Osvaldo Martins

‘Muitos telespectadores da Cultura recorrem ao ombudsman para solicitar modificações na grade de programação. O maior contingente reivindica a inserção, em horários diurnos, de programas destinados ao público adulto. A segunda maior demanda é pela antecipação do horário de programas exibidos tarde da noite. A boa notícia é que essas mudanças estão sendo estudadas e começam a ser implantadas até o final do ano.

Conversei a respeito com a diretora de Programação da Cultura, Rita Okamura, e ela me disse ser favorável à inclusão de programas adultos nos períodos da manhã e da tarde, sem prejuízo para o público preferencial – fiel e exigente –, as crianças. Mas, como a Cultura integra uma rede nacional de emissoras públicas, há que conciliar a preferência dos seus telespectadores com os interesses, igualmente legítimos, do conjunto do país.

Essa questão da rede é complicada por pelo menos dois aspectos. O primeiro: ela de certa forma ‘engessa’ a programação da Cultura, que fica com pouca margem de manobra para alterar horários de programas. O segundo: muitas emissoras ‘educativas’, espalhadas pela imensidão do território nacional, deturpam a finalidade educativa da rede, sem que a Cultura possa interferir.

O Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, que tem a prerrogativa de orientar a programação da TV Cultura, está atento para esses problemas. Espero que não tarde o dia em que a Cultura faça uma avaliação desse problema da rede, até para situar-se com clareza nesse contexto. Quem controla – ou deveria controlar – a rede? Qual o tamanho do prejuízo que aquelas deturpações causam ao bom nome da TV Cultura? E, até mesmo: é bom para a TV Cultura participar de uma rede aparentemente incontrolável?

Vê-se que alterações na grade de programação devem ser conduzidas com cautela. A Cultura não vai anunciar ‘uma nova grade a partir do mês tal’…, mas vai mexer aos poucos, com o cuidado de não cometer erros, como me informou o presidente da FPA, Marcos Mendonça.’

‘Os cuidados com alterações na grade de programação da TV Cultura incluem contribuições valiosas de uma das mais respeitadas profissionais de pesquisa do país – a socióloga Fátima Pacheco Jordão. Ela assumiu recentemente o comando desse setor na emissora e tem conversado com diretores e coordenadores de todas as áreas. A competência, a experiência e a seriedade de Fátima são garantias de orientação segura. O público agradece.’

‘O Diário Paulista de 8 de outubro, sexta-feira, veiculou reportagem sobre melhoramentos urbanos no bairro paulistano do Brooklin. Várias pessoas foram entrevistadas, sem que fossem identificadas. Faltaram os indispensáveis créditos, e o público fica sem saber quem é quem. Descuido menor, mas por isso mesmo preocupante: quando não se faz bem feito o básico do be-a-ba, fica uma impressão de desleixo.’