O grupo britânico Pearson tem sido pressionado por acionistas e investidores a vender o diário Financial Times, porque ele deu prejuízo de US$ 17 milhões no ano passado e poderia render mais de US$ 1 bilhão se fosse leiloado. Os rumores de venda aumentaram porque circula o boato de que Terry Smith, presidente da corretora Collins Stewart Tullett, estaria articulando uma proposta de compra com investidores do mercado financeiro. Ironicamente, a Collins Stewart está processando o FT porque o jornal reproduziu acusações de um ex-empregado da empresa contra ela. Segundo The Times [18/4/05], o caso não deve ser julgado antes de novembro deste ano.
Irmãos Barclay abrem processo contra The Times
Os milionários irmãos banqueiros David e Frederick Barclay apelaram a uma lei francesa de 1881 para conseguir um direito de resposta no diário britânico The Times [19/4/05], que já foi intimado a enviar representante a um tribunal do outro lado do Canal da Mancha. Os irmãos se sentiram prejudicados por uma reportagem sobre seus negócios. O editor do diário, Robert Thomson, criticou o fato de os Barclay, sendo ingleses, levarem à justiça francesa uma questão que deveria ser resolvida segundo as leis britânicas. ‘Se, sendo proprietários de jornais, eles pensam ser apropriado criar este caso extraordinário, que exemplo estão dando a outros litigantes que querem silenciar a mídia? Esta é uma quebra de tradição memorável, tornada ainda mais notável pelo fato de que foi iniciada por donos de jornal. Não há dúvida de que mesmo os jornalistas do Daily Telegraph (diário de propriedade dos Barclay) lamentarão este legado’.
Ex-publisher do NYT recebe homenagem
O presidente emérito da New York Times Company, Arthur Ochs Sulzberger, ganhou o Prêmio Katharine Graham, da Newspaper Association of America, maior agremiação de jornais dos EUA. O galardão, que leva o nome da ex-editora do Washington Post, é dado em reconhecimento à carreira dos jornalistas premiados. Sulzberger foi publisher do New York Times [20/4/05] entre 1963 e 1992. A homenagem teve dois motivos principais: por haver investido no jornal durante a crise financeira das décadas de 60 e 70, e por ter autorizado a publicação de documentos secretos do Pentágono sobre a Guerra do Vietnã, caso conhecido como Pentagon Papers. O publisher leu as 7.000 páginas de documentos antes dar sinal verde para o furo. O episódio foi um divisor de águas no jornalismo americano. Até então, a grande imprensa relutava em bater de frente com o governo dos EUA.