Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

As frases de Eduardo Galeano

O escritor uruguaio Eduardo Galeano, que morreu na segunda-feira, 13 de abril, será lembrado principalmente por seu livro As Veias Abertas da América Latina. Ao lado dessa obra, O Livro dos Abraços também receberia um bom punhado de votos numa hipotética votação sobre o melhor de um escritor que, conforme as preferências pessoais de cada um, poderia apresentar outras opções. Também suas frases, categóricas, concisas e afiadas, mereceriam uma classificação. Só que, nesse caso, a seleção, considerando a volumosa produção do pensador uruguaio, torna-se muito mais complexa. A seguir algumas delas, com a indicação de onde e quando foram ditas.

Literatura e jornalismo

“Com Juan Rulfo aprendi que se escreve pela outra ponta do lápis, a que tem a borracha” (ler mais…)

“Cortázar continuou a crescer até a morte: mãos, pés… Ele, que não queria notoriedade, e a natureza o fazia crescer e crescer, sem parar” (ler mais…)

“Agradeço ao jornalismo, que me tirou da contemplação dos labirintos de meu próprio umbigo” (ler mais…)

Política

“No século XX a metade do mundo sacrificou a justiça em nome da liberdade, e a outra metade sacrificou a liberdade em nome da justiça, e no século XXI sacrificamos as duas em nome da Globalização”  (ler mais…)

“O medo nos governa. Essa é uma das ferramentas de que se valem os poderosos, a outra é a ignorância” (ler mais)

“Habitamos um mundo que trata melhor os mortos que os vivos. Os vivos somos perguntadores, e somos respondões, e temos outros graves defeitos imperdoáveis para um sistema que acredita que a morte, como o dinheiro, melhora as pessoas”  (ler mais…)

“O trabalho não vale nada, não há dinheiro que chegue, se faz o dobro em troca da metade. O que produzem nossos países? Braços baratos. A realidade se torna uma piada de humor negro: “É preciso apertar o cinto”. “Não posso. Comi ontem”  (ler mais…)

“As paredes são a imprensa dos pobres” (ler mais…)

“A liberdade do dinheiro exige trabalhadores presos no cárcere do medo” (ler mais…)

“Seria bom que os tecnocratas, os que decidem desde a velocidade do voo das moscas até a intensidade dos amantes, ouvissem as reflexões das crianças” (ler mais…)

Iraque e o 15M

Sobre a guerra do Iraque: “O mundo está louco, talvez a solução esteja num congresso internacional de psiquiatras” (ler mais…)

Sobre o 15M (movimento surgido na Espanha em 2011): “O mundo, hoje, convida a ser indigno, e as pessoas jovens recusam esse convite. Isso me dá uma injeção de vitamina E: e de esperança, de entusiasmo” (ler mais…)

Futebol

Para os intelectuais de esquerda, o futebol impede que o povo pense. Para os de direita, prova que pensa com os pés. Que é um negócio? Isso vale para tudo. O sexo não é? Mais que qualquer esporte. E os que sabem me dizem que o sexo vai bem” (ler mais…)

Epílogo

“RECORDAR: Do latim re-cordis, voltar a passar pelo coração…” (ler mais…)

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Álvaro Romero, do El País