Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Editor preso no Afeganistão

Ali Mohaqiq Nasab, editor da revista feminina Hoqooq-i-Zan (Direitos das Mulheres), foi preso no sábado (2/10) sob a acusação de publicar matérias que ferem os princípios do Alcorão. A revista havia publicado artigos questionando a dura punição para adultério – cem chibatadas – estipulada pela mais conservadora interpretação da lei islâmica e textos argumentando que o abandono do islã não é crime. Clérigos conservadores xiitas fizeram uma reclamação ao assessor religioso do presidente afegão Hamid Karzai, que encaminhou o caso à Suprema Corte.


Enquanto leis locais condenam o insulto ao islã, a legislação de imprensa foi revisada no Afeganistão em 2004. Segundo ela, jornalistas só podem ser presos depois que seu caso for analisado por uma comissão apontada pelo governo. Este processo não parece ter sido respeitado ou seguido no caso de Nasab. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas e a organização Repórteres Sem Fronteiras condenaram a prisão do editor, que classificaram como um sinal de deterioração dos direitos à liberdade de imprensa no país.


Com a queda do regime talibã, em 2001, uma profusão de veículos de comunicação privados foi criada no Afeganistão. Ainda assim, jornalistas enfrentam dura pressão do governo, de comandantes locais e de autoridades religiosas. Informações de Sebastian Usher [BBC News, 4/10/05].


Repórteres espancados no Haiti


Dois jornalistas que cobriam a cerimônia de inauguração da Suprema Corte do Haiti afirmaram ter sido espancados por guardas que faziam a segurança do presidente interino Boniface Alexandre. O chefe da segurança de Alexandre, Vladimir Champagne, afirmou que os repórteres tentaram forçar sua entrada depois de terem chegado atrasados, mas disse não ter visto nenhum tipo de espancamento. ‘Nós tomamos medidas de segurança que refletem a situação do país’, afirmou, enigmático. ‘Temos que encontrar um modo de proteger o presidente enquanto a imprensa continue livre para cobri-lo’, completou.


A violência com motivação política continua no Haiti, apesar da presença da missão de paz da ONU, que instalou mais de sete mil soldados no país após a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide, no início de 2004. Informações da BBC News [4/10/05].