Friday, 11 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1309

O Globo

‘A Globo Comunicações e Participações S.A. (Globopar) obteve ontem aprovação para completar a reestruturação de sua dívida. Votaram detentores de bônus da empresa no valor total de US$ 822,5 milhões, ou 84% do universo dos papéis. Destes investidores, 81%, representando US$ 665,4 milhões, aprovaram a reestruturação. Foram feitas seis reuniões de investidores.


– Estamos extremamente satisfeitos com o apoio maciço que recebemos dos detentores de nossos papéis – disse o presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho. – Gostaríamos especialmente de agradecer aos comitês de credores e outros investidores-chave por trabalharem com a Globopar para atingir essa marca. Estamos ansiosos por completar esse processo de reestruturação.


A Globopar recebeu aprovação para a reestruturação da dívida em quatro séries de bônus: as notas da Série B, de US$ 250 milhões, com vencimento em 2006; as notas de US$ 500 milhões, que vencem em 2008; aquelas de 100 milhões de euros vencidas em 2004; e as de US$ 100 milhões vencidas também em 2004.


No mês passado, a empresa havia recebido o sinal verde para a reestruturação da dívida dos papéis de US$ 80 milhões vencidos em 2004, emitidos pela Globopar Overseas Ltd.; e das notas da Série A, de US$ 100 milhões, vencidas em 2004, emitidas pela Globopar.


Negociação de papéis será feita por leilão holandês


Nas próximas semanas, os detentores desses papéis serão avisados da data de início do leilão holandês (modalidade em que o preço do papel é gradualmente reduzido, até receber uma oferta). Os investidores também receberão outras informações sobre a reestruturação financeira da Globopar e sobre como participar do processo.


A proposta de reestruturação foi anunciada em outubro do ano passado. Na ocasião, a Globopar já havia fechado acordo com credores que têm a receber US$ 421 milhões, do total de US$ 1,34 bilhão. A empresa iniciou há mais de dois anos o processo de reestruturação de sua dívida. O acordo da Sky com a DirecTV e a News Corp., por exemplo, teria reduzido o montante total do endividamento em US$ 220 milhões. Já a venda da participação na Net Serviços para a mexicana Telmex, de Carlos Slim, acordada em junho de 2004, deve contribuir com outros US$ 130 milhões.’




Folha de S.Paulo


‘Globopar anuncia acordo para reestruturar dívida de US$ 1 bi’, copyright Folha de S.Paulo, 22/4/05


‘A Globopar (Globo Comunicações e Participações) anunciou ontem que recebeu sinal verde dos credores para a reestruturação de dívida estimada em cerca de US$ 1 bilhão.


Quatro dos seis grupos credores -que detêm de mais 80% da dívida da Globopar- manifestaram-se favoravelmente à reestruturação. Em reunião em março deste ano, a empresa não obteve apoio suficiente para reestruturar todos os débitos. Recebeu, na ocasião, aprovação de dois grupos de credores que detinham parcela de US$ 180 milhões da dívida total.


Em nota divulgada ontem, Roberto Irineu Marinho, presidente das Organizações Globo, disse ter ficado satisfeito com o apoio dado pelos credores, que vão receber, a partir de agora, instruções para o processo de troca de papéis.


A Globopar deve gastar entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões na primeira etapa da reestruturação, o que dá um desconto nos papéis de 30% a 50%. A troca de papéis pode representar um abatimento de até US$ 400 milhões de sua dívida. Essa troca, já aprovada, ocorre em várias operações -cada uma com condições de juros e prazos diferentes. As amortizações começam em 2005. As maiores acontecem em 2009, 2010 e 2011. As últimas ficam para 2012. A dívida total da Globopar estava em cerca de R$ 4 bilhões no final de 2004.


Editora Abril


A Editora Abril também acertou a conclusão do processo de reestruturação de parte de sua dívida, de R$ 780 milhões, iniciado no final do ano passado. A empresa informou anteontem ter celebrado contratos de refinanciamento de 68% de seus débitos, sem desconto ou perdão das dívidas.


É apenas um alongamento dos prazos com condições melhores. O montante renegociado é de R$ 485,9 milhões e será amortizado em três parcelas: 20% até o fim de dezembro de 2006, 40% no final de dezembro de 2007 e 40% no final de 2008. Também foi acertado o refinanciamento de um empréstimo de cerca de R$ 39 milhões com um banco local, que será pago no final de 2006. No ano passado, a Abril vendeu 13,8% de seu capital para o grupo financeiro Capital Internacional Group por R$ 150 milhões.’




Adriana Chiarini


‘Globopar conclui a renegociação de bônus’, copyright O Estado de S.Paulo, 22/4/05


‘A Globopar – holding das Organizações Globo para os setores de TV por assinatura, editora e gráfica – alcançou um acordo com os credores para reestruturação da totalidade dos seus títulos externos que, somados, superam US$ 1 bilhão. A dívida total, incluindo a interna, era de R$ 5,672 bilhões em dezembro.


A empresa, que não inclui os negócios da família Marinho com jornais e rádio, parou de pagar as dívidas em 2002, sob impacto da alta do dólar naquele ano. Desde então vem negociando com os credores. Pelas linhas gerais para reestruturação da dívida, divulgadas em outubro, a TV Globo, que não era controlada da holding, passará a formar uma só empresa com a Globopar, respondendo conjuntamente por todas as dívidas, dependendo de autorização das autoridades brasileiras.


Dois dos seis papéis externos da companhia já tinham sido renegociados no mês passado e a aprovação dos credores para os novos termos referentes à dívida relativa aos quatro restantes foi dada em reunião ontem em Londres.


As condições aprovadas não foram divulgados. A proposta feita em fevereiro aos credores previa alongamento da dívida para até 2012. Segundo a proposta, para substituir os títulos, a empresa emitiria outros cinco tipos – dois deles na moeda brasileira com juros referenciados nos Certificados de Depósito Interbancário (CDI) mais 1% ao ano e, os demais, em dólares.’