Friday, 26 de July de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1298

AP repreende tuítes sobre jornalistas presos em Manhattan

As normas da Associated Press para o uso de mídias sociais alertam que funcionários não devem “divulgar notícias que não foram publicadas pela agência, não importa em qual formato”. Esta, no entanto, não teria sido a única razão para envio de um memorando à equipe, esta semana, após jornalistas terem tuitado informações sobre a prisão de dois jornalistas da AP durante a expulsão dos manifestantes do movimento Ocupe Wall Street do parque Zuccotti, em Nova York.

“Nossa prioridade é a segurança e o bem estar de nossos funcionários e não deveríamos divulgar nada até ter a total compreensão do que exatamente está acontecendo. Esta é a política padrão da AP para situações nas quais repórteres estão sob custódia, tanto nos EUA quanto no exterior”, afirmou Lou Ferrara, chefe de redação e vice-presidente de esportes e entretenimento da AP, na mensagem que alertava os funcionários a não tuitar sobre os dois jornalistas detidos – a repórter Karen Matthews e o fotógrafo Seth Wenig.

Alerta

A editora-executiva Kathleen Carroll enviou na quarta-feira (16/11) um memorando a todos os empregados da agência esclarecendo a razão do alerta e reforçando a questão da segurança. “Ontem, diversos funcionários, incluindo gerentes, tuitaram que dois jornalistas da AP foram pegos pela polícia de Nova York enquanto estavam cobrindo o movimento Ocupe Wall Street. Estes tuítes violaram várias políticas da AP. Uma nota relembrando à equipe tais políticas gerou murmúrio em círculos de mídia, que, em sua maior parte, não focaram na questão principal. O ponto não foi a rapidez da divulgação da detenção, mas sim que dois funcionários estavam detidos. Quando perdemos o contato com eles, nosso principal foco era garantir que estavam seguros, não importa onde estavam. Algumas vezes, falar sobre o fato enquanto o cenário ainda é incerto pode colocá-los em perigo”, declarou. 

O diretor de relações de mídia da AP, Paul Colford, confirmou a preocupação de Kathleen. “O memorando foi emitido em um momento sensível, quando estávamos ainda tentando localizar nossos dois jornalistas detidos e descobrir o que havia acontecido com eles. Havia preocupação em relação aos dois, que estavam trabalhando, e a AP ainda tinha que divulgar seus status”, afirmou. 

Karen e Wenig foram soltos horas depois, mas isso nem sempre é o que acontece, reforça Kathleen. “Nossa equipe internacional sabe, por experiências amargas e muitas vezes pessoais, que este tipo de informação piora a situação. Mesmo nos EUA, não é estranho pensar que um tuíte que pode ser visto por alguma autoridade como sarcástico possa levar nossa equipe a ficar presa por mais tempo que o necessário”, observou. Segundo ela, as redes sociais são maravilhosas quando usadas para ajudar na apuração e promoção do trabalho. “No entanto, algumas vezes outros valores são mais importantes”. Informações de Julie Moos [Poynter, 16/11/11].

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