Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Ação da RSF desbloqueia sites proibidos em 11 países

Em uma campanha de combate à censura online, a Repórteres Sem Fronteiras desbloqueou o acesso a nove sites jornalísticos em 11 países onde eles são proibidos. A organização usou uma técnica chamada de “espelhar”, que duplica os sites censurados, disponibilizando réplicas deles em servidores de empresas como Google, Amazon e Microsoft.

“Bloquear os servidores destes gigantes da internet para deixar os sites espelhados inacessíveis privaria milhares de empresas de serviços essenciais. Os custos político e econômico seriam muito altos. Nossos nove sites estão, desta forma, protegidos contra a censura”, declarou a RSF na página da campanha.

Entre os sites espelhados pela organização estão o Grani.ru, bloqueado na Rússia; O Tibet Post International e o Mingjing News, proibidos na China; Gooya News, no Irã; e o Hablemos Press, banido em Cuba. Também foram contemplados sites proibidos no Vietnã, Uzbequistão, Cazaquistão, Turcomenistão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein. A lista completa e os endereços dos sites espelhados estão na página da RSF.

Liberdade Colateral

A organização em defesa da liberdade de imprensa trabalha, nesta campanha – batizada de “Operação Liberdade Colateral” – em parceria com a ONG GreatFire. Formada por ativistas chineses que já criaram versões espelhadas de sites como o da Deutsche Welle e o Google em seu país, a GreatFire disponibiliza ferramentas online para o combate à censura online.

A ideia da RSF é manter as réplicas dos sites ativas por vários meses. Mas, como alerta um especialista em cibersegurança entrevistado pela BBC, as autoridades dos países podem simplesmente bloquear as URLs (os endereços das páginas) para tirá-las do ar. “A questão será a periodicidade com que a Repórteres Sem Fronteiras trocará as URLs”, ressalta o professor Alan Woodward, da Universidade de Surrey, na Inglaterra. “Trocá-las rapidamente é algo bom, mas, por outro lado, como as pessoas irão achá-las?”.

Ainda assim, ele elogia a campanha. “É uma iniciativa interessante porque mostra que as pessoas estão conscientes da censura e querem fazer algo a respeito”.