Sunday, 06 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1308

Uma barriga de três meses

DIRETRIZES

Victor Gentilli

As novas diretrizes curriculares para os cursos de Comunicação Social ? que produziram tanto bafafá nos últimos anos ? foram aprovadas no dia 4 de abril pelo Conselho Nacional de Educação. Não estão ainda em vigor, pois falta a homologação do ministro Paulo Renato Souza.

Na mídia, nada; nos sites especializados, nada. Tivemos a reunião da Compós, o IV Encontro de Professores, o Seminário do Provão e em nenhum desses eventos e vários outros o tema foi tratado. É verdade que muitos dão como certo a aprovação das novas diretrizes e já há muito tempo trabalham com elas.

Mas existem ? e não são poucos ? aqueles que acreditam que enquanto as novas diretrizes não forem aprovadas, ainda vale a velha, anacrônica e ultrapassada Resolução 02/84 (que estabelece o currículo mínimo). O fato é que, quando a nova LDB entrou em vigor, sepultou os velhos currículos mínimos.

Mas é de se estranhar este silêncio absoluto de três meses. As pessoas devem estar de olho em outras coisas.

 

EDUCAÇÃO

V.G.

As mudanças no sistema de avaliação do ensino superior, cujos decretos foram publicados no Diário Oficial dia 9 e 12 de julho, passaram batido pelos jornalões cariocas e pelas semanais.

A edição do Estado de S.Paulo da quinta-feira [12/7] publica grande matéria, com chamada na primeira, sobre os Centros Universitários. Jornalismo da melhor qualidade, com investigação e apuração corretas. A matéria mostra que essa nova modalidade de instituição vem fracassando sistematicamente nas avaliações promovidas pelo próprio MEC.

Os Centros Universitários são um meio termo entre Faculdades e Universidades, e, pelo visto, não conseguiram mostrar a que vieram.

Atingir o status de Centro Universitário, para uma instituição privada, é chegar no melhor dos mundos. Não há nenhuma obrigação de produzir pesquisa ou extensão (como nas Universidades), mas podem criar cursos, aumentar vagas sem pedir autorização ao MEC ? o que é dispensável nas Universidades, mas imprescindível nas instituições isoladas.

As Universidades e os Centros Universitários, agora, vão ser avaliados mais amiúde pelo MEC. Vamos ver onde a coisa vai dar.

Notas

** O leitor dos jornais cariocas encontra diariamente páginas e páginas comerciais das grandes fábricas de diplomas, à frente Estácio de Sá e UniverCidade (que além de erro de ortografia é erro de informação: a UniverCidade não é universidade, é Centro Universitário). As eventuais mazelas desses cursos, ao que tudo indica, vão ficar inacessíveis aos leitores de jornais.

** A edição de Veja desta semana [18/7/2001] mostra, na seção "Radar", que continua grande o poder de João Carlos Di Gênio, amigo do peito de ACM e maior empresário da educação no país. Conseguiu autorização de mil vagas para os novos cursos de Medicina que sua Unip vai criar às vésperas de o Diário Oficial publicar novas regras, mais exigentes.

** Instituição que funciona e trabalha bem em silêncio jamais alcança o atributo de notícia. Poucas semanas depois do CNPq, agora é a vez da Capes completar 50 anos. O MEC criou um prêmio para a melhor matéria sobre a instituição. Nada parecido com o Prêmio Bulgari. Ganha uma bolsa quem fizer a melhor matéria sobre os 50 anos da Capes.

** Articulista de Veja Cláudio de Moura e Castro comenta sobre a Capes na edição de 24/7/2001. Vale a leitura.

    
    
              

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