Friday, 26 de July de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1298

Scotland Yard amplia investigação sobre o News of the World

A Scotland Yard, Polícia Metrpolitana de Londres, irá ampliar a investigação sobre práticas ilegais no tabloide News of the World. Um novo inquérito deverá verificar se, além das acusações de grampos telefônicos e pagamento de propina a policiais, detetives contratados pelo jornal também invadiram computadores.

A polícia não comenta as bases para a ampliação do inquérito. Um ex-membro do serviço de inteligência do Exército Britânico, no entanto, afirmou que investigadores o procuraram depois que ele alegou que o computador de sua família teria sido acessado ilegalmente em 2006. Ian Hurst trabalhava sob disfarce em operações sigilosas na Irlanda do Norte. A BBC noticiou que o computador dele foi de fato hackeado e mensagens de e-mail sobre seu trabalho chegaram ao News of the World.

Ladeira abaixo

Uma porta-voz da News International, proprietária do tabloide – que acabou sendo fechado diante das acusações de grampo –, negou-se a comentar a notícia sobre a ampliação do inquérito. Desde o início de julho, depois de vir à público a informação de que detetives a mando do News of the World teriam invadido e apagado mensagens da caixa postal do telefone celular de uma adolescente desaparecida em 2002, dezenas de ações legais foram abertas por conta dos grampos telefônicos. Descobriu-se que pelo menos quatro mil pessoas – entre celebridades, políticos, atletas, soldados e famílias de vítimas de atentados terroristas – teriam sido grampeadas nos últimos anos. O escândalo derrubou dois oficiais do alto escalão da polícia britânica e levou à detenção de 10 ex-funcionários do News of the World – entre eles os ex-editores Andy Coulson, que depois de deixar o jornal assumiu o cargo de porta-voz do primeiro-ministro David Cameron, e Rebekah Brooks, que ocupava, até o mês passado, o posto de executiva-chefe da News International.

O Departamento de Justiça americano e o FBI também anunciaram a abertura de investigações para descobrir se o império de mídia do magnata autraliano Rupert Murdoch, a News Corporation, teria agido ilegalmente em seus negócios nos EUA – e, especialmente, se vítimas dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 teriam sido grampeadas. Murdoch é dono do New York Post e do Wall Street Journal, além da rede de TV Fox. Informações do New York Times [31/7/11].