Thursday, 10 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1308

Situação: Linha Direta 2001

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ELEIÇÕES NA FENAJ

A Federação Nacional dos Jornalistas é uma das poucas entidades sindicais nacionais que faz eleições diretas para a escolha de sua diretoria. Essa demonstração de amadurecimento político e de respeito aos princípios democráticos de participação direta da categoria nas decisões de sua
entidade maior é um orgulho do coletivo que está a frente da FENAJ. Por isso, no momento em que estamos iniciando mais um processo eleitoral, representantes desse coletivo que estão na disputa eleitoral se dirigem aos sindicatos filiados e, principalmente, aos membros do Conselho de Representantes, para expor, com seriedade, os entraves que começam a surgir para a realização de um pleito democrático, legítimo e sem atropelos.

O coletivo que representamos registrou a chapa n? 1, denominada Linha Direta 2001, para as eleições, que se realizarão nos dias 17, 18 e 19 de julho. Cumprimos rigorosamente o prazo estabelecido para o registro, prazo este que se expirou na ultima Sexta-feira, dia 11, às 18 horas. O Sindicato de Jornalistas do Distrito Federal, que tenta articular uma oposição nacional contra a atual direção da FENAJ, não conseguiu, entretanto, formar e registrar sua chapa. Não conformados com a credibilidade e com o apoio que a atual diretoria recebe de todo o país, protocolaram um recurso junto à Comissão Eleitoral, pedindo mais dez dias de prazo para o registro da chapa.

A justificativa para o pedido é simplista: não conseguiram juntar os documentos de todos os membros da chapa, registrada com o nome de SOS FENAJ (eles registraram somente o nome da chapa, mas não apresentaram nem mesmo a composição da mesma). A Comissão Eleitoral, sob o argumento de que não teria competência para deliberar sobre o calendário eleitoral, aprovado
pelo Conselho de Representantes em reunião realizada em Brasília, no dia 23 de março, remeteu a decisão para os conselheiros.

A princípio, o pedido de Brasília pode parecer inocente, mas a prática política (?) recente do grupo demonstra o contrário: assim como nas eleições de 1998, eles não conseguiram se articular em todo o país e querem tumultuar o processo eleitoral da FENAJ. Se fosse apenas uma questão de juntar documentos, poderiam ter registrado a chapa e pedido prazo apenas para apresentar a documentação exigida. Aliás, essa sugestão foi apresentada por nós diante da Comissão Eleitoral. Mas a questão não é tempo; o fato torna-se bastante relevante porque desnuda a escassa
representatividade que o grupo de Brasília tem no cenário nacional e a incapacidade de estabelecer conexões nos diversos estados do país.

É importante salientar que o calendário eleitoral foi aprovado por unanimidade em reunião do Conselho de Representantes, inclusive com o voto do conselheiro do Sindicato do DF. Também é relevante destacar que, se Brasília não teve tempo para juntar documentos, teve-o de sobra para
iniciar uma campanha difamatória contra a atual diretoria da FENAJ. Antes mesmo de o calendário eleitoral ser aprovado, o Sindicato do DF antecipava a disputa e de forma rebaixada: distribuía documentos a todos os sindicatos e até mesmo aos políticos do Congresso Nacional, com críticas infundadas e acusações mentirosas à diretoria de nossa Federação.

O mais grave é o cinismo com que o grupo de apresenta. Para pedir mais prazos, despem-se da arrogância e apelam para o espírito democrático das disputas eleitorais. Nós não podemos esquecer o papel desagregador que o grupo de Brasília assumiu desde as últimas eleições, quando, derrotado no seu intento de hegemonizar a Federação, decidiu não participar da chapa.
Naquele momento inaugurou uma forma de fazer política (?) até então ausente nas disputas internas da FENAJ. Documentos caluniosos foram distribuídos em todo o país, inclusive para a grande imprensa. Sem articulação para lançar uma chapa de oposição, boicotaram as eleições e passaram a conspirar contra as ações da FENAJ.

Passadas as eleições de 98, a nova direção da FENAJ se esforçou para superar o trauma político e tirou como política prioritária uma reaproximação com o Sindicato do DF. Tomou tal decisão em nome da unidade dos sindicatos de jornalistas e por entender que as divergências políticas
não tinham sido determinantes para ações tão desqualificadas. Mesmo com seus esforços, a diretoria foi boicotada durante três anos, tendo de trabalhar pelas causas dos jornalistas e da sociedade e ainda trabalhar para neutralizar a oposição sistemática que Brasília fazia.

Por tudo isso, afirmamos que a postura de grupo de Brasília se repete no atual processo eleitoral. Permanece a mesma, inclusive na incapacidade de articulação política. Assim, além de demonstrar fragilidade política (inadmissível para quem pretende assumir a tarefa de dirigir a FENAJ), Brasília volta à cena para tumultuar a política. Sem argumentos políticos para nos combater (não conseguem nem mesmo explicitar as diferenças, deixando evidente que trata-se de uma disputa por espaço), tentam desrespeitar as regras do processo.

Consequentemente, não podemos concordar com a solicitação de mais prazo para o registro de chapas. Não tememos a disputa. Nós a consideramos salutar, desde que seja feita dentro dos princípios democráticos (que eles evocam), com respeito às regras estabelecidas e com respeito aos atores em cena. Nós elevamos a disputa ao campo das idéias e das propostas. Foi assim que a FENAJ tornou-se uma referência nacional e internacional na luta pelos direitos dos jornalistas e uma entidade respeitada pelas ações em defesa da democratização da comunicação e da ampliação do Estado de Direito, como garantia de uma sociedade mais justa e igualitária.

Temos a certeza de que não estamos diante de uma questão de tempo e sim, de uma questão de ética e competência.

Diretoria Executiva: Presidência – Elisabeth Villela da Costa (RJ); Primeira Vice-Presidência – Deocleciano Bentes de Souza (AM); Segunda Vice-Presidência – Everaldo da Cruz Gouveia Filho (SP); Secretaria-Geral – Celso Augusto Schröder (RS); Primeira-Secretaria – Fábia Cristina Gomes de Lima (PE); Primeira-Tesouraria – Maria José Braga (GO); Segunda-Tesouraria – Kardelícia Mourão Lopes (BA)

Vice-Presidências Regionais: Norte I – Raimundo Afonso Gomes (AC); Norte II – Nemézio Clímico Amaral Filho (PA); Nordeste I – Land Seixas de Carvalho (PB); Nordeste II – Osnaldo Moraes Silva (PE); Centro Oeste – Mauro Alves Pinheiro (DF); Sudeste – Frederico Barbosa Ghedini (SP); Sul – Luís Fernando Assunção (SC)

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