Segunda-feira, 24 de março de 2025 ISSN 1519-7670 - Ano 2025 - nº 1330

Democratas por baixo

MÍDIA POLÍTICA

Os conservadores americanos estão bem representados na mídia por uma rede de apresentadores e jornalistas que agem de forma coordenada. Enquanto nomes pesados como Rush Limbaugh, Sean Hannity, Michael Reagan e Neal Boortz são a voz do Partido Republicano na imprensa, os democratas ficaram para trás neste campo depois que perderam a coordenação da comunicação promovida pela Casa Branca de Bill Clinton.

Ciente da necessidade de ter algo além de sítios de internet para promover o ideário liberal, o Partido Democrata estuda a possibilidade de fundar instituição análoga à Heritage Foundation, grupo de pesquisas que promove reuniões semanais freqüentadas por jornalistas conservadores que se pautam pelas questões ali discutidas. O resultado é que, agindo de forma conjunta, os jornalistas de direita conseguem fazer barulho.

Jim Rutenberg [The New York Times, 1/1/03] observa que mesmo que o projeto democrata se concretize a representatividade dos progressistas será bem menor, porque contam com bem menos nomes de peso. James Carville e Paul Begala, do programa Crosssfire, Bill Press, de Buchanan and Press, e Phil Donahue, da MSNBC estão entre os principais "liberais" na mídia.

Além da nova instituição a ser criada, há uma idéia ambiciosa circulando: a criação de um canal de TV a cabo. Isso custaria centenas de milhões de dólares e exigiria o respaldo de uma grande companhia de mídia. Há pouco foi formado um grupo de apoio a radialistas democratas, a Democracy Radio Inc. "Vamos identificar talentos, ajudá-los a criar uma programação e colocá-los em contato com estações locais", diz o coordenador do grupo, Tom Athens. Como tradicionalmente os programas de rádio democratas não deram muito certo porque os apresentadores eram considerados "chatos" e falavam de forma excessivamente "erudita", como define Athens, a proposta é fazer com que eles possam oferecer mais entretenimento.