Um grupo de ativistas dos direitos da imprensa mapeou as violações ao direito de expressão dos jornalistas dentro da União Europeia para mostrar como está cada vez mais difícil para os profissionais de mídia fazerem seu trabalho na região.
A iniciativa, coordenada pela Index on Censorship, organização sem fins lucrativos cujo objetivo é promover a liberdade de expressão, conta com o financiamento da União Europeia. Oito jornalistas foram contratados para fazer o monitoramento.
Da Irlanda à Turquia, quase todos os países na Europa têm pelo menos um ponto vermelho no mapa, o qual indica a ocorrência de ameaça ao trabalho dos jornalistas. Os casos relatados incluem desde apreensão de equipamentos até agressões físicas.
Abusos verificados
A Sérvia é campeã no registro de delitos, com 33 em sua lista, mas, de acordo com Sean Gallagher, um dos jornalistas participantes do projeto, é provável que ela figure no topo porque o sindicato dos jornalistas local é bastante ativo na realização de denúncias. A Turquia vem em segundo lugar, com 27 queixas, e a Hungria fica em terceiro, com 24. O mapa mostra atualmente 276 casos verificados em 25 dos 28 Estados membros oficiais da União Europeia e em mais nove países candidatos a entrar no grupo.
Os monitores do projeto acreditam, no entanto, que os incidentes sejam em quantidade maior. Nem todos os jornalistas denunciam abusos, temendo represálias. E, embora todos os fatos denunciados sejam verificados sempre que possível através de entrevistas com as partes envolvidas, os monitores nem sempre utilizam dos mesmos critérios para classificar os dados.
O plano agora é mapear problemas de censura em outras regiões, como Índia, Tunísia e Senegal, e posteriormente tornar o projeto de alcance mundial.
Veja o mapa aqui.