Monday, 17 de February de 2025 ISSN 1519-7670 - Ano 25 - nº 1325

Código é no papel, já na prática…

O Código de Ética do jornalista brasileiro está em vigor desde 1987, quando foi aprovado pelo Congresso Nacional dos Jornalistas. No seu primeiro artigo ele diz: “O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros tem como base o direito fundamental do cidadão à informação, que abrange direito de informar, de ser informado e de ter acesso à informação.” Porém, isso que é dito no artigo 1º não é o que acontece na prática. O que vemos é que boa parte da população não tem acesso a informação verídica e de qualidade, pois fica à mercê das empresas de comunicação, que estão interessados em passar, apenas, informações que sejam de seu interesse.

O artigo 2° do código é mais preciso e fala no seu primeiro parágrafo que “a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários e/ou diretores ou da natureza econômica de suas empresas”. Será que é isso mesmo o que aconteceu? Infelizmente, a resposta é negativa. Temos vários exemplos do favorecimento político a certos grupos políticos no Brasil. O maior deles é o da eleição de 1989, quando a Rede Globo visivelmente favoreceu o candidato Fernando Collor de Melo. Quem elegeu o presidente da nação foi a Globo, e não a população brasileira. O povo foi apenas a marionete da emissora carioca.

E o que falar da imparcialidade no jornalismo, ela existe? A imparcialidade nos meios de comunicação é algo utópico. O que os magnatas da comunicação querem é o poder, a dominação, a manipulação do povo brasileiro. O jornalismo brasileiro é decadente, não segue à risca o que é proposto no código de ética dos jornalistas proposto pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). O poder da informação continua na mão de “poucos” e parece que esses “poucos” ainda não se contentaram com o muito que eles já têm. A mais recente derrota do jornalismo brasileiro foi a derrubada da exigência do diploma para o exercício da profissão. O que será que ainda vem por aí?

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[Luiz Felipe Alixandre Soares de Macêdo é estudante de Jornalismo, Campina Grande, PB]