Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1280

Jornalista da al-Jazira driblou censura em ataque

Era difícil, se não impossível, que jornalistas conseguissem reportar o ataque de forças israelenses aos navios de ajuda humanitária que tentavam furar o bloqueio à Faixa de Gaza no início da semana. Mas Jamal Elshayyal, da rede al-Jazira, conseguiu transmitir a notícia para a TV antes que as comunicações fossem cortadas. O repórter estava a bordo do Mavi Marmara, que foi tomado por soldados de Israel levados por helicópteros.


Outro correspondente da al-Jazira, Abbas Nasser, disse em seu último telefonema para a emissora que centenas de soldados israelenses atacaram a frota e que o capitão estava seriamente ferido. Mais tarde, a al-Jazira perdeu contato com seus sete repórteres, divididos em três equipes, a bordo dos navios.


Organizações internacionais condenaram a prisão de diversos jornalistas e a censura. O Instituto de Imprensa Internacional divulgou que dois jornalistas do jornal australiano Sydney Morning Herald – o repórter Paul McGeough e a fotógrafa Kate Geraghty – foram detidos depois de serem levados ao porto israelense de Ashdod. Dois jornalistas búlgaros da BTV – o repórter Svetoslav Ivanov e o cinegrafista Valentin Vassilev – também foram presos. ‘Jornalistas que estavam a bordo para cobrir a operação humanitária foram colocados em perigo por esta reação desproporcional’, afirmou a Repórteres Sem Fronteiras. ‘Pedimos às autoridades israelenses para soltar os jornalistas detidos e permitir acesso irrestrito à Faixa de Gaza’.


Entre os profissionais de imprensa presos também estão Muna Shester, da agência kuwaitiana Kuna, Talat Hussein, da emissora paquistanesa Aaj, Mario Damolin, do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung; David Segarra, da TeleSUR; e Abbas Nasser e Isaam Zaatar, da al-Jazira. Com informações da Editor&Publisher [1/6/10] e de Roy Greenslade [The Guardian, 1/6/10].