Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Editor-chefe será escolhido por voto de jornalistas

O processo para nomear o próximo editor-chefe dos jornais britânicos The Guardian e Observer incluirá um voto de jornalistas dos impressos do grupo e do site theguardian.com. Liz Forgan, a presidente da Scott Trust, proprietária dos títulos, divulgou o procedimento para escolher o sucessor de Alan Rusbridger, que deixará o cargo após vinte anos e vai substituí-la na presidência da empresa.

A participação dos jornalistas pode trazer resultados semelhantes aos de 1995, quando Rusbridger recebeu o apoio esmagador da equipe do Guardian ao ser nomeado editor-chefe. No entanto, deve-se lembrar que o papel de editor se expandiu exponencialmente de lá para cá; agora o editor-chefe supervisiona não apenas conteúdo editorial dos jornais impressos, como também de seus sites.

De acordo com Liz, uma empresa de headhunters vai peneirar os indicados iniciais, e uma comissão formada por quatro membros da Scott Trust vai selecionar até cinco candidatos. Estes candidatos poderão optar se desejam ser apresentados na cédula da União Nacional de Jornalistas, ou poderão escolher permanecer anônimos. Os curadores da comissão de pré-seleção são Liz Forgan; Will Hutton (ex-editor-chefe do Observer); Alex Graham (produtor de televisão britânico); e Heather Stewart (editora de economia do Observer).

O conselho do Guardian Media Group (corpo comercial por trás dos jornais), também terá a oportunidade de conhecer os candidatos pré-selecionados, mas, novamente, os pontos de vista do conselho e de Andrew Miller, presidente-executivo do grupo, serão apenas indicativos. A medida do Guardian, no entanto, não é inédita. O jornal francês Le Monde já adotou medida semelhante na escolha de seus editores.

O novo ocupante do cargo será anunciado até o final de 2015, no entanto a Scott Trust pretende tomar sua decisão até o final de março. Rusbridger deve deixar o posto no meio do ano.

Excelência em Jornalismo

Sob a direção de Rusbridger, o Guardian se transformou em um dos sites de notícias em língua inglesa mais lidos do mundo. Em outubro de 2014, a página TheGuardian.com registrou mais de cem milhões de visitantes únicos.

No início de 2014, oGuardian foi condecorado com a mais alta distinção do jornalismo norte-americano, o prêmio Pulitzer de serviço público, devido à exposição das atividades de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, após os vazamentos realizados por Edward Snowden. A série de reportagens também rendeu outras premiações ao redor do mundo: um Emmy, um Prêmio Especial no European Press Prize, um Polk, um Right Livelihood Award, na Suécia, e o furo jornalístico do ano no 59º Walkley Awards por excelência em Jornalismo. O Guardian também foi nomeado jornal do ano e website do ano pelo UK Press Awards.