Friday, 26 de July de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1298

Relevâncias do cotidiano

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A VOZ DOS OUVIDORES


THE WASHINGTON POST

No começo de março, o colunista do caderno de Cidade do Washington Post Courtland Milloy apresentou a Michael Getler, ombudsman do jornal, Gloria Wilder Brathwaite, mais conhecida como Dra. Gloria. Segundo a coluna de Getler (18/3/01), nos últimos nove anos ela tem oferecido tratamentos de saúde a pessoas que vivem em uma das regiões mais pobres de Washington, capital dos EUA. O trabalho é móvel, feito em uma van que opera em associação com o Hospital das Crianças.

"Como leitor, fiquei feliz em conhecer a Dra. Gloria e satisfeito por Milloy tê-la descoberto", escreveu Getler. "Também gostei de ter conhecido Earl Wright Jr. pela coluna de Milloy em setembro último." Wright, 72 anos, e seu vizinho Leroy Nelson foram pescar e levaram como convidados de honra os mendigos e drogados que perambulam pelas redondezas de sua casa.

Milloy escreve basicamente sobre afro-americanos. "Em uma coluna de novembro conheci William Wallace Brown Jr., um sem-teto que, em 1989, encontrou o então presidente George Bush saindo da Igreja Episcopal de St. John e perguntou-lhe: ?você rezará por mim??", disse Getler. Bush respondeu não, mas convidou o mendigo a entrar na igreja e rezar por si mesmo. Brown faleceu em outubro, reportou Milloy à época.

Em fevereiro, foi a vez da enfermeira Carolyn Curtis. Milloy contou que nas últimas duas décadas ela esteve defendendo a saúde das mulheres, atuando em regiões miseráveis. No mesmo mês, o colunista escreveu sobre Eleanor Stewaer, professora de música em um colégio de Washington que fundou o hoje aclamado Coro de Meninos da Capital, em 1993.

Getler disse que a coluna de Milloy é uma das coisas de que mais gosta no jornal. "Sua coluna tem estilo de reportagem", escreveu. "Ele vai a lugares, conversa com pessoas e escreve o que observa." Apesar de ser uma coluna que trata mais de negros, o que importa, segundo Getler, é a dignidade e a humanidade presentes.

"O jornalismo se aproxima da temporada de prêmios. Milloy provavelmente não está entre os participantes das competições", afirmou o ombudsman do Post. "Isso pode ser bom, porque prêmios, às vezes, mudam a química entre autores e leitores."

Para Getler, a coluna de Milloy é algo a ser premiado pelos leitores, algo que faz um jornal especial e revelador, mesmo quando as notícias estão fracas e deprimentes.

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