PÓS-GRADUAÇÃO
Victor Gentilli
Dois novos cursos de pós-graduação foram aprovados recentemente. Um da Uerj e outro da Unip. Esta última, Universidade Paulista, é a instituição de João Carlos Di Gênio, o maior empresário da educação no país. A Unip alcançou este ano o status de maior universidade brasileira, superando a Universidade de São Paulo (USP).
Com estes dois cursos, a área de Comunicação passa a contar com 15 cursos de pós-graduação strictu sensu, mostrando um crescimento rápido na área.
Ao mesmo tempo em que crescem as pós-graduações tradicionais, os mestrados profissionais, já regulamentados, não se apresentam. Assim, aquele que deseja seguir carreira acadêmica encontra hoje farta oferta de capacitação. Para o profissional que deseje se capacitar ainda não surgiu um único curso.
Este problema tende a se agravar no futuro, posto que a maioria de mestres e doutores dos cursos tradicionais de Jornalismo tenderá a ministrar disciplinas gerais de comunicação, fazendo com que a área técnica fique carente de pesquisa, de informação, dos novos conhecimentos que só a universidade pode oferecer.
É certo que os jornalistas não se capacitam apenas em Comunicação. Boa parte dos profissionais que cursam mestrado ou doutorado prefere se aprofundar nas áreas a que se dedicam profissionalmente: ciência política, economia etc. É verdade também que, como objeto de estudo, o jornalismo pode ser estudado pelos mais diversos campos de conhecimento (história, sociologia, antropologia, ciência política etc.)
De todo modo, com certeza, os mestrados profissionais proporcionariam enorme incremento na área, consolidando o conhecimento brasileiro sobre jornalismo.
As empresas, apesar da gravidade da crise que estão enfrentando, não manifestam interesse em buscar apoio em estudiosos e especialistas brasileiros. A Universidade de Navarra, na Espanha (ligada à Opus Dei) e algumas universidades americanas são acionadas quando os jornais necessitam de pesquisadores.