Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Relatório prevê crescimento da receita dos jornais em 2015

Aqueda de receita naindústria jornalística será estancada no próximo ano, de acordo com a previsão do mais recente relatório global de entretenimento e mídia, divulgado pelaPricewaterhouseCooper (PwC). O estudo aponta que a receita do meio jornal vai começar a subir novamente em 2015 e que o crescimento começa a ultrapassar o declínio em mercados consolidados, estabilizando-se em 0,1% até 2018.

Mas,nunca esquecer os “mas”, o destino dos jornais vai variar significativamente de um local para outro domundo. O mercado da Ásia-Pacífico deve crescer a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR – Compound Annual Growth Rate)de 3,4% até 2018, com desempenho melhor na China (8,3% CAGR) e Índia (7,5% CAGR). Na América do Norte (EUA), porém, com a migração contínua de publicidade e leitores para o meio digital, prevê-se um recuo de -4,2%. No Canadá, espera-se também um desempenho ruim.

Nospaíses da Europa Ocidental – incluindo Reino Unido, França e Alemanha – também haverá declínio contínuo ao longo dos próximos cinco anos, apesar das inovações na área digital. De acordo com o relatório, as empresas serão “incapazes de monetizar plenamente a migração de seus leitores para as notícias on-line, incluindo as canalizadas para os aparelhos móveis”.

A previsão globalanual da PwC oferece uma fonte de dados comparáveis ??de gastos de anunciantes em 54 países, acompanhados de comentários. Estima que a receita de circulação será quase equivalente àsreceitas de publicidade em 2018. E lembra que, em 2013, a receita global de circulação aumentou, enquanto as receitas de publicidade continuaram a cair. O relatório prevê que, nessa tendência, a participação da circulação na receita total aumentará de 47% em 2013 para 49% em 2018, o que significa que os consumidores podem em breve se tornar a maior fonte de receita das empresas jornalísticas.

Quanto às receitas na área digital, embora estejam decolando, ainda não consolidam uma transformação. O faturamento com a circulação de jornais digitais cresceu 66,2% em 2013, mas esse resultado positivo não se mostrou tão rentável quanto era esperado e desejado pelas empresas. Isso significa que, em 2018, a circulação digital em uma base global representará apenas 8% do total das receitas de circulação. E há sinais de que o crescimento da receita compublicidade digital está perdendo força – em 2013, recuou para 11,7%, muito abaixo do crescimento de 17,7% de 2012.

O relatório afirma que os editores precisarão trabalhar ainda mais duro para obter retorno sobre novas receitas digitais, seja adotando novas tecnologiasde publicidade, seja melhorando o uso das ferramentas de medição e explorando polêmicas ações de markenting, ou experimentando esquemas de pagamento de conteúdo. Em meio a tudo isso, uma certeza: o “digital em primeiro lugar” está se tornando norma para editores de jornais de todo o mundo.

Receitasdo meio revista devem melhorar a partir de 2015

Orelatório da PricewaterhouseCooper aponta ainda que a receita total do meio revista também vai retomar o crescimento em 2015, após anos de declínio.Em 2018, afirma, a receita total do meio revista chegará a US$ 98,1 bilhões (cerca de R$ 230 bilhões), acima dos US$ 97,1 bilhões (R$ 228 bilhões) de2013. A receita global digital com a circulação do meio revista entre os consumidores vai subir a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 31,2%. Na medida em que as empresas forem substituindo o livre acesso aos sites das revistas por edições pagas, o digital irá passar de 4% da receita total com a circulação do meio revista entre consumidores, em 2013, para 14% em 2018.

O relatório prevê queos serviços de assinatura do tipo “tudo o que você pode ler” passarão por transformações graduais. Embora eles ainda tenham que ganhar força, o estudo sinaliza que o número de usuários em breve atingirá a massa crítica. É óbvio que com o crescimento da circulação das revistas virá o aumento da receita publicitária. Mas a receita total geral com a circulação do meio revista entre os consumidores continuará declinante, porque o crescimento na circulação digital não será suficiente para compensar a queda da circulação impressa.

Assim, a receita total global com a circulação do meio revista entre os consumidores vai cair a uma CAGR de -0,7% daqui a 2018. No entanto, há sinais de que o declínio pode se nivelar a longo prazo, de modo que a queda ano a ano em 2018 seja de apenas -0,3%. As economias emergentes irão testemunhar o crescimento mais rápido no setor de revistas comerciais, especialmente nos mercados da China, Índia, Rússia e África do Sul. Turquia e Hungria também irão ter um forte crescimento nas receitas de revistas comerciais, a CAGRs de 5,3% e 3,7%, respectivamente. Peru, Venezuela e Argentina, mesmo partindo de um patamar mais baixo, também terão umcrescimento no setor, a uma CAGR de pelo menos 6,8%.