THE WASHINGTON POST
Em sua coluna de 15/12/02, o ombudsman do Washington Post, Michael Getler, abre espaço para uma pequena coleção de problemas do jornal que precisava comentar. Um dos pontos levantados foi o da cobertura do movimento antiguerra, que tem ganhado mais destaque nas páginas do Post ultimamente. Diversos leitores reclamaram de uma matéria intitulada "Os guerreiros da paz", na qual o jornalista David Montgomery teria ironizado as pessoas que se opõem à invasão do Iraque pretendida pelo governo Bush. Referências às "diversas espécies" que "se aglomeram, trotam, marcham, se arrastam pela paz" não foram bem-vistas, por exemplo. "Mais uma vez o Post trivializou o movimento de paz", escreveu um leitor, acrescentando que "a suposta esperteza do texto, em detrimento do valor da notícia, é imprópria ao jornal".
Outra questão abordada foi a demora em noticiar o discurso do líder republicano no Senado, Trent Lott, em que afirmou que os Estados Unidos estariam melhores se o senador Strom Thurmond, defensor da segregação racial, tivesse ganhado as eleições de 1948. O fato viria a ser capa de diversos jornais por vários dias, mas isso demorou a acontecer. O Post noticiou, em página interna, a fala de Lott dois dias depois de ela acontecer. Getler comenta, no entanto, que o diário foi o primeiro a dar destaque nacional ao discurso, realizado em homenagem ao centésimo aniversário de Thurmond. O ombudsman diz que os repórteres sabiam desde o primeiro dia que aquele comentário havia sido feito, mas não o incluíram na primeira matéria sobre o evento comemorativo porque o texto era sobre o homenageado.