Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Cobertura televisiva marcada por informações desencontradas

Um festival de informações desencontradas e audiência em alta marcaram as primeiras horas da cobertura jornalística da morte de Eduardo Campos (PSB), nesta quarta.

Globo, GloboNews, Record e RecordNews foram as primeiras a noticiarem, por volta das 12h35, a queda do avião. SBT e Band logo entraram na transmissão.

Uma das últimas foi a RedeTV!, que exibia programação religiosa enquanto plantões corriam na concorrência.

Entre a notícia do acidente e a confirmação da morte de Campos foram cerca 20 minutos de uma cobertura nervosa em plantões ao vivo.

Ainda sem a notícia oficial da morte, a Band foi a primeira a dizer que amigos confirmavam Campos entre as vítimas fatais da queda. Logo Record e GloboNews noticiaram a morte, seguidas pela Globo, que foi mais cautelosa.

Band e Record ora diziam que a mulher e o filho de Campos haviam morrido no acidente, ora desmentiam.

Novos planos

Sem paletó, Evaristo Costa entrou ao lado de Sandra Annenberg às pressas no “Jornal Hoje”. No pico da transmissão, entre 12h e 15h, a Globo marcou 13 pontos, 30% mais do que registra no horário. Cada ponto equivale a 65 mil domicílios na Grande SP.

Mesmo assim, a Globo partiu em seguida para a sua programação convencional, com “Sessão da Tarde” e novelas.

GloboNews, Band, Record e Gazeta fulminaram sua programação com a cobertura.

A Globo mudou os planos em relação às entrevistas com os candidatos à presidência no “Jornal Nacional”. Foram adiadas as conversas com Dilma Rousseff (PT) e Pastor Everaldo (PSC), marcadas para quarta (13) e quinta (14).

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Keila Jimenez é colunista da Folha de S.Paulo