Sunday, 06 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1308

Para leitores e jornalistas

THE WASHINGTON POST

Retomando discurso intitulado "Jornalismo e patriotismo" proferido por Bill Kovach, presidente do Committee of Concerned Journalists, no encontro de ouvidores realizado em Salt Lake City, o ouvidor Michael Getler, do Washington Post (12/5/2002), enfatiza alguns pontos que considera importantes tanto para jornalistas quanto para leitores no atual momento.

O primeiro é como o repórter deve lidar com o patriotismo. Kovach não hesita em concluir que a postura mais patriótica que um homem de imprensa pode ter é apurar da melhor maneira a informação, ajudando sua sociedade a compreender determinada situação.

Outra questão importante é a natureza cumulativa do jornalismo diário. O repórter muitas vezes não consegue apurar todas as informações que seriam desejáveis em sua matéria. Mas o caráter contínuo dos jornais permite uma complementação de dados que vão se juntando dia após dia. Em situações complicadas como de Israel, só esta acumulação pode criar uma idéia mais clara do que realmente acontece por lá.

Um terceiro tema é a necessidade de o jornalista explicitar o máximo possível de onde vêm as informações que publica. Quem trabalha na imprensa provavelmente não imagina quantas vezes o leitor pensa "de onde tiraram isso?". A recomendação do Washington Post é que, quando não se pode dar o nome, sejam dadas todas as indicações possíveis de funções e interesses da fonte.

Na cobertura do Oriente Médio, por exemplo, Getler acha que "muitas das reportagens iriam se beneficiar se tivessem mais material do tipo ?aqui está como sabemos disto? ? aquele parágrafo extra que explica o que não pôde ser apurado, quais foram as restrições de acesso e, sempre que possível o que disse o outro lado. Isto fortalece a credibilidade com o leitor e adiciona força à reportagem".