Friday, 26 de July de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1298

Jornais coincidem: Palocci é carta fora do baralho de Lula

A fragilíssima situação do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ocupa apenas duas das manchetes principais dos seis jornais mais innfluentes – Folha de S.Paulo, Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo, O Globo e Valor Econômico -, mas não há sombra para dúvida. Com maior ou menor ênfase, todos coincidem que, depois do ‘capitão’ de equipe, José Dirceu, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, perderá mais um pilar de sustentação. Desde o depoimento de Vladimir Poleto, na CPI dos Bingos, o destino do ministro está selado – e o ataque não tem fim anunciado no horizonte. Além das complicações já fartamente exploradas pelos jornais, há uma nova: a do envio de dinheiro para Angola e de favorecimento para empresários de Ribeirão Preto em negócios com o país africano. Angola figura entre os dez países mais corrputos do mundo.

Rogério Buratti e o promotor Sebastião Sérgio de Oliveira também renovam a varga contra o ministro nos jornais de hoje. O ex-assessor de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto disse em processo, com benefício da delação premiada, que o chamado ‘mensalinho’ de R$ 50 mil que eram recolhidos entre empresas para o caixa do PT, na verdade, incluía somas maiores. O promotor diz ter indícios sobre o aumento da quantia. Sebastião Sérgio de Oliveira, para refrescar a memória dos leitores, foi aquele mesmo procurador que, em 19 de agosto passado, foi condenado por integrantes do próprio Ministério Público e por pelo menos um ministro do Supremo Tribunal Federal por ter entrado e saído da sala onde o mesmo Buratti estava sendo interrogado para antecipar à imprensa as acusações de Buratti contra Palocci.

Buratti parece ter o ministro da Fazenda na mão, pois, até hoje, Palocci não respondeu às acusações, limitando-se a dizer que desconhece as razões para o comportamento do ex-assessor. Uma pista consistente sobre as investidas de Buratti contra o ministro ocupou as primeiras páginas do dia seguinte ao depoimento de agosto (veja abaixo reprodução da capa do O Estado) – mas a imprensa não seguiu, ou não quis seguir, o recado dado por Buratti. Para situar o eleitor, neste dia Buratti chegou ao depoimento trajando um macacão abóbora de presidiário e saiu do interrogatório de camiseta polo. Entre um momento e outro, ele deu entrevista coletiva aos repórteres com outra camiseta – a da seleção de futebol de Portugal.

Qual a razão do figurino naquela ocasião?

Haverá em Portugal alguma informação ainda mais explosiva contra o ministro?

Clique na imagem abaixo para constatar se Buratti estava ou não dando algum recado.


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