Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

‘New York Times’ vai cortar cem funcionários da Redação

O The New York Times planeja cortar cerca de cem postos de trabalho de sua redação. De acordo com Arthur Sulzberger – editor do NYT – e com Mark Thompson – o CEO da New York Times Co. –, embora seus novos produtos digitais (como o aplicativo NYT NOW) tenham sido considerados bons lançamentos, o esforço da empresa para definir e comercializar uma oferta de assinaturas digitais a preços mais baixos se mostrou “menos bem-sucedido do que o esperado”.

Garantir a rentabilidade

A redação do NYT tem 1.330 funcionários (em comparação a 1.250 em 2013). Ironicamente, parte do crescimento no quadro se deveu exatamente ao acréscimo de postos de trabalho na divisão de jornalismo digital, com produtores de conteúdo para web e editores de vídeo.

Thompson e Sulzberger dizem que os cortes vêm para “salvaguardar a rentabilidade no longo prazo do Times, e não por causa das dificuldades de negócios de curto prazo”. A previsão é que o último trimestre de 2014 feche com 16% de crescimento em publicidade digital e alguma estabilidade na publicidade geral (índices considerados bons para o panorama atual). Eles também estimam um ganho de 40 mil novos assinantes digitais e um “crescimento modesto” nas receitas de circulação. Embora as perspectivas não sejam das piores, a justificativa é que os custos operacionais para manter o jornal impresso permanecem muito altos, por isso então a necessidade de enxugar o quadro de funcionários e reduzir os gastos.

Na última década, o New York Times fez vários cortes em seu pessoal. Em 2013, foram efetivadas trinta demissões. “Um número bem menor do que o previsto”, declarou à época a então editora-executiva Jill Abramson.

Agora é esperado que o jornal consiga levar a cabo as cem demissões previstas apenas com desligamentos voluntários e, para isso, a empresa já anunciou que vai oferecer bônus e benefícios para estimular a saída espontânea de empregados. De qualquer forma, se a meta não for atingida, as dispensas compulsórias se farão necessárias.

Poucos meses antes de anunciar a necessidade de realizar mais demissões, o NYT já havia publicado um relatório expondo as falhas no modelo de negócios do jornal.