Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Chega ao fim concurso de cartuns do Holocausto

A competição de cartuns gozando o Holocausto, lançada no Irã pelo jornal Hamshari em protesto aos polêmicos desenhos do profeta Maomé divulgados na Dinamarca no ano passado, não teve impacto algum no país. Os cartuns foram exibidos em Teerã, e os vencedores da competição foram anunciados na quarta-feira à noite (1/11). Jornais locais noticiaram, sem destaque, os resultados da competição, mas nenhuma publicação divulgou o cartum vencedor.


‘A exposição não teve impacto na opinião pública’, analisa o professor Goah Dashti, da Universidade de Arte Soureh, em Teerã. ‘Não foi tema de discussão de estudantes ou da mídia’. As imagens foram exibidas, desde agosto, no Museu de Arte Contemporânea para a Palestina, e não tiveram grande público.


Parede


O prêmio principal – equivalente a US$ 12 mil – foi para o marroquino Abdollah Derkaoui, que desenhou um guindaste israelense construindo uma parede de blocos de concreto em torno da mesquita al-Aqsa, em Jerusalém. Os blocos reproduzem partes de uma conhecida fotografia do campo de concentração de Aushwitz, onde 1.5 milhão de pessoas, em sua maioria judeus, foram mortas durante a Segunda Guerra Mundial.


Autoridades de Israel lamentaram o concurso, que teve 204 desenhos inscritos de diversos países. ‘O regime iraniano se juntou, infelizmente, ao coro obsceno da negação do Holocausto’, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações exteriores israelense, Mark Regev. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, apoiou a exposição. Polêmico, Ahmadinejad já negou, mais de uma vez, a existência do assassinato de seis milhões de judeus por nazistas durante a Segunda Guerra.


O brasileiro Carlos Latuff ficou em segundo lugar na competição. Informações de Nasser Karimi [AP, 2/11/06].