Tuesday, 15 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1309

O "ligadíssimo" Dobbs

TELETIPO

Críticos de mídia condenaram o âncora da CNN Lou Dobbs por não ter revelado suas ligações com a Arthur Andersen, firma de auditoria que destruiu os arquivos relacionados a Enron (gigante energética que faliu no ano passado). Dobbs, apresentador do Moneyline, atacou o Departamento de Justiça várias vezes no ar, alegando que o processo movido contra a empresa pune injustamente todos os funcionários. Artigos do Wall Street Journal, New York Times e USA Today afirmam que Dobbs deveria ter revelado que foi pago pela Andersen para aparecer em eventos e que é presidente de uma empresa auditada pela firma. Russell Grantham [Atlanta Journal-Constitution, 5/4/02] conta que ele respondeu no programa não ter motivo para dar tais explicações: "Não sou um âncora tradicional", justificou.

O censo anual da Sociedade Americana de Editores de Jornais (Asne) revelou que o setor perdeu quase dois mil funcionários no ano passado ? a metade, repórteres ?, a maior queda registrada em 25 anos. Segundo a Asne, tal redução é resultado de demissões, acordos e programas de aposentadoria antecipada oferecidos pelos jornais para reduzir custos. A pesquisa (feita com 956 dos 1.435 diários nacionais) também apontou um aumento de 0,5% na presença de representantes de minorias na redação (que chegou em 12,07%). "Estou feliz que tenhamos voltado a um caminho positivo, já que muitas pessoas fizeram previsões horríveis de que a recessão seria especialmente prejudicial para jornalistas não-brancos", disse o presidente da ASNE, Tim McGuire. Informações da Editor & Publisher (9/4/02).

Howell Raines, editor-executivo do New York Times há apenas sete meses, foi nomeado Editor do Ano pela revista Editor & Publisher (4/4/02). "Raines fez mais do que apenas conduzir seu jornal a novos níveis de distinção, ele instituiu um padrão para todo o setor depois do 11 de setembro", afirmou Greg Mitchell, editor do E&P. "O que aconteceu em Nova York naqueles dias e semanas jamais serão esquecidos, nem a atuação do jornal de Raines", disse, citando a criação do caderno "A Nation Challenged" e os comoventes obituários dos mortos nos ataques.