Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Comunicar é colaborar

Os profissionais da comunicação são os principais meios que promovem mudanças no comportamento da humanidade. Nesta perspectiva, a sociedade exige um profissional cada vez mais informado, qualificado e preparado para atuar com pautas sobre desenvolvimento humano, meio ambiente e sustentabilidade.

Os comunicadores deste século têm um papel fundamental a exercer no processo de conscientização e de mobilização para a sustentabilidade. Pesquisadores da área afirmam que, comunicar de forma adequada, favorece para a consolidação do conceito de sustentabilidade, a fim de eliminar grandes equívocos como ações meramente pontuais e a limitação de uma visão sustentável somente para área ambiental.

A sustentabilidade deve ser compreendida de forma ampla, a abranger não somente o caráter ambiental, como também os aspectos socioculturais, políticos e econômicos, pois ao contrário do que entendem alguns comunicadores, ela deve englobar, impreterivelmente, todas as ações humanas, objetivando a defesa de condições ideais para que os cidadãos desfrutem de uma qualidade de vida.

Alinhada aos valores éticos, a justiça social e a liberdade, a comunicação para a sustentabilidade promove a conscientização dos indivíduos para os riscos ao consumo inconsciente, ao desperdício das riquezas naturais e à desigualdade social.

Mobilização e influência

Esse novo jeito de fazer comunicação implica, fundamentalmente, no compromisso dos comunicadores, pois estes devem criar um conjunto de ações voltadas à conscientização e mobilização de crianças, jovens e adultos sobre as reduções dos impactos ambientais no planeta e, além disso, fazer com que todos conheçam os problemas que ameaçam a sobrevivência humana e a existência de um planeta equilibrado, fortalecendo os valores e as atitudes que desenvolvam um ser mais sustentável.

É possível afirmar que o perfil curioso e investigador dos profissionais de a comunicação tem semelhança com a área de sustentabilidade, uma vez que ele busca a transformação. Todavia, os jornalistas, e a mídia de maneira geral, carecem abrir as suas pautas para focar a sustentabilidade usá-lo a fim de publicizar o marketing verde das empresas.

Neste sentido, é necessário que todos estejam atentos e esclarecidos sobre o conceito autêntico de sustentabilidade e estar comprometido com a qualidade da informação. A comunicação para sustentabilidade não falseia os dados, averigua as causas e consequências de atos e decisões, e analisa, criticamente, o impacto do não desenvolvimento social à sociedade. A sustentabilidade não abre mão da capacidade de mobilização e de influência junto à opinião pública, em prol do meio ambiente, dos direitos humanos e da liberdade de expressão.

Necessidade imprescindível

Os educadores devem orientar desde a educação infantil ao doutorado sobre a importância da democracia e da conduta cidadã, no respeito ao próximo, na solidariedade com as minorias, na defesa da ética e do compromisso com o interesse coletivo e social. Os educadores são instrumentos de suma importância, pois estes disseminam conhecimentos, princípios e valores que se concretizam na formação de um cidadão atento com a sustentabilidade. A educação, em todas as suas formas, deve abraçar as questões do desenvolvimento sustentável.

Os jornalistas, os relações públicas, os publicitários e os profissionais de marketing, precisam realizar um trabalho em conjunto. A prática social destes profissionais englobam ações voltadas para a comunicação sustentável, rejeitando processos de manipulação em todos os canais de comunicação que, de qualquer forma, tentam induzir ao consumo inconsciente. Estes devem agir com responsabilidade e comprometidos com a ética e a transparência.

A comunicação para a sustentabilidade é imprescindível para o fortalecimento da democracia. Ela se fundamenta na defesa da biodiversidade, na justa distribuição dos recursos naturais, valorizando a identidade e a cultura de todas as nações. Nos dias de hoje, comunicar para sustentabilidade tornou-se muito mais que uma utopia, mas uma necessidade imprescindível para indivíduos, organizações e governos, pois garante aos seres humanos o equilíbrio entre a economia e o planeta verde, que resulta, primordialmente, no desenvolvimento da qualidade de vida.

Referências

DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2011.

FIALHO, Francisco Antonio Pereira et al. Gestão da sustentabilidade na era do conhecimento. Florianópolis: Visual Books, 2008.

GUEVARA, Arnoldo José de Hoyos et al (org.). Consciência e desenvolvimento sustentável nas organizações: reflexões sobre um dos maiores desafios de nossa época. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

NASCIMENTO, Elimar Pinheiro do; VIANNA, João Nildo (org.). Dilemas e desafios do desenvolvimento sustentável no Brasil. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.

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Jean Carlos da Silva Monteiro é estudante, São Luís, MA