Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Alguém vê!

Aleluia! Alguém na mídia (que bom que filósofos também são palpiteiros) vê! [remissão abaixo para ‘Jornalismo sem contexto é ideologia’, de Afonso Junior Ferreira de Lima]. Obrigado por nos dar o alívio de saber que nem todos os jornalistas do eixo SP-Rio-DF fazem compras em Miami Beach. Os paladinos que se acreditam protagonistas de um suposto Quarto Poder que nos perdoem, mas não é puxando saco de criminosos como Rohter que vão conseguir estágio de ‘latino flipper’ em instituições tão caducas quanto alienadas como o New York Times. Anotei seu nome. Gosto de pessoas que pensam. Tá raro hoje.

Ricardo Freitas, editor de telejornal, Montes Claros, MG



Arapuca armada

Gostei muito desse texto [‘Jornalismo sem contexto é ideologia’], porque o autor dignamente tenta fazer-se ouvir. Saída fácil não há, que a arapuca está já completamente armada e fechada: os cidadãos não têm meios nem para fazer cócegas na imprensa… pela imprensa, quero dizer, a imprensa não publica o que lhe faça cócegas de verdade. Mas não há dúvida de que a imprensa é muito sensível, sim, em certos pontos. Esses pontos é que os cidadãos têm de achar. A verdade verdadeira é que, de tanto que os jornais paulistas (que conheço bem) mentem, inventam, distorcem, prendem & arrebentam…, os principais jornais paulistas diários estão ficando é totalmente sem graça.

A Folha de S.Paulo pôs à venda hoje [19/5/04] pouco mais de 300 mil exemplares, e nada garante que tenha vendido nem esses poucos. O fracasso desse tipo de jornalismo que a FSP optou por fazer e o encolhimento do número de leitores vêem-se por mim. Sempre fui apaixonada leitora de jornais. Ultimamente, já não sinto prazer algum. Já cancelei a assinatura da Folha de S.Paulo e d’O Estadão. Primeiro, porque ambos noticiam as mesmas coisas, do mesmo jeito. Segundo, porque nada no mundo justifica eu gastar o meu curto e suado dinheiro, para comprar (eu compro sem saber, mas, sim, estou comprando)… aquela tola palestragem&michê dos sociólogos do PSDB, em campanha eleitoral. Ora! Já os conheço e já não votei neles (nos mesmos economistas! A FSP poderia, pelo menos, trocar de economista, né?!).

Que negócio é esse de a Folha de S.Paulo impingir propaganda eleitoral partidária, como se fossem notícias?! Devo ir à polícia? Invocar o Código do Consumidor? Por enquanto, já consegui, pelo menos, parar de pagar por ‘aquilo’. E vou ficando por aí, pela internet, escolhendo, eu mesma, o que me parece útil ou interessante. Aprendo a ler jornal, cada vez melhor, aqui nesse Observatório. Hei de achar o calcanhar do Friazinho, digo, do Aquiles! Parabéns ao Afonso Junior Ferreira de Lima!

Caia Fittipaldi, lingüista e tradutora, São Paulo



Desconfio muito

Devo confessar que ainda não formei posição definitiva sobre o caso. Mas gostaria de registrar que desconfio de muita coisa. Concordo com o ponto de vista defendido neste comentário, ‘Jornalismo sem contexto é ideologia’: sem a devida apuração dos fatos, torna-se especulação e simplesmente defesa de ‘interesses particulares’. Acredito que o texto do jornal norte-americano tenha sido no mínimo irresponsável. Contudo, creditar a responsabilidade apenas ao jornalista seria um tanto reducionista. Se a linha editorial do veículo permitiu a veiculação desta matéria, ele também deve responder por ela. Desconfio do tratamento dado a Lula pela imprensa dos Estados Unidos, desconfio da tão falada democracia deste país (vide o episódio Iraque).

Mas isso não seria motivo para agirmos como eles. Caberia a Lula pedir retratação em processo e instaurar na imprensa internacional o debate sobre a responsabilidade social e a ética no exercício do jornalismo, que muitas vezes serviu ao interesse público e que em outras, como no caso, provocou colapsos geradores de problemas políticos e econômicos. No mais, se quiserem especular sobre alcoolismo e desequilíbrio na gerência de um país, falem do seu próprio presidente.

Elaine Moraes, professora, Belo Horizonte

Jornalismo sem contexto é ideologia – Afonso Junior Ferreira de Lima



Nada a ver

Uma mulher encrencada com burocracia de visto de trabalho, talvez duas outras pessoas também. Já vi acontecer coisa similar com um escocês no Brasil, e em outra ocasião com um americano. (Mas creio que eles conseguiram um ‘habeas pagus’, mais fácil no Brasil que nos States.) O título não tem nada a ver com a matéria (depois reclamam do NYT!). Foi feito sob encomenda para amenizar o autoritarismo de Lula?

Renato Sant’Ana, técnico em informática, Rio de Janeiro

EUA expulsam jornalistas estrangeiros – Monitor da Imprensa



A mídia pode tudo?

[Sobre ‘A mídia reagiu à altura à baixaria do governo’] A grande maioria dos jornalistas que conseguem um cantinho onde colocar suas palavras sentiu-se ferida pelo pretenso jornalista do NYT ter sido expulso e, depois, largado em paz, como sempre viveu por aqui. Esqueceram-se de mencionar com destaque como o governo americano trata os jornalistas que não lhe são simpáticos e as andanças do tal Larry Rohter pelo Brasil. Mais ainda, não é da autoria dele o texto do artigo publicado. O texto foi composto no ‘laboratório de transgênicos do NYT‘. Nem o maior dos idiotas esculhambaria o presidente da República em que reside com visto, assim como qualquer um de nós não visita um conhecido para tentar desmoralizá-lo em sua própria casa.

Dores à parte, cada macaco no seu galho. Houve excesso do governo por determinar a expulsão? Os jornalistas deveriam fazer uma pesquisa de opinião pública para ficarem com uma noção maior da mentalidade de seus concidadãos.

Marcos Pinto Basto