Friday, 11 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1309

"TV leva acareação a sério e povo ignora", copyright O Estado de S. Paulo

ASPAS

CRISE DO PAINEL
Leila Reis

"TV leva acareação a sério e povo ignora", copyright O Estado de S. Paulo, 5/05/01

"O Jornal Nacional abriu a edição de quinta-feira destacando a acareação entre os senadores José Roberto Arruda, Antonio Carlos Magalhães e a funcionária pública Regina Borges, no Conselho de Ética do Senado, à qual classificou solenemente de grande ?acontecimento inédito no País?.

O fato é que a TV reconheceu as dimensões do acontecimento e, em determinado período das sete horas de discussão em Brasília, todos os canais abertos derrubaram sua programação para transmitir ao vivo as explicações para a violação do painel de votação do Senado, protagonizada pelo trio convocado a depor.

Procedimento raro na TV – restrito a catástrofes e à morte de celebridades (Ayrton Senna, lady Di, Leandro, Mário Covas, etc.) -, a lavagem da roupa suja no Senado não resistiu muito tempo ao vivo e passou a ser inserida em forma de flashes no meio da programação normal. As exceções foram a TV Senado, a Globonews, a Band News e a Cultura.

O destaque (justo) dado à acareação pelos veículos de comunicação não foi correspondido pelo telespectador. Os dados preliminares de audiência indicaram que o ibope não fugiu do normal. Claro que, quando ficou sozinha na transmissão, a TV Cultura triplicou seus números (de um para 3 pontos de média no ibope, na Grande São Paulo), mas o restante dos canais não alterou sua rotina. No caso do SBT, a audiência até caiu, o que justifica a desistência de sustentar a transmissão do debate.

Esse cenário não combina com a cobertura dada pelo Jornal da Globo à repercussão do fato, que mostrou multidões estacionadas em frente de lojas de eletrodomésticos, em bares e outros lugares públicos equipados com TV.

Será que todos os interessados em acompanhar o destino político do País estavam em trânsito? Ou o desinteresse vem da falta de relevância que a TV dá a esse tipo de acontecimento?

É mais provável que a segunda hipótese seja a correta. No momento da exacerbação do popular – que promove a ressurreição de figuras desgastadíssimas como Clodovil, Cristina Rocha e Márcia Goldschmidt – em programas que o assunto principal é a fofoca sobre a intimidade de atores de novela e pagodeiros, o telespectador está sendo induzido ao ?vício? do consumo de frivolidades, que não ocupam mais do que um terço de neurônio de seu cérebro.

O desespero pela obtenção de audiência torna tão homogênea a programação por baixo, que acaba jogando o público em universo paralelo, onde passa a não distinguir o que faz diferença em sua vida, do passatempo pueril que a TV vespertina lhe oferece para garantir o faturamento de cada dia. (A jornalista Leila Reis escreve aos sábados neste espaço. Email: leilareis@terra.com.br)

Artur Xexéo

"O surpreendente segredo de Rosana Reis", copyright O Globo, 2/05/01

"Novela do Senado encaminha-se para um pique de audiência mas ainda não chegou ao último capítulo

Novela boa nunca deixa as grandes emoções só para o último capítulo. É por isso que acontecem os picos de audiência. Exemplo clássico é o de ?Selva de pedra?, que chegou a conquistar um índice quase inacreditável de 100% de audiência na noite em que ?Rosana Reis? revelava que, na verdade, era ?Simone?. Regina Duarte tirava a peruca loura e todo os outros personagens, enfim, percebiam que ela era … Regina Duarte!!! A recente ?Laços de família? atingia seus picos sempre que ?Íris? levava uma surra ou o segredo da vida dupla de ?Capitu? era ameaçado. Na clássica ?Vale tudo?, o país parou na noite em que Odete Roitman foi assassinada. Tudo isso aconteceu muito antes de a trama chegar ao último capítulo. Mas tem que haver um último capítulo.

Mesmo depois de todo mundo saber que ?Simone? e ?Rosana Reis? eram a mesma pessoa, o público continuou curioso: afinal, ?Simone? perdoaria ?Cristiano?? Para acabar com essa dúvida, teve que aguardar até o último capítulo. ?Íris? teria um final feliz, ?Capitu? seria perdoada? Só no último capítulo. Quem matou ?Odete Roitman?? Mais uma revelação para o último capítulo.

Não sou o primeiro a comparar a atual investigação da Comissão de Ética do Senado com os capítulos de uma novela. Alguns capítulos desta trama ambientada em Brasília despertaram tantas emoções quanto as produzidas pelos autores de ?Selva de pedra?, ?Laços de família? ou ?Vale tudo?. A novela do Senado começou a despertar interesse no dia em que a funcionária pública Regina Borges admitiu que tudo que tinha dito até então sobre a quebra de sigilo da votação que cassou o ex-senador Luiz Estevão era mentira e que, na verdade, ela organizou a quadrilha que quebrou a segurança do computador do Senado. As emoções ficaram mais fortes no capítulo em que o honrado, digno, chorão e, embora sem partido, ainda senador José Roberto Arruda confessou a um público formado por estudantes de um grupo escolar (aquela sessão tinha mais estudantes na platéia do que senadores no plenário) que consultou, mas não ordenou. E, por fim, a emoção chegou quase ao máximo quando o aparentemente todo-poderoso ACM confessou que leu, mas rasgou. Um consultou, mas não ordenou. Outro leu, mas rasgou. Parece aquele terceiro que fumou, mas não tragou. Mas nada disso garantiu um pico de audiência. A novela vai esquentar mesmo amanhã, quando Regina, ACM e Arruda se encontrarem para uma acareação. Não há mistério de ?Rosana Reis? que supere a expectativa que cerca esse capítulo. A novela do Senado, finalmente, ganhará seu pico de audiência. Só que, passado o capítulo de amanhã, os espectadores vão querer saber o que vai acontecer com esse bando. Aí, sim, será escrito o último capítulo.

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Nessa história toda, vale a pena prestar atenção nas dúvidas da senadora Eunice Fernandes. Ela destruiu, com singeleza, a versão do senador José Roberto Arruda. Segundo Arruda, após fazer ?uma consulta? a dona Regina, ele recebeu, de um mensageiro, um envelope pardo. Abriu o envelope, viu que era a relação dos votos secretos e imediatamente foi entregá-lo a ACM. Em outras palavras, o senador Arruda não esperava receber a relação dos votos, pois tinha feito apenas uma ?consulta?. Mesmo assim, ao abrir o envelope, teve a certeza imediata de que aquela era a reprodução fiel da sessão que cassou Luiz Estevão. Por quê? Por que o senador Arruda não imaginou que aquilo poderia ser uma simulação? Por que o senador Arruda não procurou dona Regina para entender o que era aquela lista que ele não esperava? Longe de mim fazer o ainda senador Arruda chorar outra vez, mas ele está precisando se explicar de novo.

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Ainda não passou nos cinemas – nem vai passar – e também não chegou a ser programado pelo GNT – mas é bem capaz de ser porque o GNT não costuma perder documentários de qualidade. Mas você já encontra nas locadoras o filme que ganhou o Oscar de melhor documentário em 2001. ?Nos braços de estranhos – Histórias do Kindertransport ? merece ser visto. O filme narra o episódio pouco conhecido que, no início dos anos 30, tirou 10 mil crianças judias da Alemanha, da Áustria e da Tchecoslováquia, transportando-as para ?braços de estranhos? na Inglaterra. Elas afastaram-se de suas famílias, mas afastaram-se também da perseguição nazista. Ao contrário de 99% dos filmes que abordam a questão dos judeus na II Guerra Mundial, ?Nos braços de estranhos? não abusa do sentimentalismo. São depoimentos ricos, mas frios. Detalhistas, mas sem recorrer às lágrimas do espectador. O diretor Mark Jonathan Harris tem apenas a preocupação de contar bem uma história. E como a história é muito boa, o filme torna-se fascinante.

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Naquele programa popular de televisão exibido nas tardes de sábado, o apresentador pediu para o cantor de axé dizer ?o que tem no carro com a letra S?. Beto Jamaica foi rápido no gatilho

– Sinto de segurança.

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Quem disse que Gal Costa não desafina?"

Jornal do Brasil

"Intelectuais reagem a ato de baianos em apoio a ACM", copyright Jornal do Brasil, 2/05/01

"A crítica à posição política defendida por um artista é uma forma de ?patrulha ideológica?? A expressão que, a princípio, parece tão antiga quanto a proximidade com o poder do senador Antonio Carlos Magalhães ressurge com a manifestação de personalidades como a cantora Gal Costa e a escritora Zélia Gattai em defesa do mandato do pefelista, ameaçado de cassação.

?Isso não é corporativismo, é burrice. O outro diz: Fiz, sim, então tem que sofrer imediata cassação. Zélia Gatai está perdoada, tem 84 anos… Mas a atitude de Gal foi boba. Ela canta bem, mas é burrinha?, afirmou o compositor Jards Macalé.

?A traição dos cléricos, isto é, dos intelectuais e artistas, já virou lugar comum na história da cultura brasileira?, acusou o filósofo Adauto Novaes

?Ninguém fora da Bahia faria o que eles estão fazendo. É uma atitude nacionalista e patriótica dos baianos, que vêem nele um Robin Hood local. Caetano fala bem dele (ACM). Fico impressionado, mas não entendo?, analisou o diretor teatral Gerald Thomas

?A manifestação foi equivocada. Não se pode defender a mentira, muito menos de um senador da República. Não há dúvida de que os dois senadores têm quer ser punidos?, disse o poeta Ferreira Gullar.

Na realidade, a longevidade da relação de ACM com o poder -mais de 40 anos- supera até a existência da expressão patrulha ideológica -cunhada em agosto de 1978 pelo cineasta Cacá Diegues para responder ataques à sua obra vindos da esquerda brasileira.

O professor de sociologia da USP Sergio Micelli rejeita a denominação de patrulha ideológica às críticas aos apoiadores de ACM. ?Esse argumento é risível. Se eles puderam se manifestar a favor, outras pessoas não podem se manifestar contra? As pessoas têm valores diferentes. Sou favorável a que todos tenham liberdade de se manifestar?, defendeu.

?Sou contra patrulhamento, mas acho que quem dá apoio agora a Antônio Carlos, seja por que razão for, não tem cabeça política. Ele e Arruda merecem a cassação, porque que são o que há de pior na política brasileira?, afirmou o escritor e ensaísta Joel Rufino dos Santos.

O professor de antropologia social da UFRJ Otávio Velho aponta outro lado da questão. ?Um patrulhamento ideológico desses artistas pode, de fato, acontecer fora da Bahia. Mas e os que não foram à manifestação? Será que não vão ser patrulhados também? Afinal, ACM ainda é muito poderoso. Esse patrulhamento me preocupa?, declarou.

O cantor Lobão condena a atitude de Gal Costa e Zélia Gattai e diz que é importante saber que a Bahia não é habitada apenas por um ?clã carlista?. ?Apesar de ACM representar a Bahia, a Bahia é muito maior do que ele. E apesar de ser um senador baiano, aquela é uma parte da federação. Não pode haver argumento mais arrogante do que o cara é poderoso?, disse Lobão, sobre o que chama de ?prevaricação coronelista?, ?falta de cerimônia de algumas pessoas? e ?uma carteirada coletiva?. Para o cantor, o que se atribui a boas ações do senador ACM em relação à Bahia também gera, na mesma medida, uma espécie de retaliação sentimental por parte do restante do país. ?Estamos falando de um vilão nacional. Pelo que ando lendo, parece que é como uma guerra de secessão: que a Bahia não vai tolerar algo que não seja a absolvição do senador?, disse o cantor.

Otávio Velho segue na mesma linha. ?Conheço alguns baianos muito importantes que não estavam presentes na manifestação. É preciso olhar por esse ângulo também: nem todos os baianos ilustres estavam lá?, pontuou.

?Acredito que a situação desses artistas e intelectuais seja bastante difícil, devido à relação de amizade que eles têm com o senador. Eu não sei de que maneira isso se deu- se foi ele quem pediu ou mandou pedir a solidariedade. Fica sempre aquela dúvida?, declarou Ferreira Gullar.

O fato de ACM conseguir apoios até entre intelectuais de esquerda não surpreende Otávio Velho. ?Esses oligarcas costumam ter uma ala de esquerda entre seus seguidores. Sarney também tem no Maranhão, por exemplo. É que num ambiente provinciano, em que as alternativas políticas são poucas, criam-se esses nichos em torno dos oligarcas, que, afinal, são figuras complexas e interessantes.?

A manifestação dos artistas baianos é uma forma de bairrismo para Sergio Micelli. ?Todas aquelas pessoas se manifestaram usando a chave do regionalismo. Todos tentaram sublinhar a baianidade, passando a idéia de que ficariam órfãos e relevando outros aspectos que consideramos mais importantes do ponto de vista da cidadania?, criticou. ?É um bairrismo um pouco anedótico. Essas pessoas topam fazer isso porque acreditam que parte de seu status, de sua imagem, tem a ver com essa regionalidade?, analisou.

Micelli e Velho vêem com desconfiança a possibilidade de cassação de ACM e do senador José Roberto Arruda. ?Na questão da cassação, o timing é importante. Esse timing está relacionado com a pauta da mídia e com o cálculo eleitoral, já que estamos próximos de 2002. As alianças, pactos e coalizões que forem sendo costurados podem ser decisivos?, previu Micelli.

?Torço pela cassação?, assume Otávio Velho. ?Mas não sei se ela vai acontecer, porque não sou político e não sei o que se passa nos bastidores. Nem sempre, entretanto, tudo é definido nos bastidores. Às vezes a opinião pública predomina?, ponderou. O professor da UFRJ duvida, no entanto, dos efeitos positivos da cassação. ?Não sou ingênuo de pensar que uma cassação regeneraria a vida política brasileira. Tivemos o impeachment do Collor e outros escândalos surgiram depois.?

Patrulha do dendê

?Isso não é corporativismo, é burrice. O outro diz: Fiz, sim, então tem que sofrer imediata cassação. Zélia Gatai está perdoada, tem 84 anos… Mas a atitude de Gal foi boba. Ela canta bem, mas é burrinha.? (Jards Macalé)

?A traição dos cléricos, isto é, dos intelectuais e artistas, já virou lugar comum na história da cultura brasileira.? (Adauto Novaes)

?Ninguém fora da Bahia faria o que eles estão fazendo. É uma atitude nacionalista e patriótica dos baianos, que vêem nele um Robin Hood local. Caetano fala bem dele (ACM). Fico impressionado, mas não entendo.? (Gerald Thomas)

?A manifestação foi equivocada. Não se pode defender a mentira, muito menos de um senador da República. Não há dúvida de que os dois senadores têm quer ser punidos.? (Ferreira Gullar)

?Sou contra patrulhamento, mas acho que quem dá apoio agora a Antônio Carlos, seja por que razão for, não tem cabeça política.? (Joel Rufino dos Santos)

?Estamos falando de um vilão nacional. Pelo que ando lendo, parece que é como uma guerra de secessão: que a Bahia não vai tolerar algo que não seja a absolvição do senador.? (Lobão)

?Eu acho que não há mais patrulhamento. Logo, não existe o risco desses artistas e intelectuais baianos que se manifestaram a favor de Antônio Carlos sofrerem discriminação. Eles acham o Antonio Carlos Magalhães o líder ideal para a Bahia. O índice de intenção de votos em ACM para governador no estado dele já está em 70%, portanto, ele é ótimo para a Bahia. Mas é porque lá ele acabou com a miséria, a corrupção, os analfabetos e fez da Bahia o estado mais próspero da República. Já para o Brasil ele é um corrupto truculento, inadequado para um país que quer se modernizar. Eu acho que ele e os outros devem ter direito a um julgamento limpo. Mas, comprovada a culpa, ACM, Arruda e Jader devem ser exemplarmente punidos.? (Alcione Araújo, dramaturgo, escritor, roteirista)

?A violação do painel do Senado tem que ser muito bem apurada e os culpados, punidos exemplarmente, no rigor da lei, sejam eles quem forem. Tem-se que desmistificar isso de que ACM é o papa do Brasil.? (Carlinhos de Jesus, dançarino e coreógrafo)

?Se esses intelectuais e artistas estão apoiando, é porque acreditam na figura política do Antônio Carlos. Acho que eles não correm o risco de sofrerem patrulhamento. Democracia é permitir que as pessoas se manifestem livremente. Eu pelo menos não pretendo patrulhar ninguém. E no meu caso, o único político que apoiei publicamente foi o Mário Covas. Mas acho que nós estamos definiticvamente entrando numa nova era do país, mesmo porque esse estado deploráve em que a nação se encontra não pode ir muito além. Por isso mesmo, há que se acarear e se Antônio Carlos e Arruda forem culpados, devem ser punidos sim. Por muito menos um presidente americano foi deposto.? (Miguel Falabella, ator e autor teatral)

?Ninguém pode patrulhar mais ninguém. Esse período já passou. Estamos num processo democrático e cada um tem o direito de apoiar o que acha certo. Mas esse episódio envolvendo os senadores é uma vergonha.? (Paulo Goulart, ator)

?Vi pela TV, deu vontade de ir lá dar um abraço nele. O ACM é o protetor da Bahia, sempre brigou por nós. Em primeiro lugar o ACM, depois vem o resto na Bahia.? (Edílson, atacante do Flamengo)"

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"Apoio a Golbery tornou Glauber alvo de patrulha", copyright Jornal do Brasil, 2/05/01

"A luta contra a ditadura uniu artistas e intelectuais na linha de frente das passeatas e comícios. Até que em 1974 Glauber Rocha, criador da estética do Cinema Novo, levantou sua voz dissidente e proclamou que o general Golbery do Couto e Silva era ?gênio da raça?. As esquerdas não perdoaram o entusiasmo de Glauber por Golbery, criador do Serviço Nacional de Informações (SNI) em 1964 e, dez anos depois, executor da estratégia de distensão do regime militar.

Cacá Diegues, outro representante do Cinema Novo, ampliou o racha em 1978, ao acusar as esquerda de exercer uma ?patrulha ideológica? que não tolerava arte sem engajamento político.

As denúncias de patrulhamento ressurgiram em 1989, no calor das eleições vencidas pelo ex-presidente Fernando Collor contra Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. As atrizes Cláudia Raia, Marília Pera e Teresa Rachel apoiaram Collor, enquanto Lula exibia uma artilharia pesada na frente musical: Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Djavan.

A campanha de 1994 marcou o último momento em que o espetáculo da política incluiu o quadro da guerra de estrelas. Com a aura de artífice do Plano Real, o hoje presidente Fernando Henrique Cardoso atacou com um elenco de superprodução, em que se destacavam Tom Jobim, Gilberto Gil, João Bosco, Elza Soares e Jorge Amado. Lula perdeu o apoio do ator Paulo Betti, mas contou com a fidelidade de Chico Buarque, que se manteria na fracassada campanha de 1998."

Patrícia Oliveira

"Saturnino Braga pede paz à imprensa", copyright PanoramaBrasil, 4/05/01

"O relator da denúncia de fraude no painel do Senado, Saturnino Braga (PSB-RJ) criticou, hoje (5), o que chamou de assédio excessivo da imprensa. ?Tá demais. Essa tensão e cobrança da mídia. A agente tem que ter o mínimo de tranqüilidade para trabalhar?, desabafou.

Saturnino pediu que o deixassem em paz. ?Eu preciso ter paz para fazer meu relatório?, avisou. A nova data para entrega do parecer final deverá ser marcada na próxima terça-feira (8), depois de reunião no Conselho de Ética.

O relator ficou irritado ao ver publicado, hoje, em letras garrafais, no Jornal do Brasil que ele já tinha se decidido por indicar no seu relatório a pena de cassação para os senadores José Roberto Arruda (DF) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) por terem participado da violação do painel."

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