Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Globovísion também denúncia
pressão de Hugo Chávez


Leia abaixo os textos de segunda-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 9 de julho de 2007


VENEZUELA
O Estado de S. Paulo


Outra emissora de oposição acusa Chávez de assédio


‘AFP , CARACAS – O canal de noticias venezuelano Globovisión, de oposição ao líder Hugo Chávez, enviou ontem uma carta ao vice-presidente do país, Jorge Rodríguez, na qual denunciou pressões por parte do governo, como processos judiciais e administrativos, e barreiras legais que lhe impedem ampliar sua cobertura.


‘O governo decidiu pressionar a Globovisión negando a ela a possibilidade de aumentar a abrangência de cobertura, enquanto fornece freqüências e permissões para os meios oficiais ou oficialistas’, diz o documento, assinado pelo presidente da Globovisión, Guillermo Zuluaga, e publicada por jornais venezuelanos.


Depois do fim das transmissões da Rádio Caracas Televisão (RCTV), em 27 de maio, a Globovisión é a única emissora que se mantém na oposição ao presidente Chávez. Ela transmite notícias 24 horas por dia, mas, ao contrário da RCTV, não tem um alcance nacional, limitando-se a Caracas e a cidade de Valência.


Na carta, Zuluaga diz que na Venezuela ‘há uma verdadeira política de Estado de intimidação, que busca restringir a liberdade de expressão’ e denuncia os processos judiciais abertos contra as empresas de comunicação como ‘um mecanismo para amedrontar a imprensa livre’. Ele afirma que, só contra a Globovisión, existem 19 processos na Justiça, seis procedimentos administrativos e várias investigações penais no Ministério Público, ‘todas improcedentes e com clara motivação política’.


RCTV POR ASSINATURA


A RCTV está em fase de testes para voltar a transmitir na Venezuela pelo canal 103 da operadora de televisão por assinatura Directv. Desde sábado o logotipo da empresa – um leão alaranjado – já pode ser visto por quem sintonizar esse canal.


‘É verdade. Já estamos fazendo testes e nos próximos dias (o diretor da RCTV) Marcel Granier fará o anúncio formal (de que a emissora voltará ao ar)’, confirmou para o jornal venezuelano El Universal Edmundo Mosca, vice-presidente de Engenharia de Operações do canal.


A RCTV teve de sair do ar porque o governo venezuelano se recusou a renovar sua licença para transmitir pelo canal 2 da TV aberta. Chávez justificou a decisão acusando a emissora de apoiar o golpe que lhe tirou do poder por 48 horas em 2002 e de não cumprir com seus compromissos fiscais e legais.’


PUBLICIDADE
Eric Pfanner


Disputa por talentos se torna mais dura nas agências


‘International Herald Tribune – As portas giratórias das agências de propaganda não param. Três importantes executivos de uma conhecida agência de publicidade em Londres, a Rainey Kelly Campbell Roalfe, estariam para deixar a agência e formar uma empresa própria. Recentemente, deserções do gênero vêm atingindo outras agências em Londres, Nova York, Paris e outras capitais da propaganda.


As forças da destruição, ou renovação criativa, não são novas no setor publicitário, onde os nomes nas portas das salas dentro de uma agência podem mudar tão rapidamente quanto as contas que são administradas por ela.


Mas alguns executivos de grupos de agências e das holdings proprietárias delas dizem que reter o pessoal de talento e substituir aqueles que partem está bem mais difícil do que antes. E alguns publicitários que largam seus empregos saem do campo da propaganda para sempre.


CANNES


No mês passado, durante o Festival Internacional de Publicidade de Cannes, evento que reúne o setor no sul da França, diversos diretores de agências, quando indagados sobre a causa das suas maiores dores de cabeça, citaram particularmente a escassez de talentos.


Uma das dificuldades é que a publicidade não consegue acompanhar os pacotes salariais oferecidos em outras áreas, como a de consultoria e de administração. Os anunciantes têm forçado suas agências a operarem de modo cada vez mais econômico e isso significa menos benefícios para os funcionários.


E alguns executivos do setor estão se deslocando para o ‘lado do cliente’, para trabalhar para as empresas que contratam as agências de publicidade. O ritmo de mudanças num setor golpeado pela tecnologia digital é mais um desafio pessoal, dizem os executivos.


Os comerciantes querem que as agências integrem a internet em suas campanhas publicitárias, mas elas têm dificuldade para encontrar executivos que consigam se movimentar com facilidade entre os mundos online e offline.


‘Elas procuram um conjunto de capacidades numa só pessoa que, na verdade, não existe’, diz Gary Stolkin, diretor executivo da Talent Business, uma empresa de ‘caça-talentos’ criada recentemente e especializada no campo das comunicações e propaganda.


‘Na nossa agenda, talento estava sempre no final da lista. Agora saltou direto para o ponto mais alto’. Em conseqüência, as agências de propaganda querem a ajuda dele, criando uma rede mais ampla na busca global de talentos.


Atrair e reter pessoas talentosas é um grande problema também para as agências ocidentais que querem lucrar com a explosão do setor publicitário na Ásia, dizem os executivos.


Os profissionais da publicidade na Europa e nos Estados Unidos estão mais entusiasmados com um emprego asiático do que há uma década, diz Michael Birkin, diretor executivo do Omnicom Group para a região asiática. Mas encontrar funcionários locais com as capacidades adequadas é difícil, acrescenta.


Parte do problema está no fato de que a publicidade é uma atividade nova em mercados como a China. E como as despesas de propaganda nesse país sobem a taxas anuais de 20% ou mais, a concorrência pelas melhores cabeças é intensa. Um meio para conseguir o que há de melhor em termos de talento local é comprar as agências locais. Mas há sempre o perigo de que os melhores também acabem desertando.


Segundo Birkin, o grupo Omnicom planeja se expandir para a China com um programa de treinamento chamado Omnicom University. Os empregados mais promissores participarão, em setembro, de uma sessão dessa ‘universidade’ na China Europe International Business School, em Xangai. O grupo também fez uma parceria com a Universidade Tsinghua, em Pequim, onde o prédio da escola de jornalismo e comunicações foi rebatizado como Edifício Omnicom.


Um aviso aos guardas que fazem a segurança do prédio da Omnicom: quando os ‘caça-talentos’ aparecerem, fechem as portas.’


INTERNET
Bruno Sayeg Garattoni


Você sabe o que é um mashup?


‘Nos últimos tempos, a internet vive ganhando novos serviços. Tudo graças à enorme competição entre Google, Yahoo, Microsoft e dezenas de outras empresas. Mas já pensou como seria se qualquer pessoa pudesse criar o seu próprio serviço online? Com recursos diferentes, exclusivos – ou então misturando informações de vários sites.


Você gosta de cinema? Que tal um YouTube personalizado, que além de exibir trailers dos filmes mostra as salas e os horários em que eles estão passando? Um mapa do Google só com o que te interessa – postos de gasolina, bares e lojas de discos, por exemplo. Ou então uma agenda online misturada com site de esportes, pra você ficar sempre em dia com o calendário do seu time.


Legal, né? E, graças à tecnologia dos mashups – neologismo em inglês que significa ‘mistura’ -, isso está começando a virar realidade. Existem mashups hipersofisticados, mas também há alguns bem simples, que qualquer pessoa pode fazer. ‘Eu faço arte de rua, tiro fotos, e aí coloco tudo num mapa’, conta o grafiteiro Tom Bojarczuk, o Tom B, que criou uma versão personalizada do serviço Google Maps (confira em tinyurl.com/yt5s56).


Essa onda está crescendo porque, cada vez mais, os grandes sites da internet estão entrando nela: segundo o site Mashup Feed, que cataloga as ‘misturas’ da web, mais de 460 sites já se abriram para os mashups – todos os grandes serviços online, de buscadores como o Google a lojas virtuais como a Amazon, permitem ‘remixagens’ feitas pelos internautas.


Os sites estão abrindo seus bancos de dados, ou seja, permitindo que as informações contidas neles sejam manipuladas, misturadas e usadas de mil e uma maneiras diferentes. Mas por que eles estão fazendo isso? Afinal, quem cria um site bem-sucedido quer manter o controle sobre ele, certo?


É que, com os mashups, os sites e serviços da internet ganham possibilidades inimagináveis. E é fácil entender o porquê. Em vez de se apoiarem, somente, no trabalho das suas equipes de engenheiros, os sites passam a contar com toda a inventividade de centenas de milhões de internautas. Que podem bolar serviços hipercriativos – nos quais os experts do Google, da Microsoft e do Yahoo jamais pensariam. E, como os mashups são feitos por voluntários, as empresas não gastam nada com isso.


Todo mundo sai ganhando – os sites e os internautas.


Lendo tudo isso, você deve estar pensando: tô meio atrasado… Como eu entro nessa? Nesta edição, o Link te mostra como: contamos como surgiram os mashups, apontamos os mais bacanas (que já estão prontos e você pode acessar agora mesmo) e também indicamos opções para quem quer se aventurar a fazer o seu próprio.’


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Misturas turbinam fotos e vídeos


‘Existem dois tipos de mashup: os que simplesmente melhoram um site, acrescentando recursos a ele, e os que criam uma coisa completamente nova, misturando informações de várias home pages. Nas duas categorias há mashups muito legais.


Sabe o Flickr, principal site de fotos da internet? Ele é ótimo – tem milhões de imagens bonitas e interessantes, enviadas por pessoas de todo o mundo. Mas, graças a um mashup, ficou muito melhor. Acesse o Flickr Leech e você vai se maravilhar: ele mostra, de uma só vez, as 500 fotos mais interessantes do dia no Flickr. O resultado é muito bonito, de tirar o fôlego – veja a reprodução acima.


Em outro mashup, o Flickr Vision (flickrvision.com), você vê as imagens do Flickr misturadas com mapas do Google – o globo terrestre vai se mexendo, e cada foto aparece no lugar onde foi publicada. Já o Bubblr é ainda mais divertido – com ele, você monta uma fotonovela só com imagens do Flickr.


E o Graph, então? Você digita o seu nome de usuário do Flickr, ou de algum amigo, e aí surge um mapa interativo que mostra as fotos daquela pessoa – e de todos os amigos dela.


Todos esses serviços são mashups, ou seja, foram criados por internautas que não têm nenhum vínculo formal com o Flickr – são apenas fãs, que criaram novos recursos para melhorar o site. Isso só foi possível porque o Flickr liberou a chamada API (Application Programming Interface), ou seja, abriu as portas da sua tecnologia para a criação de mashups. É a grande tendência da internet.


MESCLA


Entre os mashups mais sofisticados, que misturam os dados de vários sites, o mais bacana é o Vdiddy. Ele junta, numa só tela, os vídeos mais assistidos do YouTube – e de outros oito portais especializados. Ou seja: é muito mais completo.


Já no Musicmesh, você digita o nome de algum artista e aí o site mostra videoclipes fornecidos pelo YouTube – só que, além disso, aparecem também a biografia, a discografia e até resenhas sobre os CDs do artista (bem como intérpretes e bandas relacionadas).


Cada uma dessas informações vem de um site diferente – mas o mashup junta tudo numa só tela. Muito prático.


Falando em música, se você ouve a rádio online LastFM, que é a melhor da internet, não deixe de conferir o mashup Last.TV. Ele transforma a rádio numa espécie de MTV, ou seja, exibe automaticamente os clipes das músicas – um mashup de Last.fm com YouTube.’


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Mapa online levou o mashup para a rede


‘Não há um consenso sobre quando surgiram os mashups, mas a data mais aceita é 29 de junho de 2005: foi nesse dia que o Google liberou a API (Application Programming Interface) do seu serviço de mapas, ou seja, permitiu que hackers e programadores de todo o mundo começassem a bolar diversas variações – hoje, esse serviço é o que conta com mais mashups (já estão no ar mais de mil versões ‘personalizadas’).


Isso porque, além de pioneiro, ele é o mais fácil de mexer. No Google Maps, até um leigo total pode fazer o seu próprio mashup. Veja como é fácil.


COMO FAZER


Acesse o site, e entre na opção ‘My maps’. Clique no item Create, digite um título qualquer – ‘roteiro do Paulão’, por exemplo – e aperte o botão Save.


Agora, no campo de busca do site, digite algum endereço – pode ser daquele bar ou restaurante que você adora. O mapa irá navegar até lá e vai aparecer uma setinha indicando o lugar. É só clicar nela e, no balãozinho que será exibido, clicar em ‘Save to My Maps’.


Aí, você pode adicionar uma descrição e até colocar uma foto. Repita o processo com os demais pontos que deseja destacar, e está pronto o mashup: uma versão personalizada do Google Maps, que você pode repassar aos amigos, só com as coisas que você escolher.


Você deve estar se perguntando: por que alguém faria isso? É uma boa pergunta. Mas o fato é que a coisa virou uma febre na internet: no site, por exemplo, você encontra centenas de mashups, que destacam os assuntos mais diversos – desde mapas inspirados na série Lost a outros com informações sobre a Guerra do Iraque. Os mashups viraram referências de informação.


Já existem, até, alguns mapas brasileiros – das estripulias do grafiteiro Tom B a um sistema que promete mostrar, em tempo real, a movimentação dos aviões da TAM.


Falando em avião, os mashups de mapas (eita) do Google já deram origem, até, a um joguinho: é o ‘Goggles’, uma espécie de simulador de vôo no qual você controla o aviãozinho usando as setas do teclado.


Outro destino interessante é o site Pontos.Br, pelo qual é possível acessar mais de mil pontos turísticos por todo o Brasil – tudo via Google Maps. Já o site Panoramio é mais ou menos a mesma coisa, só que em versão internacional, com navegação por vários continentes.


O Earth Sanctuary é ainda mais multimídia: trata-se de um mashup que acrescenta sons ao Google Maps (como os animais na Floresta Amazônica ou a barulheira das pessoas no centro de Nova York). Confira no site.


TODOS EM UM


O serviço de mapas do Google é bom, mas não é o único do gênero – existem várias outras opções. Para conhecer todas, não existe nada melhor do que o Flash Earth. É um mashup que junta, além das informações do Google, mais sete tipos de mapas online – inclui até dados da Nasa. Para alternar entre cada um dos serviços, basta um clique.’


Alexandre Matias


Música foi grande laboratório de tudo


‘A música parece ser o boi-de-piranha favorito da internet. Sempre que surge alguma novidade na rede, é sempre bom procurar uma contrapartida musical – é quase uma regra que algo foi testado antes usando música como principal elemento.


Foi assim com a digitalização de arquivos (o MP3) e seu compartilhamento via P2P (o Napster) e com a nova geração de aparelhos portáteis (consagrada com o iPod). E assim também ocorreu com os mashups, que, antes de virarem aplicativos na rede, eram canções que juntavam elementos de músicas pré-existentes, sem esconder ou maquiar suas origens.


Colagens entre obras de artistas diferentes ocorrem desde que o mercado de discos passou a dar seus passos com mais firmeza (as experiências do francês Pierre Schaeffer, que colocava quatro vitrolas tocando simultaneamente, datam dos anos 50). O sample, criado nos anos 80, deflagrou uma renascença de colagens sonoras e deu origem ao conceito moderno do remix, mas logo os advogados dos direitos autorais vieram cortar as asas dos novos artistas – e os DJs passaram a esconder as músicas que sampleavam, usando técnicas de gravação.


Até que em 2001, os DJs belgas 2Many DJs e o produtor inglês Freelance Hellraiser inauguraram a época do mashup moderno. Os primeiros lançaram um disco que tinha quase 50 pedaços de músicas conhecidas que se cruzavam entre si, enquanto o segundo criou a música que deu origem ao gênero. Ao fundir o vocal de Christina Aguillera com o instrumental do grupo Strokes, criou a música A Stroke of Genie-us, que originou um subgênero chamado ‘bastard pop’ – base do gênero musical que hoje chamamos de ‘mashup’.’


TV DIGITAL
Maurício Moraes e Silva


No ar, os primeiros sinais da TV digital


‘Há algo diferente no ar de São Paulo, mas não se trata de um novo gás tóxico. Depois de anos de uma novela que parecia não ter mais fim, o sinal da TV digital brasileira finalmente começa a circular pela atmosfera da capital paulista. Por enquanto, só a Globo iniciou a fase de testes das transmissões para receptores fixos e móveis. As outras emissoras preparam-se para fazer o mesmo em breve. Tudo tem de estar pronto até 2 de dezembro, data oficial da estréia do sistema no País.


Aos poucos, surgem também os primeiros protótipos de aparelhos capazes de exibir as imagens digitais, em alta definição (HDTV). No dia 19, a Samsung mostrou televisores adaptados para receber o sinal no seu show room, no Morumbi Shopping. Na ocasião, no entanto, a qualidade do que se via na tela ainda estava longe de ser a prometida – os contornos de prédios e pessoas apresentavam serrilhados e nem sempre as cores eram uniformes.


Culpa da transmissão ou dos aparelhos? Estaria a TV digital ameaçada de fracassar? Segundo Domingos Kiriakos Stavridis, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung, os problemas tinham várias origens – e todas apontavam para o conteúdo exibido pela Globo. Na semana passada, o Link foi até a emissora para resolver a dúvida. Foram vistas exatamente as mesmas imagens, só que em duas TVs conectadas a conversores e em um outro protótipo, mais novo, da Samsung. O resultado foi outro.


Dessa vez, a qualidade chamava a atenção pela incrível beleza. Detalhes impossíveis de ser percebidos nos canais analógicos – no cenário e até no rosto de artistas – saltavam na tela. ‘Tenho certeza de que todos os fabricantes vão ter produtos com o nível de qualidade esperado quando dezembro chegar’, disse o diretor de engenharia da Rede Globo, Raymundo Barros. De acordo com ele, os maiores desafios hoje estão em se conseguir captar o som surround em 5 canais e em ajustar o foco em eventos ao vivo – qualquer erro fica muito evidente.


Por enquanto, o sinal digital da emissora exibe apenas pequenos clipes da programação. Há uma seqüência de trechos de novelas, programas de auditório e jogos de futebol que se repete continuamente. Vale como aperitivo, mas, depois de um tempo, não tem muita graça. A transmissão tem sido usada para verificar a cobertura na capital, que não pode ter falhas – na TV digital, ou o sinal pega, ou não aparece nada. ‘Uma equipe tem rodado a cidade, fazendo medições’, afirma Barros. Para ele, os resultados têm sido extremamente positivos.


Claro que ele é suspeito para falar. O mesmo não se pode dizer do professor Gunnar Bedicks Jr., da Universidade Mackenzie, um dos pesquisadores que ajudaram a desenvolver o sistema brasileiro. ‘O sinal está com uma qualidade e com uma robustez excepcionais’, destacou. ‘Eu fiquei impressionado. Está entrando até em locais onde não pega o analógico.’


Tudo indica, porém, que as grandes emissoras vão apostar nas transmissões em HDTV. ‘Estão faltando as aplicações da TV digital previstas no decreto 5.820, como multiprogramação e interatividade’, ponderou o professor Marcelo Zuffo, coordenador do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e também um dos responsáveis pelas pesquisas. ‘Isso só deve acontecer por meio da TV pública.’’


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Canal já pode ser sintonizado pelo telefone celular


‘O sinal digital da Globo também já pode ser captado por dispositivos portáteis, como celulares. Só que em vez de cenas que se repetem continuamente, o que se vê, nesse caso, já é a programação ao vivo. Na quarta-feira, o Link assistiu à transmissão em um telefone móvel japonês enquanto percorria, de carro, o trajeto entre a sede paulista da emissora, na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na zona sul de São Paulo, e o prédio da Alameda Santos, nos Jardins, onde está instalada a antena.


Durante todo o percurso, não houve uma interrupção sequer – nem era preciso levantar a pequena antena do aparelho, parecida com a dos rádios a pilha. De acordo com o diretor da Divisão de Engenharia da Globo, Raymundo Barros, a imagem do sinal para dispositivos portáteis perde qualidade em telas com mais de 6 polegadas de tamanho.’


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Pesquisa vive um ‘apagão’


‘A criação do sistema brasileiro de TV digital mobilizou cerca de 1.300 pesquisadores em 73 instituições espalhadas pelo País. Hoje, às vésperas da entrada do sinal no ar, essa equipe foi desmantelada. Pouco tempo depois que os relatórios foram entregues, em dezembro de 2005, o financiamento do governo ‘secou’ e os laboratórios não conseguiram manter todos os seus ‘cérebros’.


Muita gente foi contratada a peso de ouro pelos grandes fabricantes de eletroeletrônicos, como Domingos Kiriakos Stavridis, que era gerente do Laboratório de TV Digital do Laboratório de Sistemas Integráveis da Universidade de São Paulo (LSI- USP) e agora trabalha para a Samsung. Também houve quem resolvesse abrir um negócio ligado à área e especialistas que resolveram correr atrás de outros projetos.


No LSI, havia 120 pessoas trabalhando para desenvolver o sistema. Sobraram apenas 30. No laboratório da Universidade Mackenzie, a equipe foi reduzida de 22 para apenas 5 pesquisadores. ‘Aquela massa crítica que ajudou na concepção do sistema não existe mais’, destacou o professor Gunnar Bedicks Jr. ‘Vamos precisar de anos para recuperá-la.’’


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Mais Silvio e Pânico


‘Segue firme e forte o namoro entre Silvio Santos e a turma do Pânico na TV!. O próximo passo do relacionamento é convencer a trupe a participar do Teleton, maratona televisiva em prol da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), em outubro.


Tudo poderia ser uma simples cortesia de comadres se não fosse a pulga atrás da orelha da direção da RedeTV! que essa relação de Silvio, o original, e o Pânico deixa.


É fato que os dois lados conquistam audiência todas as vezes que se unem na telinha, mas também é notório o interesse de SS no passe dos humoristas.


O assédio começou há dois anos e acabou com o Pânico renovando contrato com a RedeTV! até 2010.


Mesmo assim, é fato que a aproximação com o SBT reascendeu a vontade de Silvio de levá-los para a emissora e, com ela, as propostas.


Mas não é tão fácil assim. O Pânico custa caro. Além dos salários da trupe, que variam entre R$ 40 mil e R$ 80 mil, eles também têm participações em ações comerciais do programa. A Record chegou a fazer uma proposta para os humoristas este ano, mas acabou recuando.’


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 9 de julho de 2007


BIOGRAFIAS & CENSURA
Ruy Castro


Biografáveis


‘PARATY – Nos últimos anos, fui sondado por pessoas que admiro e que gostariam que eu lhes escrevesse a biografia: um ator, três atrizes, vários músicos, um estilista, um banqueiro, um empresário e uma família inteira. Fui sondado também por pessoas que não admiro, como um famoso político. Agradeci muito e recusei.


Primeiro, porque se tratavam de encomendas, e deve ser difícil trabalhar numa biografia com o biografado espiando por cima do ombro do biógrafo. E, mesmo que não fossem, todas essas celebridades, que merecem boas biografias, têm o defeito de estar vivas.


Uma pessoa que seja tão importante para merecer em vida uma biografia será também poderosa o bastante para atrapalhar o trabalho do biógrafo. Ao ser inevitavelmente usada como fonte (caso ‘autorize’ ou apenas aceite a biografia), ela se dedicará a mentir sobre si mesma para o biógrafo. E, pior, poderá induzir amigos a também mentir ou, no mínimo, omitir fatos. Não dá pé.


Para mim, o único biografado possível precisa estar morto. E não pode ser um morto recente, porque a morte transforma, de saída, qualquer um em santo. Leva tempo para que os defeitos voltem a assentar sobre o cadáver e, para isso, ele precisa estar mais que geladinho. Eu diria que 10 anos de morte são o mínimo para que alguém se torne um biografável confiável.


O fato de o biografado estar morto não livra o biógrafo de problemas. Há toda uma plêiade de filhos, netos, irmãos, sobrinhos e até genros do biografado, prontos a se ofender com qualquer coisa e a jogar advogados contra o biógrafo.


Donde costumo dizer que, para sossego do biógrafo, o biografado ideal seria aquele que, em vida, foi órfão, filho único, solteirão, estéril e, com todo respeito, brocha. Pena que esse biografado não exista.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Insignificante demais


‘Em meio à debandada dos republicanos, o ‘New York Times’ deu ontem o editorial ‘O caminho para casa’, pela retirada dos EUA do Iraque, no que o blog de Sérgio Dávila chamou de ‘texto forte e histórico’.


Não por acaso, ‘batido pela impopularidade da guerra no Iraque’, no dizer do ‘Financial Times’, o secretário do Tesouro dos EUA inicia hoje em Brasília uma ‘missão’ para ‘espalhar oportunidade, reduzir a pobreza e erguer a classe média’ na América Latina. Envolve fundos para infra-estrutura e crédito e até navio com médicos, de onde Richard Lapper escreveu para o ‘FT’, mas é tudo ‘insignificante demais para fazer diferença’. De todo modo, não é só o Tesouro, mas o ‘sensível’ Departamento de Estado que está empenhado na missão -com o ‘sub do sub’ Nicholas Burns também a caminho em dias, segundo a Reuters.


UNIDADE E MOBILIZAÇÃO


O mesmo Departamento de Estado segue com a pressão para responsabilizar Brasil e Índia pelo colapso da Rodada Doha -e para afastar ambos de outros países pobres ou em desenvolvimento de Ásia, América Latina e África, que foi o caso de sexta. Mas já surgem também as reações, em artigos no ‘Wall Street Journal’ etc., responsabilizando a ‘incapacidade paralisante’ dos EUA de reduzir subsídios.


E o chanceler Celso Amorim avisou às agências, após encontro com o G90 de países em desenvolvimento em Genebra, que ‘a unidade e a mobilização’ seguem iguais.


ÍNDIA E A RODADA


Na saída do encontro com Celso Amorim, o ministro de comércio indiano disse que é ‘claro que ainda é possível’ concluir a Rodada Doha este ano. Ao fundo, noticiou o indiano ‘Economic Times’, um estudo recém-divulgado reafirmou que a ‘expansão firme’ de Brasil, Rússia, Índia e China, os Brics, ‘continua’.


CHINA VS. BRASIL


Por outro lado, o estatal ‘China Daily’, dia após dia, ressalta questionamentos ao etanol, que estaria elevando o preço dos alimentos ‘desde o ano passado’. Ontem, com charge na home page, falou em ‘competição direta entre os 800 milhões que possuem carros e os bilhões de pobres’.


Na mesma batida, o jornal sublinha que a China é ‘o mais atrativo’ no mundo para investimentos, segundo um estudo -e que Brasil ‘tem muito menos proeminência em termos de interesse para os investidores estrangeiros’.


ABANDONAR OS EUA


Sob o título ‘O rugido (e o risco) dos emergentes’, o ‘NYT’ publicou ontem longa reportagem, com tradução no UOL, sobre as alternativas dos investidores americanos para aplicações pelo mundo.


Falou em ‘volatilidade’, em ter ‘constituição de ferro’, até em uma eventual ‘pausa’ no crescimento das bolsas dos mercados emergentes, mas sublinhou aqui e ali que, com a globalização, ‘é hora de abandonar a inclinação para os mercados locais de ações’.


LÁ COMO CÁ


Das agências externas aos blogs daqui, cresce a visão de que Hugo Chávez questionou o Mercosul para defender a indústria venezuelana dos eventuais concorrentes. Em entrevista à televisão ecoada pela Agência Bolivariana, o ministro da fazenda do país afirmou, em resposta, que o Senado brasileiro é que sofre uma ‘grande influência’ do lobby da indústria brasileira.


O MISTÉRIO DO MONSTRO


Com chamada no alto da capa de domingo e o título ‘Na Amazônia, defendendo as tribos ocultas’, o correspondente Monte Reel, do ‘Washington Post’, abordou em tom grave o recente contato feito por dois kaiapós de grupo até então isolado na selva. Falou do avanço das madeireiras e, no Peru, do petróleo.


De sua parte, ‘em fim de mandato’, no dizer de Sérgio Dávila no blog, o correspondente Larry Rohter, do ‘NYT’, foi à mesma Amazônia para escrever sobre o mapinguary ou ‘animal fétido’, sob o título ‘Um grande monstro da Amazônia é só um mito. Ou não?’. O longo e curioso texto fecha dizendo que ‘o mistério do mapinguary continua’.’


VENEZUELA
Fabiano Maisonnave


RCTV voltará ao ar na TV paga até o fim do mês


‘EM BARINAS – Fora do ar desde o final de maio, a emissora oposicionista RCTV iniciou anteontem os testes para transmitir por meio de TV paga. De acordo com a empresa, o canal voltará ainda neste mês.


O logotipo da RCTV, com a palavra ‘internacional’, pode ser visto desde sábado pelo canal 103, da Directv. Segundo informou à Folha a vice-presidente Beatriz Perez, as negociações estão ‘bastante avançadas’ com outras duas empresas de TV paga, Intercable e Net Uno.


A licença da RCTV não foi renovada pelo presidente Hugo Chávez sob a justificativa de que participou do golpe de Estado de abril de 2002. Ela ainda teve seus equipamentos confiscados para uso da emissora estatal Tves, que a substituiu no canal dois.’


LITERATURA & JORNALISMO
Eduardo Simões, Marcos Strecker, Sylvia Colombo


Menos política, + literatura


‘A literatura não teve de competir com a guerra e o terrorismo na quinta edição da Flip, encerrada na noite de ontem, na cidade fluminense.


Diferentemente dos anos anteriores, a política internacional teve menos espaço nas discussões da Festa Literária Internacional de Paraty. Predominaram mesas que debateram obras e heranças literárias, além do papel das letras no teatro, na poesia e na música.


A leitura do sul-africano J.M. Coetzee, Nobel de 2003, no sábado, foi um dos pontos altos do evento. Apesar de não permitir perguntas da platéia nem querer falar de sua obra, o escritor prendeu a atenção de um público reverente por quase uma hora. Concentrado e sem cometer erros, leu trechos de seu próximo livro, ‘Diário de um Ano Ruim’, uma mistura de ensaio e ficção, a ser lançado no segundo semestre, que promete ser mais um grande livro em sua bibliografia.


As mesas, de um modo geral, foram mais harmônicas e consistentes. A que reuniu o israelense Amós Oz e a sul-africana Nadine Gordimer mostrou afinação ideológica e literária entre ambos, enquanto a do moçambicano Mia Couto e do baiano Antonio Torres, mediada pelo angolano José Eduardo Agualusa, mostrou preocupações comuns entre os autores de língua portuguesa.


A mediação, que havia sido problemática nos anos anteriores, continuou com deficiências. No entanto, houve destaques positivos, como o jornalista Arthur Dapieve, que conseguiu arrancar boas tiradas do irônico Will Self. E o escritor Joca Reiners Terron, que se mostrou bem preparado para mediar a mesa ‘De Macondo a McOndo’.


Aplaudismo


Doença crônica da Flip, o ‘aplaudismo’ voltou a mostrar seus sintomas nesta quinta edição. O público irrompia facilmente em ovações ao mínimo sinal de antiamericanismos rasos, como as manifestações do histriônico jornalista inglês Robert Fisk, ou de ‘sentimentalismos de conflito’, como os do ex-soldado menino Ishmael Beah, de Serra Leoa. As frases de efeito do debate entre Oz e Gordimer e as críticas a políticos ou juízes corruptos, na discussão sobre censuras a biografias, também mereceram aplausos efusivos.


Mais público


O público aumentou em relação ao ano passado. Na Tenda dos Autores, onde se assiste às palestras ao vivo, o número de espectadores foi de 11.895 para 15.583. Na Tenda da Matriz, onde os debates são transmitidos por telão, de 10.002 para 15.874. Apesar disso, um dos diretores da Flip, Mauro Munhoz, anunciou que o evento acabou devendo entre R$ 60 mil e R$ 70 mil.


A noite de encerramento, ontem, teve a tradicional leitura dos ‘livros de estimação’ dos convidados. Gordimer elegeu trechos de um livro do nigeriano Chinua Achebe, enquanto Rodrigo Fresán leu ‘Matadouro 5’, de Kurt Vonnegut.


Também estavam na mesa Nuno Ramos, Ahdaf Soueif, Verônica Stigger, Jim Dodge, Amós Oz e J.M.Coetzee.


A organização da festa também anunciou que Cassiano Elek Machado deve permanecer no cargo de diretor de programação do evento em 2008.’


Noemi Jaffe


Na Flip, todos os autores amam amar


‘ENVIADA ESPECIAL A PARATY – Nietzsche diz que os amantes amam mais o amor do que a pessoa amada. Coetzee, Nadine Gordimer, Amós Oz, Alan Pauls, Will Self e, eu arriscaria, todos os autores presentes na Flip, colonizam, descolonizam, ironizam, se perdem para dificilmente se achar em labirintos de parênteses, impossibilidades, dores e encantamentos para voltarem para o assunto único: o amor.


Três dias de Flip, umas dez mesas e uma conclusão entre óbvia e misteriosa: todos eles amam amar. Mas o homenageado da festa já dizia: ‘Só os profetas enxergam o óbvio’.


Alan Pauls me diz que ‘todo relacionamento já contém em si mesmo a futura separação’ e que ela seria, na verdade, a ‘obra magistral de um relacionamento’. E que ‘é preciso que haja zonas de sombra’ para que a transparência que, segundo ele, é o monstro do amor, não o acabe assassinando.


Nadine Gordimer diz ‘que os amantes enxergam com o terceiro olho coisas que só eles vêem na órbita do olho do amado’. Will Self, o muso cínico da Flip, diz que ‘o homem amado, com quem a mulher divide as colheres da gaveta, é sempre ele o perverso, aquele encarregado de destruí-la’.


Fernando Pessoa (que não está na Flip) já sabia que todas as cartas de amor são ridículas. Alan Pauls, categórico, diz que ‘o amante é aquele que não tem vergonha de ser ridículo’. E Nelson Rodrigues, gênio trágico, já sabia que ‘só os imbecis têm medo do ridículo’. Amar, enfim, é absurdo. É entregar-se abertamente à dor e à deselegância. Mas quem sabe também seja o elixir que faltava para a maldição contemporânea da atitude ‘blasé’ que, em nome de não cair no ridículo, é capaz até de não amar.’


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‘Roda Viva’ conversa com autores na Flip


‘COLABORAÇÃO PARA A FOLHA – Parte da equipe da TV Cultura passou a semana passada na Flip, gravando entrevistas com alguns dos principais convidados da festa literária, em um estúdio montado em Paraty. A partir de hoje, exibe os resultados, começando pelo roteirista mexicano Guillermo Arriaga.


O escritor fala, entre outras coisas, sobre o cinema mexicano e sobre o processo de criação de seus roteiros. O assunto Alejandro González Iñárritu, é claro, não ficou de fora. O cineasta foi seu parceiro nos premiados ‘Amores Brutos’ (2000), ‘21 gramas’ (2003) e ‘Babel’ (2006), esse último pivô de um rompimento entre os dois.


Arriaga foi entrevistado pelo escritor Paulo Lins e pelos jornalistas Carolina Chagas, Sylvia Colombo (Folha), Ubiratan Brasil (‘O Estado de S. Paulo’), André Miranda (‘O Globo’) e Cunha Jr. (Cultura).


O ‘Roda Viva Especial Flip’ continua até sexta. Hoje, é transmitido às 22h40. Nos outros dias, à 0h30. Amanhã, o convidado é o moçambicano Mia Couto, que falará, entre outros temas, da literatura de seu país e da influência de Guimarães Rosa em seu trabalho.


Na quarta, o israelense Amós Oz é entrevistado; na quinta, a sul-africana Nadine Gordimer; na sexta, encerram a série o norte-americano Lawrence Wright, da ‘New Yorker’, e o inglês Robert Fisk, correspondente do ‘The Independent’.


RODA VIVA ESPECIAL FLIP


Quando: hoje, às 22h40


Onde: TV Cultura’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Cúpula da Globo procura ‘Lost’ brasileiro


‘Estimulada pelo sucesso de séries como ‘Lost’ e ‘Heroes’, a Globo vai apostar nesse segmento de programação em 2008. Diretor-geral artístico da emissora, Mário Lúcio Vaz pediu na semana passada a todos os diretores de núcleo que apresentem projetos de novas séries em encontro de criação que será realizado no início de agosto em Angra dos Reis.


Vaz encomendou séries de ação e dramáticas, inovadoras ou inspiradas nos novos hits mundiais, mas com ‘uma pegada brasileira’. Os encontros de criação são realizados anualmente. Deles surgiu, por exemplo, ‘A Diarista’. Os projetos aprovados no encontro de Angra dos Reis serão testados como especiais de fim de ano.


Ao contrário dos últimos anos, a cúpula da Globo acena com uma razoável mudança na grade de 2008. Toda a sua segunda linha de shows (‘A Diarista’, ‘Linha Direta’ e ‘Carga Pesada’) deverá ‘descansar’ _a emissora não usa os termos ‘acabar’ ou ‘cancelado’.


A Globo cogita até ampliar para outros dias seu conceito de temporadas, atualmente restrito às sextas (dia em que se revezam as boas ‘Minha Nada Mole Vida’ e ‘Antônia’).


A encomenda por novas séries animou diretores da Globo. No segundo escalão, é grande o descontentamento com a falta de inovação na programação. Atribui-se a isso a queda de audiência pela qual a emissora vem passando neste ano.


CASSINO 1


A Record comprou da Freemantle, empresa que licencia ‘O Aprendiz’, o formato de ‘PokerFace’, que chamará de ‘O Jogador’. O programa será um ‘quiz show’ (perguntas e respostas) que reproduzirá a lógica das partidas de pôquer. Os jogadores poderão blefar ao final de cada rodada.


CASSINO 2


Amanhã, executivos da Record e da Freemantle se reúnem para discutir o valor da premiação. As gravações devem começar em setembro.


TELONA


A PlayTV estréia nesta semana três programas dedicados ao cinema. A partir de hoje, exibirá diariamente, às 21h15, o ‘CinePlay’. Aos sábados, o canal terá o ‘CinemaPlay’; aos domingos, o ‘DVDPlay’.


PIMENTA


Xuxa fez discurso ecológico no Live Earth, sábado, mas voou de São Paulo para o Rio de jatinho _uma atitute nada ecológica. Sua assessoria diz que ela não consegue usar vôos comerciais, devido ao assédio.


AO VIVO 1


A repórter Renata Simões, com uma roupa vermelha dissonante, atropelou a concordância verbal em pelo menos uma ocasião na cobertura do Live Earth, pelo Multishow. E foi irritante ao apresentar MC Leozinho conjugando ‘se ele recicla, eu reciclo…’.


AO VIVO 2


Já o âncora das transmissões, Edgard Piccoli, tentou ser didático. ‘O que quer dizer uma redução de 100 mil toneladas de CO2 por ano?’, perguntou. ‘Não é pouca coisa’, concluiu.’


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