamentação da profissão de jornalista.


‘Nosso maior desafio é defender os radialistas frente a mais uma grande ameaça de desmonte de nossa categoria – e não vem do patronato, mas sim de outra federação de trabalhadores, a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), que através do PLC 79/2004 tenta usurpar dos radialistas a legitimidade do exercício da atividade profissional no setor’, diz o texto.


O coordenador da Fitert, Antônio Carlos Santos, que viajou a Brasília para defender o veto total ao projeto, disse ao Estado que sua categoria seria prejudicada em pelo menos seis itens da proposta na área de áudio e vídeo. ‘Vamos mostrar isso ao ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, a quem pedimos uma audiência’, promete.


A Fitert argumenta que, se o projeto for sancionado, ‘abrirá um processo irreversível de divisão entre os trabalhadores de comunicação, fruto do corporativismo e da clara intenção de manter reserva de mercado, apossando-se de funções pertencentes aos radialistas, reconhecida através da Lei 6.615/78, há mais de 30 anos’.


Santos disse que tentou debater o projeto com a Fenaj, mas não conseguiu: ‘A resposta foi que deveríamos esperar a aprovação do texto e apresentar as restrições na hora da sanção.’ É o que ele tenta fazer agora.’


CHINA
O Estado de S. Paulo


Depois da imprensa e internet, China vai censurar karaokê


‘Com seus controles sobre os jornais, tevês, revistas e internet garantidos, os censores na China agora estão voltando a atenção para os redutos de karaokê do país.


O jornal estatal Pequim News informou que o Ministério de Cultura divulgou novas regras para impedir que músicas ‘pouco saudáveis’ sejam cantadas nos bares. A campanha também ajudará a salvaguardar os direitos de propriedade intelectual, acrescentou.


O governo está usando três cidades de tamanho médio, Wuhan, Zhengzhou e Qingdao, para testar o novo programa segundo o qual os membros associados escolherão as músicas de uma base central de dados. Se tiver sucesso, o programa será aplicado a nível nacional.


‘Todas as músicas na central de dados para uso em karaokês e de consumidores precisam passar por censura’ para garantir que seu conteúdo atenda aos padrões do governo, disse Liang Gang, funcionário de alto escalão do Ministério da Cultura. Segundo analistas, a iniciativa busca proibir músicas com apelo sexual ou letras vagamente políticas. (LOS ANGELES TIMES)’


INTERNET
O Estado de S. Paulo


Lucro do Google sobe 110% no trimestre


‘O Google, maior site de buscas do mundo, superou as expectativas do mercado ao obter no segundo trimestre do ano um lucro líquido de US$ 721 milhões, 110% a mais do que no mesmo período do ano passado. As receitas da empresa no período alcançaram US$ 2,46 bilhões, 77% a mais do que no ano anterior e 9% a mais do que no primeiro trimestre.’


MEMÓRIA / JOSÉ MARIA CANÇADO
O Estado de S. Paulo


Morre o pesquisador José Maria Cançado


‘O jornalista e professor José Maria Cançado morreu na madrugada de ontem, aos 54 anos, em Belo Horizonte, de causas não reveladas. Autor de diversos livros como Marcel Proust: As Intermitências do Coração, Um Colégio nos Trópicos e Memórias Videntes do Brasil: A Obra de Pedro Nava, Cançado escreveu ainda a mais completa biografia do poeta Carlos Drummond de Andrade, Os Sapatos de Orfeu, relançado recentemente pela Globo, 12 anos depois da primeira edição.


Foram dois anos de pesquisa, durante a qual o autor entrevistou cerca de cem pessoas e pesquisou extenso volume de jornais e revistas em busca dos rastros do poeta. Cançado foi editor ainda do jornal Leia Livros. No campo da criação literária, publicou o volume de poemas O Transplante É um Baião-de-Dois. O enterro estava previsto para ontem à tarde, em Belo Horizonte.’


TELEVISÃO
Cristina Padiglione


SBT afasta Rossano


‘Há quem tenha motivo para se preocupar com o afastamento de Herval Rossano do comando da teledramaturgia no SBT. É que uns se achavam acima de outros por terem sido contratados por Herval, e não pelo time que o antecedeu. A questão é que agora volta à cena justamente David Grimberg. Diretor de teledramaturgia até a chegada de Herval, Grimberg reassume o posto e deve reajustar em curto prazo algumas diferenças entre os benefícios dados a uns e outros.


É bem verdade que o SBT nunca produziu uma novela com números tão baixos no Ibope como ocorre agora com Cristal. A audiência já bateu os 4 pontos de média. Mas o afastamento de Herval deu-se, antes de mais nada, por questão de saúde. A fragilidade física vem desde sua contratação, quando foi ao SBT pela primeira vez em cadeira de rodas. Depois, chegou a se afastar em razão de pneumonia. Mulher do diretor, a atriz Mayara Magri, vinha assessorando Herval na direção e também deve se afastar.


O Conselho que acompanha Silvio Santos comunicou a decisão ao diretor na tarde de anteontem. A emissora prometeu honrar o contrato de Herval, que vai até o início de 2007.


Passa lá


O ator Luiz Fernando Guimarães estava de bobeira em Salvador e resolveu visitar sua tribo. Foi até Periperi, subúrbio soteropolitano, onde Regina Casé gravava mais um Central da Periferia, para atualizar a prosa com a amiga e também com o diretor Guel Arraes. O programa de Regina Casé vai ao ar no dia 12 de agosto, na Globo.


entre- linhas


Em tempo: fala-se na Anhangüera que a paz já reina entre o diretor Del Rangel e o protagonista da novela Cristal, Dado Dolabella. Houve lá uma saia-justa entre os dois na semana passada porque Dado queria antecipar a gravação de suas cenas e Rangel queria que ele esperasse um pouco.


Uma trupe de famosos, entre eles Guta Stresser, gravou uma campanha publicitária bem-humorada sobre a Síndrome do Pânico para a indústria farmacêutica.


A Câmara dos Deputados arquivou projeto de lei que classifica como crime a exibição, em qualquer horário, de cena de nudismo ou de relações sexuais na televisão.


O autor Aguinaldo Silva já tem duas ‘reservas de mercado’ na Globo para sua próxima novela na rede, em 2007: Suzana Vieira e Wolf Maya.


Falando em novela, Antônio Abujamra recebe em seu Provocações deste domingo parte do pelotão de elite da dramaturgia: Silvio de Abreu, Maria Adelaide Amaral, Alcides Nogueira, Renata Pallottini e Carlos Lombardi. Às 23 horas na TV Cultura.


Heloisa Perissé grava na próxima semana seus últimos capítulos em Sob Nova Direção antes do parto. A atriz sairá de licença-maternidade para a chegada de sua segunda filha, Antonia.


Fernando Faro recebe Rolando Boldrin em seu Ensaio amanhã, na Cultura, às 23h45.’


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 21 de julho de 2006


PROJETO DA FENAJ
Nelson Motta


Viagem ao século passado


‘RIO DE JANEIRO – Há 40 anos, quando foi regulamentada a profissão, eu era repórter da TV Globo e assinava uma coluna diária na ‘Última Hora’. Mas nunca tinha estudado jornalismo. O diálogo no Ministério do Trabalho foi surrealista:


‘É verdade, você está todo dia na televisão e no jornal’, o funcionário reconhecia, ‘mas sem diploma não posso registrar’.


‘Então você reconhece que eu sou, mas não me dá o direito de ser jornalista?’


Diante do absurdo da situação, uma solução brasileira. Ele decidiu me registrar na categoria ‘repórter fotográfico’, que não exigia diploma. Sem nunca ter tirado uma foto, trabalho legalmente há quatro décadas nos maiores veículos de comunicação do país. Descontando um dia de salário para o sindicato.


Tolinhos, eles acham que freqüentar algum curso de jornalismo garante que qualquer idiota produzirá ‘informação de qualidade’. Pensam que estão ajudando os jornalistas, castigando os patrões e aprofundando a democracia.


Tentar impedir que comentaristas independentes e competentes informem, divirtam e emocionem o público só beneficia o pior corporativismo e a reserva de mercado para as fábricas de diplomas.


Com todo respeito, companheiros, é ridículo. Em plena era da internet, quando milhares de sites independentes fazem ótimo jornalismo e têm milhões de acessos diários, sem nenhuma forma de controle ou autorização, tentar limitar o exercício da opinião é tão inviável como voltar ao século passado.


Quem quiser se divertir com um show de jornalismo ‘democrático ‘ e fazer uma viagem nostálgica aos anos 60, vá ao site do Granma, o fabuloso jornal cubano (www. granma.cu), e morra de rir. Ou de chorar. Deve ser o modelo que os companheiros da Fenaj sonham para o Brasil.’


ELEIÇÕES 2006
Catia Seabra


Equipe de Lula chama parceiro de Duda para fazer programa na TV


‘O comando de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contratou um pupilo e tradicional parceiro do publicitário Duda Mendonça para trabalhar na direção do programa do petista à reeleição. Sócio de Alexandre Mendonça -filho de Duda- na produtora Malagueta Filmes, Giovani Lima atuou ontem, em Brasília, na primeira gravação de Lula.


Negando qualquer laço de amizade com Duda -mas, sim, com seu filho, Alexandre-, Lima disse que foi contratado para a campanha de Lula pelo publicitário baiano João Santana sem a sua produtora. ‘Estou aqui como pessoa física. Fui convidado pelo João’, disse ele, admitindo, no entanto, a hipótese de aluguel de equipamento para a campanha.


Segundo Giovani Lima, a produtora contratada pelo PT é a Fórum TV Mais, de Brasília.


Dono da TV Mais, Dimas Filho explica, porém, que sua produtora funciona como ‘um hotel’ para a equipe de Santana e da Malagueta. ‘Só estamos prestando serviço porque temos um espaço em Brasília. A parte cerebral, pensante, é da Malagueta’, afirmou ele, pela manhã, ao descrever o seu papel na campanha. À noite, por telefone, ele disse que não se referia à empresa, mas sim a Giovane Lima. Ainda, segundo Dimas Filho, a TV Mais oferece equipamento de finalização e edição à campanha.


A Malagueta Filmes produziu, sob a coordenação de Duda, os programas do PT em 2001 e 2002, ano de eleição de Lula. Duda Mendonça e a Malagueta Filmes selaram outras parcerias pelo país. No ano passado, a Malagueta foi contratada pela Duda Propaganda, de Brasília, para a campanha de uma operadora de telefonia celular das regiões Sul e Centro-Oeste.


Os dois atuaram também em Recife e São Paulo. Com três anos de existência à época, a Malagueta produziu os programas de 20 minutos e as inserções exibidos pelo PT. Na campanha, a Malagueta atuou na produção do programa de Lula.


Duda e Santana romperam sua sociedade no final de 2001.


Embora tenha sido estagiário de Duda na DM9, Giovani Lima descarta qualquer ingerência do publicitário na campanha de Lula. ‘Não existe qualquer ligação entre Duda Mendonça e a Malagueta’, disse Lima.


Duda foi o marqueteiro da campanha de Lula em 2002, mas acabou se afastando da cena pública após ter o seu nome envolvido no escândalo do mensalão. Ele admitiu ter recebido R$ 10,5 milhões no exterior do esquema do ‘valerioduto’ como parte dos pagamentos do PT por campanhas.


LEIA MAIS na coluna Mônica Bergamo’


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Okamotto vai ao PT orientar tesoureiro, mas diz que só foi rever companheiros


‘O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, deixou às 10h30 de ontem a sede do PT nacional após uma reunião com o tesoureiro do partido, Paulo Ferreira. Ferreira fará neste ano o papel cumprido por Okamotto há quatro anos -o da logística- e, por isso, diz ter convocado o presidente do Sebrae para obter orientação sobre a organização da campanha.


‘Okamotto foi coordenador de logística em 2002. Eu o convoquei para uma reunião sobre como organizar campanha, gráfica, material e depósito’, disse Ferreira, segundo o qual Okamotto foi chamado ontem porque ficará 15 dias no Japão.


Segundo Ferreira, uma das recomendações foi a de confecção de pequeno volume de material gráfico na largada da campanha. Só para teste.


Okamotto disse, por meio de sua assessoria, que foi ‘cumprimentar os companheiros’. Segundo a assessoria do Sebrae, não houve reuniões.


Amigo de Lula, ele teve o indiciamento pedido pelo relator da CPI dos Bingos, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), sob acusação de lavagem de dinheiro e crime contra a ordem tributária. Em 2005, Okamotto se apresentou como responsável pelo pagamento de dívida de R$ 29,4 mil de Lula com o PT.


‘Ele é filiado ao PT. Pode ter conversa com um ou outro. Essa demonização…’, reagiu o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini.


Disputa interna


Com o início da campanha, a crise política volta à tona na disputa interna do PT. Integrantes de correntes do partido têm se queixado da concentração de poder nas mãos de petistas associados à figura do ex-ministro José Dirceu. Integrantes do extinto Campo Majoritário, Ferreira e Gleber Naime terão destaque no comando da campanha. Além deles, o coordenador da maioria (antigo Campo), Francisco Rocha, atuará no gabinete de Berzoini.


A composição foi objeto de reclamação dos secretários nacionais Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, e Romênio Pereira, do Movimento PT, na segunda-feira, durante reunião da coordenação. Eles recomendaram a participação de um deles, ou de Joaquim Soriano, da Democracia Socialista, na equipe responsável pela agenda de Lula. Assim, haveria um equilíbrio de forças, até porque boa parte dos coordenadores estaduais é saída da tendência Unidade na Luta.


O escolhido foi Soriano. ‘Tem que haver uma composição ampla’, disse ele.


Para neutralizar essa disputa, o próprio Lula está destacando assessores palacianos para que integrem formalmente o comando da campanha. Além de Marco Aurélio Garcia, Cesar Alvarez, assessor especial do presidente, deixou o Palácio do Planalto com a tarefa de intermediar a relação entre partido e presidente.


Na quarta, Lula pediu que o partido trate, nos Estados, os aliados ‘em pé de igualdade’, abrindo espaço para outras siglas.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Não vai sobrar nada


‘No portal Globo.com e outros, Suzane e Daniel.


Na Folha Online, ‘a jornada de quem tenta fugir do Líbano’. Era a história da brasileira Nádia, que foi a Beirute em férias e fugiu pela Síria com a mãe, o filho de 4 e a filha de 2. Já estão no Brasil, após escapar ‘por pouco’ de bomba e distribuir propinas sem parar:


– A fronteira é um caos. São muitos desesperados para passar… Foi um pesadelo. E um pesadelo que não acabou, porque nós temos amigos que ainda estão lá… Estão acabando com o país. Não vai sobrar nada.


PIMENTA


Abrindo a reportagem do ‘Financial Times’, feita pelo editor para a América Latina, Richard Lapper -e não pelo correspondente:


– Hugo Chávez, um elenco de milhares de manifestantes e a participação especial de Fidel Castro prometem fazer uma cúpula do Mercosul bem diferente do passado.


No enunciado do texto, que ouviu dois críticos do bloco ampliado, pode-se esperar ‘pimenta no Mercosul’.


MAIS À ESQUERDA


Para o site da BBC Brasil, ouvindo críticos e defensores do bloco ampliado, a ‘reunião mostra um Mercosul ‘mais à esquerda’ e será ‘marcada por dois eventos: a assinatura de um acordo com Cuba e a participação, pela primeira vez, da Venezuela’.


REGULAMENTOS


Ao chegar, segundo o site de ‘O Estado de S. Paulo’, Lula ‘negou que o Mercosul esteja dando guinada à esquerda’ e sublinhou que o bloco ‘tem seus regulamentos, que têm que ser cumpridos’.


A começar da democracia.


CHEGOU FIDEL


Mas a estrela em Buenos Aires, logo se tornou evidente, não era o venezuelano, não era o brasileiro nem mesmo o argentino Kirchner.


Por volta das 21h, lá estava ele no aeroporto e daí para a manchete gigante no site do moderado ‘La Nación’:


– Com chegada de Fidel, começa reunião do Mercosul.


No site do liberal ‘Clarín’, um vídeo dizia em maiúsculas ‘Chegou Fidel’, o ‘ponto de atração da cúpula’.


O SETOR SUL


Nas manchetes dos sites de EUA e Europa, só Líbano, do ‘New York Times’ ao ‘El País’ e aos financeiros. Como nos canais CNN e BBC, o foco se dividiu entre a retirada e o pedido de paz da ONU.


O ‘Washington Post’ foi o único a destacar a ordem de Israel para os civis evacuarem ‘o setor sul do Líbano’.


POR ACIDENTE


‘A guerra acidental’, diz a capa da ‘Economist’.


Em seu editorial, o apelo para que ela ‘pare agora’ -e o registro de que era outro de vários ‘ataques do Hizbollah nos últimos anos’, mas que o primeiro-ministro ‘escolheu ir à guerra, talvez porque seu passado não-militar exigisse que parecesse forte’.


Sebastian Scheiner


Na legenda do ‘Guardian’, ‘meninas escrevem mensagens em bomba, num posto de artilharia pesada no norte de Israel’


UMA IMAGEM EXPLOSIVA


Na home page do jornal britânico ‘The Guardian’, ‘Uma imagem explosiva no conflito do Líbano’. De acordo com o levantamento, pelo Oriente Médio e Europa a blogosfera reage à fotografia distribuída pela agência Associated Press, especulando sobre o que estaria sendo escrito.


Segundo o relato de um repórter presente, feito para o blog On the Face, foram os pais que deram as canetas às crianças, que desenharam bandeiras. E ‘os fotógrafos, em busca de alguma imagem poderosa, acharam’.’


INTERNET
Marco Aurélio Canônico


EUA hospedam maioria dos sites de pedofilia


‘A organização independente Internet Watch Foundation (Fundação de Vigilância da Internet), com sede no Reino Unido, anunciou ontem que mais da metade dos sites com material de abuso infantil é originária dos EUA.


Segundo o relatório semestral da IWF, entre janeiro e junho deste ano havia cerca de 2.500 sites de pedofilia nos EUA -51,5% do total mundial.


A maior concentração nos EUA era esperada, segundo a fundação, já que o país tem o maior número de servidores de internet e de usuários do mundo.


Em abril passado, o secretário de Justiça dos Estados Unidos, Alberto Gonzales, propôs mudanças na lei americana para enfrentar o problema.


Gonzales quer, por exemplo, que os provedores de acesso sejam obrigados a denunciar imagens de abuso infantil.


O relatório da IWF também destaca a redução do número de sites de pedofilia no Reino Unido, que tinha 18% do total há dez anos e tem 0,2% agora.


Para Peter Robins, presidente da fundação, a redução é resultado da ajuda dos internautas e da ação rápida dos provedores.


A Rússia é o segundo país com mais sites de pedofilia, com quase 15% do total. Em terceiro lugar está o Japão, com 11%.’


MEMÓRIA / JOSÉ MARIA CANÇADO
Folha de S. Paulo


Morre o jornalista José Maria Cançado


‘Morreu o jornalista mineiro José Maria Cançado. Professor da PUC-MG, lançou em 2005 ‘O Transplante É um Baião-de-Dois’, inspirado na sua experiência com um transplante de coração. Era autor da biografia de Drummond ‘Os Sapatos de Orfeu’. O enterro estava programado para ontem, às 17h, no Cemitério do Bonfim (Belo Horizonte).’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Candidato troca debate por espaço no ‘JN’


‘O espaço que a Globo tem dado aos candidatos à Presidência da República e que, segundo analistas, vem impulsionando a senadora Heloísa Helena (PSOL) faz parte de um acordo com os partidos para tornar viável um debate, em setembro, apenas com os políticos que tiverem mais de cinco pontos nas pesquisas de intenção de voto.


Por essa regra, se o debate fosse hoje, só teria Lula (PT, 44% na última pesquisa Datafolha), Geraldo Alckmin (PSDB, 28%) e Heloísa Helena (10%). Os outros quatro candidatos estariam fora. Isso geraria um programa muito mais atraente e influente.


A legislação obriga as TVs a chamarem todos os candidatos para seus debates, a não ser que haja acordo. Para convencer os pequenos partidos e candidatos com menos de cinco pontos percentuais a ficarem fora dos debates, a Globo teve que dar uma compensação.


Essa compensação é uma maior exposição diária nos telejornais, principalmente no ‘Jornal Nacional’.


A Globo adotou como critério para distribuição de tempo no ‘JN’ ter cinco pontos nas pesquisas ou mais de cinco deputados federais. Assim, segundo a emissora, Lula, Alckmin, Heloísa Helena e Cristóvam Buarque (PDT) vêm tendo o mesmo tempo para suas agendas_45 segundos cada um anteontem. Os outros três (Eymael, Rui Pimenta e Luciano Bivar) ocupam menos tempo.


FALTOU QUALIDADE 1 A Globo mudou a caracterização do personagem de Edson Celulari (Sílvio) em ‘Páginas da Vida’ depois que já tinha gravado durante mais de 20 dias em Amsterdã. Na Holanda, Celulari estava quase grisalho. De volta ao Brasil, teve seus cabelos tingidos de castanho-escuro.


FALTOU QUALIDADE 2 O resultado foi esquizofrênico: na lua-de-mel, Sílvio aparentava estar dez anos mais velho do que depois da viagem.


FUNDO DO BAÚ A TV Cultura reprisa na próxima segunda-feira um ‘Roda Viva’, de 1987, com Raul Cortez, morto na última terça.


FÔLEGO Na reta final, ‘Ídolos’ (SBT) voltou a dar boa audiência _13 pontos anteontem.


SEM COMPROMISSO 1 Depois de transmitir a Copa do Brasil desde o início, a Record deixou de exibir anteontem, para São Paulo, Flamengo x Vasco, primeiro jogo da final.


SEM COMPROMISSO 2 A Record optou por reprisar o segundo capítulo da inverossímil ‘Bicho do Mato’ no horário do futebol. Fugiu da concorrência pela audiência masculina com a Globo, que mostrou o São Paulo na Libertadores.


TROCA URGENTE Herval Rossano foi destituído anteontem da direção de teledramaturgia do SBT _David Grimberg voltou ao cargo. A direção da rede estava preocupada com o estado de saúde de Rossano, que está usando cadeira de rodas. Além disso, ‘Cristal’ está mal no Ibope e tumultuada nos bastidores.’


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