Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Evento em Londres homenageia jornalista russa

Internacionalmente reconhecida por seu trabalho, respeitada por sua coragem e com milhares de pessoas em todo o mundo ainda de luto por ela, cinco anos após seu assassinato, a jornalista russa Anna Politkovskaya tornou-se um símbolo na luta global pelos direitos humanos. No domingo (16/10), familiares, amigos e colegas relembraram o lado pessoal de Anna em um evento em Londres, organizado pelo Reach All Women in War (RAW), grupo que luta pelos direitos das mulheres que trabalham em países em guerra ou zonas de conflito.

O encontro marcou o aniversário de cinco anos da morte da jornalista e foi pano de fundo para a entrega do prêmio anual Anna Politkovskaya, criado em sua homenagem. A homenageada deste ano foi a advogada síria Razan Zaitouneh. Razan, que cobre casos de violação de direitos humanos, é acusada pelo governo de ser uma agente a serviço de outros países por conta de seus relatos na internet e para veículos de imprensa estrangeiros sobre as atrocidades cometidas contra cidadãos sírios. Ela foi uma das fundadoras da Associação de Direitos Humanos na Síria e, em 2005, criou o site Syrian Human Rights Information Link, com informações sobre violações de direitos humanos em seu país. A advogada também é membro do Comitê de Apoio a Famílias de Prisioneiros Políticos na Síria. Hoje, ela está foragida.

Gosto amargo

A cerimônia foi apresentada pelo jornalista John Sweeney, da BBC, e teve leitura de trechos de livros de Anna, exibição de um documentário sobre sua vida e um painel de debates do qual participaram, entre outros, a irmã da jornalista e a ativista iraniana Leila Alikarami, vencedora do prêmio no ano passado.

O filme A Bitter Taste of Freedom (Um gosto amargo de liberdade, tradução livre) foi feito pela cineasta russa Marina Goldovskaya, amiga próxima e uma das professoras de jornalismo de Anna. O documentário resgata imagens da repórter em um outro filme, chamado A Taste of Freedom (Um gosto de liberdade, tradução livre), filmado há duas décadas. Marina segue a família da jornalista, entre outros personagens, ao longo do tempo para mostrar uma Rússia em transição. No filme, há ainda entrevistas com amigos, colegas e com a própria Anna. Informações de Elisabeth Witchel [CPJ, 19/10/11].

***

Leia Também

Assassinato completa cinco anos sem avanço sobre mandante