Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Uma análise sobre o início das campanhas

Estamos no período eleitoral propriamente dito. Embora ainda com algumas indefinições, já sabemos quem são os nossos candidatos a presidente, governador, senador e deputados federais e estaduais. Estes, por sua vez, já começam a colocar as campanhas nas ruas e nas vias do mundo virtual.

Ao que me cabe, argumentarei sobre o que já começa a se desenhar no que diz respeito à atuação da mídia no geral durante esse período e como os candidatos e seus “seguidores” usam ou vão usar os espaços midiáticos para dar visibilidade às suas campanhas.

Na televisão, nos grandes sites nacionais e nas revistas, por ser mais fácil a fiscalização da justiça eleitoral, as coberturas são bastante sóbrias, procurando sempre dar espaço, mais ou menos igualitário, para os candidatos que estão bem colocados nas pesquisas ou têm mais representação no Congresso Nacional (isso não é nem um pouco democrático). Porém, as preferências de cada meio vão se cristalizando, embora a maioria não assuma um lado e direcione seus conteúdos de forma dissimulada.

No rádio, conseguimos encontrar uma cobertura mais opinativa. No entanto, o estardalhaço feito antes do período eleitoral ganha contornos mais sutis, também devido ao olho atento da justiça e das equipes jurídicas dos candidatos.

Boatos, mentiras e invenções

Mais uma vez, e com mais intensidade, a campanha na internet, se não terá o poder de decidir, terá peso fortíssimo no resultado do pleito. Os candidatos já estão com seus respectivos perfis nos sites de redes sociais em pleno funcionamento e investem pesado nessas ferramentas, que são do agrado de grande parte da população. A “guerra” virtual entre os que têm preferência por determinados candidatos está potencializada e somos bombardeados por mensagens, de apoio ou de ofensa, relacionadas aos que concorrem este ano.

Os sites com coberturas regionais, usando o exemplo dos paraibanos, abordam as eleições de forma mais tosca. A reprodução de releases é escancarada. Como trabalho em uma redação de TV, vejo os releases na nossa caixa de e-mail e depois encontro os mesmos textos reproduzidos nos sites. Claro, essa é uma visão superficial, mas não é preciso se aprofundar muito para perceber as aberrações. É perceptível também o espaço aberto para especulação e para notícias oriundas dos bastidores, já que boa parte dos sites pertence a jornalistas, ou não, que têm muitos contatos com os políticos da região.

A questão eleitoral deve esquentar mesmo quando os guias de TV e rádio estiverem no ar. Na verdade, o âmbito midiático televisivo ainda será decisivo para o resultado das eleições. O que esperar? Ainda não dá pra cravar, mas novamente teremos uma campanha bastante judicializada, com candidatos e coligações, representados por seus advogados, a todo momento, acionando a justiça.

Já no ambiente online, principalmente nos sites de redes sociais, só Deus sabe o que vai acontecer. Boatos, mentiras e invenções circularão a todo tempo. Caberá às equipes dos candidatos, o trabalho árduo de desmentir e lutar contra os fatos inverídicos que venham a ser viralizados. E cabe a nós ficarmos atentos para filtrar o que realmente vale a pena ser absorvido nesta terra de ninguém que se chama internet.

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Raul Ramalho é jornalista