Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Na corrida para manter lucros, jornais esquecem dos leitores

Já se passou uma década de discussões em pânico sobre uma possível salvação da imprensa dos EUA após o início de sua crise. De toda essa discussão, uma tendência muito nociva surgiu: os jornais passaram a maltratar seus principais consumidores.

Desde uma queda na qualidade das notícias a sites repletos de anúncios, as editoras passaram a agir realmente como uma indústria decadente e desesperada.

Vamos começar com os consumidores que ainda assinam as versões impressas dos jornais. Esse público representa uma porção significativa das rendas da indústria, e também a mais estável. Mesmo assim, o preço das edições impressas continua a subir e as demissões nas redações continuam a aumentar, tudo para manter as margens de lucro esperadas.

Os leitores digitais também não escapam. Nos últimos anos, cada vez mais jornais locais aplicaram barreiras de conteúdo para não assinantes. Com exceção de grandes jornais nacionais, como o “The New York Times”, os assinantes de pacotes de conteúdo digital ainda são muito poucos.

Outros jornais preferiram aumentar o volume de publicidade online, em alguns casos até dificultando a leitura. No entanto, poucas foram as empresas que investiram em inovações na área.

Sem investimentos, a maioria das redações sofre para atrair visualizações para suas páginas, sendo pressionadas a correr atrás de um vídeo viral ou a requentar o último furo de notícia nacional.

Se o valor de um jornal local está baseado em sua qualidade e lealdade com o consumidor, assim como proximidade com seus anunciantes, então as atuais táticas da indústria são uma bomba relógio.

Confira aqui a íntegra do artigo.

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Matt DeRienzo, do Nieman Lab