João Batista de Andrade, diretor sobre o filme: “Acho que Liberdade de Imprensa ainda é um filme esquecido pelos historiadores, apesar de ter sido apontado como um filme que abria caminho para os anos 70. E também um filme que revelava minha característica básica de filmar, muito valorizada hoje, mais de 30 anos depois: a presença evidente da equipe, da câmera, do diretor, de tal forma que, como diz Jean-Claude Bernardet, o filme capta não o real, enquanto fetiche, mas o resultado dessa presença, dessa intervenção do cineasta diante do real. Por exemplo, dando livros sobre a Imprensa Brasileira para pessoas ler na rua e depois ouvindo-as, ou apresentando, de surpresa, uma edição da revista direitista e clandestina Ação Democrática para o jornaleiro, ‘personagem’ do filme e perguntando a ele se conhecia a revista: o jornaleiro, diante da surpresa, revela sua devoção à revista, ‘que luta contra o comunismo’ e também quem a distribuía. O filme, marcado ainda pelo minha militância estudantil, é carregado de ideias, mas sua circulação foi bloqueada pela apreensão no Congresso da UNE.”
Roteiro e direção: João Batista de Andrade
Fotografia: Armando Barreto
Segunda unidade (Rio): José Medeiros e José Antonio
Assistente de direção: João Silvério Trevisan
Produção e som direto: Sidney Paiva Lopes
Edição: Francisco Ramalho Jr.
Montagem: Jovita Pereira
Depoimentos: Carlos Lacerda, João Calmon, Genival Rabelo, Marcus Pereira
Produção: Grêmio da Faculdade de Filosofia da USP e Jornal Amanhã (UNE)