Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Governo dos EUA dificulta trabalho da imprensa, diz estudo

Um estudo divulgado em agosto nos EUA concluiu que funcionários dos setores de informação do governo americano – em nível estadual e local – dificultam que jornalistas com quem eles não simpatizam tenham acesso a informações públicas. A pesquisa foi conduzida pela professora Carolyn Carlson, da Universidade Kennesaw State, no estado da Georgia, e patrocinada pela Sociedade de Jornalistas Profissionais.

De acordo com o estudo, quatro a cada 10 funcionários governamentais que lidam com a divulgação de informações afirmam que proíbem o contato de sua equipe com determinados jornalistas por conta de “problemas com reportagens publicadas no passado”. Dos 445 jornalistas consultados, quatro entre cinco disseram que pedidos de entrevistas com oficiais do governo têm que ser aprovados por funcionários de informação; metade deles afirmou que já foi proibido, ao menos uma vez, de entrevistar membros do governo.

Pedidos negados cresceram na esfera federal

Nos últimos anos, o governo federal americano tem dificultado o acesso da imprensa a informações públicas. De acordo com informações da agência Associated Press, em 2013 o governo de Barack Obama negou 8.496 pedidos de acesso a informações utilizando como argumento “assunto de segurança nacional”.

Órgãos governamentais, como a Agência Nacional de Segurança – que rejeitou pedidos feitos através do Ato da Liberdade da Informação (FOIA) por acesso a seu programa de coleta de metadados – e a Autoridade de Repressão às Drogas (DEA) – que teve aumento de 114% nos números de pedidos rejeitados através do FOIA –, são alguns dos exemplos de como o governo tem restringido o acesso a informações públicas.

Segundo a pesquisa coordenada pela professora Carolyn Carlson, três quartos dos jornalistas entrevistados concordam que, com todas as restrições impostas pelos órgãos oficiais, o público não está recebendo as informações a que tem direito.