Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

História da comunicação no Brasil

O livro se inicia retratando um mundo de práticas predominantemente orais e as formas de comunicação pelas quais os escravos, no século XVIII, partilhavam a existência. A seguir, vê-se como a tipografia trazida na bagagem do Rei, introduz a impressão na narrativa, e como a implantação da imprensa no Brasil gerou uma nova ordem comunicacional letrada espalhando “redes de comunicação” por todo o território nacional e expandindo jornais de norte a sul do país. O quarto capítulo dedica-se à analisar de 20 jornais guardados na seção de manuscritos da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, cujas folhas manuscritas, muitas com o sentido crítico e satírico, outras com o claro propósito de espalhar opiniões de natureza política, levam a um mundo fascinante.

Nos capítulos seguintes têm lugar as transformações por que passaram a imaginação visual, o mundo sensorial, os aparelhos e tecnologias visuais e sonoros, especialmente o rádio, que modificaram a percepção e o cotidiano dos habitantes das cidades até atingir, nos anos 1940/50, uma extraordinária popularidade.

Os últimos capítulos do livro são dedicados à televisão e à descrição de alguns processos que mudaram os modos de comunicar no final do século XX. As duas décadas finais do século passado foram marcadas por transformações exponenciais. Entretanto, nos modos de comunicar contemporâneos ainda podem ser observadas permanências de um mundo da comunicação que não cessou de se transformar ao longo de séculos.

A autora

Marialva Barbosa nasceu no Rio de Janeiro, graduou-se em jornalismo na UFF (1976), fez mestrado em História na mesma universidade e é doutora em História também pela Universidade Federal Fluminense. Professora titular aposentada da Universidade Federal Fluminense, atualmente, é professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura. Pesquisadora do CNPq, atualmente é vice-presidente da INTERCOM. Atua há mais de vinte anos pesquisando a história da imprensa e dos meios de comunicação, tendo escrito sobre o tema vários livros e artigos. Seu livro História Cultural da Imprensa – Brasil, 1900-2000 foi ganhador da Medalha Carlos Eduardo Lins e Silva, como uma das mais significativas obras editadas, em 2007, sobre comunicação.

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[do release da editora]

Só é possível falar de uma história da comunicação considerando as épocas e os meios envolvidos por relações humanas. Mais do que uma história que se sucede no turbilhão dos tempos e das tecnologias, esse livro trata da história da comunicação na qual estão envolvidas prioritariamente práticas humanas. Afinal, a ação comunicacional é sempre fruto da humanidade que a acompanha.

Esse livro pode ser considerado como uma obra de síntese sobre história da comunicação no Brasil. Há uma extensa bibliografia sobre o tema, mas em todos se lê a história da comunicação a partir de mundos estrangeiros. Os processos da Europa Ocidental são transpostos para o território brasileiro, não contemplando as especificidades do que aqui ocorreu.