Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Repórter fotográfica é morta no Afeganistão

Uma jornalista alemã da agência de notícias Associated Press (AP) morreu e uma colega canadense dela ficou gravemente ferida na sexta-feira (4/4) no Afeganistão. Elas foram vítimas dos disparos de um policial afegão quando faziam uma reportagem sobre a eleição presidencial de sábado (5).

“Anja Niedringhaus, de 48 anos, fotojornalista alemã internacionalmente reconhecida, teve morte imediata. Kathy Gannon, uma correspondente especial para a região, foi baleada duas vezes e recebe cuidados médicos”, noticiou a agência.

Segundo a AP, as jornalistas estavam dentro do seu próprio carro no distrito de Tanai, na província de Khost (leste), acompanhando a distribuição das cédulas eleitorais, uma operação rodeada de fortes medidas de segurança.

De repente, um comandante de unidade chamado Naqibullah se aproximou do automóvel, gritou ‘Allahu Akbar’ (Deus é grande) e abriu fogo contra elas, que estavam sentadas no banco de trás, com uma metralhadora AK-47, relata a Associated Press. O comandante rendeu-se depois aos outros polícias e foi detido.

O governador da província, Abdul Jabbar Naeemi, confirmou que o atirador era um comandante da polícia e que foi detido imediatamente após o incidente. Niedringhaus faleceu na hora, e sua colega canadense foi levada ao hospital. O quadro de saúde dela é estável.

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As duas jornalistas tinham longa experiência na região e em outras áreas de conflitos. Niedringhaus entrou para a AP em 2002 e três anos depois ganhou o premio Pulitzer de jornalismo por uma cobertura no Iraque.

“Anja e Kathy passaram anos juntas no Afeganistão, cobrindo conflitos e a vida das pessoas por lá”, disse a editora executiva da AP, Kathleen Carroll. “Anja era uma jornalista vibrante, dinâmica e muito amada por suas fotografias perspicazes, seu grande coração e amor pela vida. Nós estamos desolados com essa perda.”

A jornalista alemã foi a terceira a ser assassinada durante a campanha eleitoral no Afeganistão. No mês passado, um repórter sueco, Nils Horner, também foi morto a tiros. Pouco tempo depois, um repórter afegão, Sardar Ahmad, que trabalhava para a agência de notícias francesa AFP, perdeu a vida durante um ataque do Talibã no hotel Serena, na capital Cabul. (Edição Alexandre Schossler; RCC/AP/Lusa/DPA/AFP)