Sunday, 28 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Jornalistas precisam de um e-mail criptografado

Quando Snowden decidiu procurar o jornalista Glenn Greenwald, a primeira coisa que o antigo técnico da NSA perguntou foi se ele usava algum tipo de e-mail criptografado. A resposta inicial foi não, o que não surpreende.

É provável que 99,9% dos jornalistas não usem qualquer tipo de comunicação segura pela rede. Só quando Greenwald instalou o software PGP (www.pgpi.org) que Snowden pôde finalmente se comunicar e enviar documentos para ele.

O caso ilustra algo muito sério: em um mundo onde a vigilância é um fato, todo jornalista investigativo passa a ter a obrigação de usar ferramentas de criptografia.

Não tem mais desculpa. Profissionais e órgãos de mídia precisam se tornar craques no uso de ferramentas de segurança da informação. Só assim vai ser possível comunicar-se com fontes de informações sensíveis.

Chattorna segurança mais fácil

O que está em risco é um elemento básico do trabalho de jornalista: comunicar-se com as fontes e apurar informações de interesse público. Sem o uso mínimo de ferramentas de privacidade, o jornalismo está hoje exposto.

Para aprender a usar esse tipo de ferramenta não é preciso ir longe: o CMI (Centro de Mídia Independente) lançou o projeto www.temboinalinha.org, onde explica o básico sobre o tema.

O projeto www.antivigilancia.tk (no qual, vale dizer, estou envolvido) faz o mesmo.

Se muita gente reclama que o PGP é difícil de usar, lá dá para conhecer o www.Crypto.cat, chat criptografado que torna a vida de qualquer pessoa interessada em segurança mais fácil. O nome parece brincadeira. Já o tema, de brincadeira não tem nada.

******

Ronaldo Lemos é colunista da Folha de S.Paulo