Monday, 20 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1288

O programa de estreia

Estreou na terça-feira (25/6) o novo programa de Fátima Bernardes: Encontro. Lembrada sempre como âncora do mais famoso e reconhecido telejornal brasileiro, a jornalista dizia no teaser (vinheta de chamada da atração) que estava realizando um “sonho”. Já no primeiro bloco,tuiteiros levaram o assunto aos mais comentados do país. Sobre o chamado Trending Topics, nada tenho a comentar. Afinal de contas, na maior parte das vezes, não passa de um monte de opiniões surdas e cegas. Me preocupou o fato de as pessoas que sigo e nas quais deposito boa expectativa estarem questionando a qualidade das entrevistas. Fui à sala ao lado e assisti (procurando, em princípio, me abster de qualquer crítica) ao primeiro trabalho daquela profissional naquele tipo de produção.

Sou honesta em dizer que acho muito cedo para estabelecer qualquer análise, pois nem nos acostumamos em não tê-la em nossa sala de TV durante a noite, o que dizer então de observá-la (de corpo inteiro e vestidinho) nas manhãs da Globo? Num segundo momento, eu (ou o telespectador) enfrenta o segundo desafio de interpretar um debate de assuntos sobre os quais não costumamos refletir, exatamente num momento do dia em que não estamos habituados a “pensar”.

Na mesma emissora ou em outros canais, nos são ofertados entretenimento, receitas, música e até desenhos animados, mas nunca a proposta de examinar e constituir visão crítica a cerca de um tema. Como se não bastasse, há toda especulação da mídia, concorrentes e pseudo-entendidos que aguardavam como lobos famintos a chegada da “nova Fátima”.

É preciso esperar

Li muitos artigos que se referiam à repercussão desse acontecimento. Particularmente, considero todos descartáveis. Sobre a possibilidade de sucesso ou não, e sobre a consistência dessa nova atuação só tenho um argumento a manifestar: esperem.

Esperem a maturidade da equipe, esperem a transição do público, esperem a jornalista relaxar. Afinal, se damos essa colher de chá aos políticos (lembram-se dos primeiros 90 dias de governo?), aos nossos funcionários e relacionamentos, por que com a super Fátima seria diferente?

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[Thaís Machado é jornalista, São José do Rio Preto, SP]