Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Violência contra profissionais de imprensa cresce 27% em um ano

A Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert) vai apresentar nesta quinta-feira, na 44ª Assembleia Geral da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR), na Cidade do Panamá, um balanço sobre a violência contra os veículos e profissionais de imprensa no país. Segundo a assessoria, o relatório sobre “Liberdade de Imprensa no Brasil” demonstra que nos últimos 12 meses ocorreram 173 casos de violência, entre mortes, agressões, ataques, ameaças, detenções, intimidações, censura e condenações contra veículos e profissionais. O número é 27% maior que o registrado período anterior (136 casos).

No último ano foram sete assassinatos, contra cinco registrados do período anterior. E as agressões chegaram a 66 no total, sem contar com as que ocorreram durante as manifestações durante a Copa do Mundo.

Os casos registrados nos protestos, no primeiro semestre, foram os responsáveis por boa parte das notificações. No entanto, muitas agressões foram cometidas durante cobertura jornalística de rotina.

– Isso é preocupante. A Abert tem cobrado das autoridades para que essas agressões sejam devidamente apuradas e não fiquem impunes. As liberdades de expressão e de imprensa precisam de vigilância permanente, para não haver retrocessos – disse Daniel Slaviero., presidente da Abert.

Para o presidente da AIR, Alexandre Jobim, o relatório aponta um declínio na segurança dos jornalistas:

– Devemos alertar a América Latina sobre a possibilidade de retrocesso na liberdade de expressão.

O encontro da AIR reunirá, até 11 de outubro, representantes de emissoras de rádio e televisão, empresários e profissionais do setor de radiodifusão das Américas, Ásia e Europa para discutir temas relacionados à liberdade de expressão, propriedade intelectual e questões técnicas. A AIR, que reúne 17 mil emissoras privadas de rádio e televisão, deverá apresentar uma resolução sobre o tema.