Robin Freestone, diretor financeiro da Pearson, editora do jornal britânico Financial Times, afirmou na semana passada que a compra do grupo Dow Jones & Co pelo magnata Rupert Murdoch pode constituir uma ameaça à Europa, mas nos EUA pode ser até benéfica ao diário. Após a divulgação dos planos de Murdoch para o grupo, Freestone acredita que, no mercado americano, o Wall Street Journal acabará rivalizando mais com o New York Times do que com o FT.
Conteúdo gratuito
Recentemente, a Pearson tornou parte do acesso ao sítio do FT gratuito, mas informou que manterá algumas seções pagas. Segundo Freestone, o diário continuará a ser um produto de nicho, de alta qualidade, focado na comunidade de negócios. Murdoch já afirmou que planeja tornar o acesso ao sítio do Wall Street Journal totalmente gratuito, mesmo o sítio sendo o maior exemplo de sucesso na área de assinaturas online, atingindo a marca de um milhão de assinantes. Além disso, o empresário já expressou sua vontade de reformular o conteúdo editorial do Journal – expandindo a cobertura para além dos temas financeiros, abordando assuntos nacionais, internacionais e culturais.
Ameaça ou oportunidade?
A ameaça do Journal ao FT está associada a quanto dinheiro Murdoch decidirá investir no jornal. ‘Se muito dinheiro for gasto no lançamento de uma edição continental [na Europa] e na edição nacional [nos EUA], que certamente ocuparão lugar no nosso mercado, teremos que ficar atentos’, diz o diretor financeiro. Por enquanto, a Pearson pode ficar tranqüila. Mesmo com o aumento no preço de capa do diário, o FT registrou aumento nas vendas, comprovando que seu público está disposto a pagar mais por suas análises financeiras. Informações de Gavin Haycock [Reuters, 14/11/07].