Tuesday, 07 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Pedro Doria

‘O surgimento da Internet comercial lançou o jornalismo impresso na pior crise de sua história. O drama não se conta em relatórios trimestrais ou na flutuação de ações nas Bolsas; tampouco é medido pela quantidade de demitidos nas redações de todo o mundo. Tudo é conseqüência: o drama é que adolescentes e jovens adultos, em meados da primeira década do século, lêem muito menos jornais do que liam. É nesta idade que se cria o hábito – e o hábito desta turma é se informar pela Internet.

A cada geração, o número de consumidores de jornais diminui – e a curva está se inclinando numa velocidade estonteante. Ponha-se num gráfico a diminuição de circulação dos jornais nos EUA, por exemplo, e o fim tem data marcada. É em 2043. Dificilmente acontecerá, deve haver uma estabilização em algum momento. Mas a crise é real. Philip Meyer tem 75 anos, é um velho repórter aposentado do grupo Knight Ridder, que publica mais de uma dezena de jornais nos EUA, professor da Universidade da Carolina do Norte e autor de ‘The vanishing newspaper’ (O jornal desaparecendo). Ele foi entrevistado por NoMínimo por telefone.

Jornalistas não costumam gostar de discutir números e rentabilidade porque consideram que seu negócio é diferente de outros negócios. É um serviço público, exige responsabilidade social, os investimentos não podem depender apenas de retorno monetário em cada decisão. Nos tempos correntes, da economia dominada por analistas que vêem planilhas e apenas, é um argumento difícil de defender.

Meyer sugere um novo modelo econômico para analisar a viabilidade da imprensa: é o modelo da influência. O que a imprensa oferece é influência, influência social e influência comercial. A influência social está na divulgação daquilo que acontece na comunidade. O enfoque nos problemas força mudanças de rumo. Esta influência não está à venda. A influência comercial vai dos grandes anúncios aos classificados, e vende-se. A relevância de um órgão de imprensa é dada por sua influência social e é o público quem decide isto. Se o jornal for relevante, venderá bem seus anúncios.

Influência social não se cria num dia, tampouco se perde rapidamente. Um jornal que ganhou influência pode depenar sua redação, perder qualidade, e ainda assim, durante alguns anos, os leitores vão comprá-lo. Um dia acaba. A manutenção da relevância se dá investindo em reportagem e análise, em se mostrar sempre capaz de encontrar novos aspectos do cotidiano que precisam melhorar. Às vezes, parece investimento a custo perdido. A longo prazo, faz sentido.

Mas, para se sustentar, não basta influência social. É preciso que os anunciantes se interessem pelo veículo. E se o veículo não atrai mais leitores, há um problema. Em meados dos anos 90, o presidente da Knight Ridder, Tony Ridder, reuniu vários dos editores de seus jornais para conversar sobre os destinos do negócio. Um deles perguntou o que é que mais lhe dava medo, o que fazia com que perdesse o sono. ‘Classificados eletrônicos’, respondeu Ridder.

Este mês houve o lançamento do Google Base, e o Google Base oferece classificados eletrônicos de graça. Então é isso? Acabou?

É difícil dizer. Acho que jornais ainda podem ser rentáveis, mas não nos níveis aos quais os proprietários estão acostumados. É um ramo habituado a margens entre 20% e 40% de lucro e vão ter que lidar com uns 6%. Não há como fazer esta transição sem muito sofrimento e crise. Eles estão numa situação difícil.

O que pode mantê-los vivos sem classificados?

Os classificados correspondem a 40% da renda com anúncios em jornais. E há outras maneiras de financiar. Uma delas seria cobrar mais dos leitores. De qualquer forma, a propaganda grande ainda é importante para os lojistas locais aqui nos EUA. Também há sinais de que os grandes anunciantes nacionais poderão voltar, conforme a audiência da televisão fica mais fragmentada.

A maior preocupação dos jornais no Brasil, hoje, é como atrair adolescentes e jovens de vinte e poucos. Eles recebem notícias pela Internet.

Isto também é verdade para os Estados Unidos. A maneira de os jornais lidarem com isso é desenvolver produtos online que lhes permitam manter sua influência com os jovens. E isto quer dizer conteúdo original, dirigido diretamente aos jovens, não apenas a reprodução do que é impresso.

Seu modelo de influência se presta a toda a indústria de informação, certo?

Certo.

Porque às vezes parece que os jornais serão um produto de nicho no futuro.

É bem possível. E talvez a maneira de aproveitar este modelo de influência seja produzir um híbrido que utilize o online para o noticiário e o impresso para uma análise mais cautelosa. Outro modelo seria usar o online para todas as funções jornalísticas e ter um impresso semanal que seja um resumo das notícias. Tem um produto impresso novo nos EUA chamado ‘The Week’, que traz um sumário bastante conciso das notícias nacionais e internacionais da semana. Ultimamente tenho me viciado nele, porque traz tudo o que perdi ao longo da semana.

O senhor lê jornais?

Sim. Assino três, um local, o ‘USAToday’ e o ‘Wall Street Journal’.

E usa a Internet?

Sim, claro, especialmente para acompanhar as notícias do dia que me interessam mais. Estou sempre encontrando sites interessantes.

A Internet conseguirá financiar grandes redações e a manutenção de um repórter numa pauta por meses a fio?

Algum modelo precisará ser encontrado porque a sociedade precisa disto. Se as empresas não conseguirem fazê-lo, então ONGs o farão. E isso já está acontecendo aqui, posso citar duas organizações. Uma é o Centro por Políticas Eficazes e a outra o Centro pela Integridade Pública. Eles fazem reportagens investigativas. O Centro pela Integridade Pública foi fundado por um repórter de televisão que estava frustrado por conta de a empresa na qual trabalhava não permitir que investigasse o que ele considerava importante.

O cidadão comum sabe que jornalismo é importante?

Bem, de vez em quando, temos um momento dramático em que isto fica evidente. O melhor exemplo é Watergate. Agora há reportagens interessantes a respeito das origens a Guerra no Iraque.

Como as de Seymour Hersh para a ‘New Yorker’?

Sim, e como as da sucursal em Washington da Knight Ridder, que primeiro questionaram a existência de armas de destruição em massa.

E as pessoas reagem a isto?

Sim. Mais importante, talvez, os vilões da história reagem. O princípio básico do jornalismo é que se você joga luz sobre os problemas, eles se resolvem.

Como o senhor vê blogs e o jornalismo amador online?

Eles são como os panfletários dos primeiros cem anos após a invenção da imprensa. O que aconteceu com aqueles que escreviam panfletos é que após um tempo se organizaram e formaram jornais. Acho que os blogueiros vão acabar montando algum tipo de organização hierárquica. Não sei que forma terá, mas potencialmente é ótimo. Eles terão que dar forma a algum tipo de instituição que possa ser responsabilizada pelo que publica.

Quando o blogueiro solitário vende seus próprios anúncios, rompe-se a separação entre quem vende anúncios e quem produz o editorial. Esta quebra da separação entre Igreja e Estado não é preocupante?

Provavelmente sim. Mas não podemos nos esquecer de que o que chamamos nas redações de separação entre Igreja e Estado é uma divisão artificial criada para resolver abusos sérios que existiam. Se o modelo da influência estiver certo, as fontes de informação confiável serão premiadas. Então, o blogueiro solitário que puser informação a serviço de seus anunciantes será penalizado.

De certa forma, cada blogueiro é um ombudsman da blogosfera, eles estão sempre apontando os erros um do outro.

Sim, pois é. Existe um sistema de autocorreção.

E os outros produtos jornalísticos na rede, como a ‘Slate’ ou a ‘Salon’?

Eu sou assinante da ‘Slate’. O que vemos é que já existe uma hierarquia de reputações se desenvolvendo na Internet. Nós vamos depender cada vez mais da Internet para notícias, principalmente conforme aparelhos de conexão mais portáteis vão surgindo.

O senhor arriscaria um prazo para que a Internet vire a principal fonte de informação?

Não, não, sou sempre um fracasso com essas previsões e constantemente me surpreendo com a velocidade de mudança.

Quando foi a última vez que o jornalismo mudou tanto?

Quando a imprensa foi inventada. Porque antes de Gutenberg, a maior audiência possível para uma notícia era a limitada pelo alcance da voz humana. A imprensa não apenas aumentou o tamanho da audiência como criou registros que podiam ser transportados de um canto para o outro. Isto foi o que fez a Igreja perder seu poder.

A Reforma?

Sim, porque quando as pessoas começaram a ler a Bíblia por elas mesmas, deixaram de precisar da Igreja para interpretá-la. Então, aquela foi uma mudança extremamente profunda. É possível que as mudanças trazidas pela Internet venham a ser igualmente profundas, de maneira que não conseguimos ver ainda.

Já dá para ver isto?

Não ainda. A velocidade do tráfego de informação aumentou e tenho a impressão que isto vai acelerar mudanças sociais. Mas poderia já estar acontecendo e simplesmente estamos próximos demais para perceber.

Quais serão os sinais para que percebamos estas mudanças?

Acho que será o aumento da demanda por democracia. Porque uma população informada é uma população poderosa, acho que foi James Madison (considerado o pai da Constituição dos EUA) que falou algo parecido com isso. Conhecimento é poder.

O ‘New York Times’ era o símbolo de o que um jornal deveria ser. Bob Woodward, agora envolvido nesta confusão de fontes anônimas e crimes federais, era o símbolo de o que um repórter deveria ser por conta de seu trabalho em Watergate. Será que estes são sintomas de uma crise mais séria dos jornais impressos?

Não tinha pensado nisso. Mas Judith Miller (repórter estrela recém-demitida do ‘New York Times’) e Bob Woodward são aquele tipo de repórter de Washington que depende de fontes anônimas que estão no centro do poder. Fontes anônimas têm sido importantes porque é assim que algumas partes do governo, da estrutura do poder, podem comunicar coisas que não poderiam diretamente. É uma maneira de enviar sinais para as ruas que facilita o exercício da democracia representativa. Porque vários balões de ensaio têm que ser lançados para se medir a reação popular a determinadas medidas, e isto tem sido útil para o funcionamento do governo.

Mas isto é também perigoso para o jornalista, porque ele pode ser usado. Ao que parece, isto ocorreu tanto com Woodward quanto com Miller. Porque eles ficaram tão próximos de suas fontes no governo que se transformaram em apologistas do governo. Sempre foi preciso muito cuidado por parte do comando editorial para evitar este tipo de coisa. E, tenho a impressão, o ‘New York Times’ vem se sentindo confiante demais nestes últimos tempos.

Não há mais um editor do porte de um Abe Rosenthal.

É isto. A família que controla o jornal já está na terceira ou quarta geração, talvez eles precisem de comando mais profissionalizado agora. Eu particularmente sempre preferi um jornalismo investigativo diferente do praticado por Woodward e Miller. É o baseado em documentos. Jornalismo investigativo baseado em fontes anônimas tem muitos riscos.

Existe uma maneira antiga de fazer jornalismo que está morrendo e uma nova nascendo?

Sim. O velho jornalismo era dominado por um único jornal local e, mesmo no nível nacional, sempre foram alguns poucos jornais que não respondiam a ninguém. Com os blogueiros ou mesmo com outros usos da Internet, esta cobrança da qualidade da informação está vindo e forte. Isto será bom para o jornalismo, o padrão de qualidade vai ser mais exigente. Grande parte da imprensa está acostumada com o monopólio da informação e ficou arrogante. A nova mídia será muito mais humilde e mais disposta a aprender.

Este jornalismo do futuro será muito fragmentado, então.

Sim, este híbrido de jornais, televisão e rádio na Internet será fragmentado, mas imagino que terá algum tipo de um gerenciamento centralizado. E este gerenciamento será mais inteligente.

Mas ainda falta um modelo de sustentabilidade.

Estamos num momento de transição agora. O velho modelo econômico já não sustenta mais e um novo ainda não surgiu.

Quais foram as reações a seu modelo de influência?

Bem, ele parece ser intuitivo para algumas pessoas. Certamente o era para nós no grupo Knight Ridder dos anos 70. As pessoas nos jornais gostam do modelo porque ele oferece um princípio econômico para aquilo que fazem. Minha preocupação é com a turma de Internet, não sei se eles entendem isso.

Não?

Eles não têm a mesma tradição de responsabilidade social que os jornais desenvolveram. Mas eu posso estar errado. Veja os caras do Google, que são obviamente muito inteligentes, algumas das decisões que eles tomaram mostram que eles são capazes de buscar mais recursos sem pôr em risco a integridade editorial.

Por exemplo?

A decisão de separar anúncios dos resultados de busca. Ou a decisão de vetar anúncios pop-up. Na verdade, agora que você me fez parar para pensar, talvez o conceito seja até óbvio. Se eu estiver certo e este modelo de influência for o melhor modelo econômico, o mercado vai premiá-lo. Então, mesmo as pessoas que venham de fora da tradição jornalística vão segui-lo para ter sucesso.’



OESP MAIS ADMIRADO
Carlos Franco

‘Pelo terceiro ano, ‘Estado’ é o jornal mais admirado do País’, copyright O Estado de S. Paulo, 5/12/05

‘Pelo terceiro ano consecutivo, O Estado de S. Paulo é o jornal mais admirado do Brasil, em pesquisa realizada pelo portal Meio&Mensagem Online, exclusivamente com assinantes do jornal desse grupo especializado em publicidade e comunicação. Coordenada pela Troiano Consultoria de Marca, a pesquisa é realizada desde 2000 e reflete também a visão dos profissionais de mídia, que, em suas agências de publicidade, avaliam o desempenho dos veículos na comunicação com os consumidores.

O Estado conquistou 66 pontos no Índice de Prestígio da Marca, que vai de 0 a 100, a pontuação mais alta entre todos os jornais e veículos de outros meios avaliados, como revistas, rádios, internet, canais de TV aberta e TV por assinatura. A Rádio Eldorado, também do Grupo Estado, foi a segunda marca de maior prestígio no segmento rádio, de comunicação, empatada com a rádio Jovem Pan, num ranking liderado pela rádio CBN.

Para o diretor de Marketing do Grupo Meio & Mensagem, Marcelo de Salles Gomes, figurar na lista dos finalistas, na chamada Top 10, já é uma vitória para um veículo de comunicação, levando-se em conta que os eleitores são pessoas qualificadas e da área de comunicação e propaganda. ‘Vencer nessas condições é muito importante, principalmente porque o principal critério da avaliação dos jornais é a credibilidade, enquanto na internet é a inovação.’

Salles Gomes acredita que o processo de renovação contínua do Estado, iniciado em outubro com nova programação visual e o lançamento de novos cadernos e suplementos, contribuiu para essa avaliação positiva.

O IPM obtido pela marca O Estado de S. Paulo também foi mais alto em relação ao meio revista, onde a liderança ficou com Veja (IPM de 55 pontos), seguida de Exame (46), Época (41), IstoÉ (40) e Carta Capital (39).

No meio internet, onde o principal atributo é a inovação, a liderança ficou com o UOL (IPM de 46).

Nos meios TV aberta e por assinatura mais rádio, diz Salles Gomes, os principais atributos são conteúdo editorial e programação. ‘Esses critérios são importantes para desempate e têm mais peso na avaliação dos meios.’ Ele realça a importância dessa avaliação, feita por 1.115 profissionais que tomam decisões que afetam o mercado de comunicação.’



JB EM CRISE
Milton Coelho da Graça

‘Um JB novo (ou cada vez mais velho?)’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 1/12/05

‘O Jornal do Brasil fez uma bela despedida de Ricardo Boechat. Nesta quinta (1/12), na mesma página (6 do primeiro caderno) em que a coluna saíra até a véspera, encheu de editais e completou com um anúncio meio louco com o seguinte texto: ‘Janeiro – O JB vem com tudo em 2006’. Abaixo, em corpo bem menor, deu a informação:

‘Aos leitores – O Jornal do Brasil encerra hoje (o que, na verdade, ocorrera na véspera) a publicação da coluna Boechat. Em 2006, o JB vem com tudo.’

Na página fronteira (7) anuncia nova coluna – escrita parcialmente pelos leitores-, novo caderno de Economia – copiado da Gazeta Mercantil -, nova gráfica, novo design, novo endereço – tudo isso, sem gastar qualquer centavo adicional com novos jornalistas. Será isso tudo novidade no JB?

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Xô, xô! Passaralho ataca o caçula Q!

Q! sofre o primeiro ataque do passaralho. Cinco demissões certas, mas já quem fale em dez.

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Mas ‘Meia Hora’ cresce e canibaliza

Enquanto isso, MEIA HORA vai avançando. Números confirmados por concorrentes falam em 70 mil, mas o próprio O DIA – pai da criança – fala em 90 mil. Mas a discordância maior se refere a quem está sofrendo mais.

Pessoal do EXTRA afirma que só perdeu 10 mil exemplares diários e o próprio O DIA vem perdendo muito mais. Mas o pessoal de O DIA afirma que ocorre o contrário: MEIA HORA (50 centavos) está comendo muito mais o EXTRA (1,10) do que O DIA (1,30). Os jornaleiros acham que a perda está pau a pau.’



EDITORA ABRIL
Carlos Franco

‘Editora Abril licencia seus títulos no exterior’, copyright O Estado de S. Paulo, 5/12/05

‘Depois de licenciar vários títulos de revistas estrangeiras para estimular a leitura dos brasileiros, como Style (Estilo), Elle, Playboy, Marie Claire e Cosmopolitan (Nova), entre outras, a Editora Abril começa 2006 com o desafio de licenciar 19 dos 46 títulos que tem na carteira. O primeiro deles, com estréia prevista esta semana no Chile, é a revista Contigo!.

O diretor-superintendente da Contigo!, Laurentino Gomes, disse que, no mercado chileno, o aproveitamento do conteúdo da edição brasileira será de 70%, tanto que, no número de estréia, que começa a circular hoje, há na capa chamadas para reportagens com dois atores brasileiros: Carolina Dieckmann e Reynaldo Gianecchini.

‘As novelas da TV Globo hoje fazem sucesso no mercado chileno e há interesse sobre esses atores. A revista também tem conteúdo com foco nas produções de cinema americanas. Já 30% das páginas serão com conteúdo local’, afirma Gomes. A revista, que foi licenciada pelo Grupo Editorial Ceiba, contará com assistência técnica da Abril para a diagramação e o conteúdo. ‘Mas não teremos redação no Chile, nem edição. Estamos licenciando o título e assinando o compromisso de conteúdo e supervisão editorial.’

Os planos de internacionalização da Editora Abril, que já testou a revista AnaMaria no mercado de Angola, são, no entanto, bem mais audaciosos. Douglas Duran, diretor de Relações Internacionais da Editora Abril, revela que a empresa está negociando com os chineses o licenciamento de títulos.

‘Países emergentes têm hoje grande necessidade de produtos como as revistas que desenvolvemos ao longo dos últimos anos, e dispomos do que hoje é mais importante que o processo de produção: o conteúdo, além de conhecimento de distribuição’, diz. São esses ativos, o conteúdo e a distribuição, o que a empresa oferece aos novos parceiros, na forma de licenciamento e consultoria, além do acompanhamento da implantação dos projetos.

MÁQUINAS DE COSTURA

Além da China, Duran aposta também em negociações em países como a Sérvia e Montenegro, por exemplo. ‘Na Sérvia, detectamos um grande interesse pela revista Manequim, pois lá a moda ainda passa pelas máquinas de costura e o acervo de moldes de que dispomos interessa àquele mercado.’ Na China, os estudos estão voltados principalmente para a revista Claudia.

Segundo Gomes, o grande acervo de conteúdo da Editora Abril e a disposição da empresa em acompanhar o passo-a-passo da implantação desses projetos em outros países é que fazem a diferença nas negociações. Duran conta que, em feira do segmento revista realizada em Paris no mês passado, a empresa pôde sentir o termômetro desse mercado de licenciamento, seguindo o caminho que trilhou na contrata.’