Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Sobre perucas e direitos humanos

Por que a imprensa brasileira se limitou a esclarecer que Dilma Rousseff estava sem peruca quando lançaram o malfadado decreto [Programa Nacional de Direitos Humanos]? Os senhores da imprensa realmente acham que estou interessado em saber se a dona Dilma está de peruca ou sem peruca? Acho que eles deveriam ter me informado, e a todos os demais leitores, que na próxima vez que minha fazenda for invadida eu terei que me reunir com os criminosos antes de poder obter uma liminar que me devolva a posse da propriedade. Apesar de ter lido o Observatório da Imprensa muitas e muitas vezes, jamais vou ler jornal de outra forma: procuro neles notícias relevantes e não insignificâncias pilosas de quem quer que seja.

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Prezado Alberto Dines, estou lhe enviando esta mensagem porque sei que você é um defensor da verdade, da liberdade e da democracia. O projeto com intenção de criar o Programa Nacional de Direitos Humanos no governo não está colocando a democracia do Brasil em risco? Não é uma medida ideológica? O presidente Lula não deveria rever o quanto antes esse projeto e fazer uma discussão mais ampla com a sociedade brasileira? (José Alves dos Santos, aposentado, Belo Horizonte, MG)

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Chamo a atenção para as declarações de José Nêumanne Pinto no telejornal do SBT (dia 11/1/10 por volta de 6hs da manhã) ‘sugerindo’ um golpe contra a esquerda no poder, que na sua visão seria pior desarmada do que armada. Simplesmente patético e lamentável para uma imprensa tão ‘defensora’ da democracia. (Elisur Portella Strech, bacharel em informática, Rio de Janeiro, RJ)

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Queria solicitar uma discussão e se possível uma entrevista com o jornalista Boris Casoy. Como admirador do jornalista, fiquei extremamente decepcionado pelos comentários preconceituosos proferidos por ele sobre a profissão de gari e lixeiro. Creio que nós, brasileiros, tomamos os jornalistas como nossos heróis, pois são os verdadeiros representantes de toda nossa indignação; fazem um importante serviço não só de informar o povo mas de denunciar as mazelas. Mas e quando um de nossos heróis se mostra o contrário? Que sensação estranha, de traição, a máscara do herói caiu e foi revelado um ser humano preconceituoso e elitista. Não podemos julgar o competente jornalista Boris; ele errou mesmo. Mas sua imagem foi afetada e seu famoso bordão ‘isso é uma vergonha’ não me convence mais. Abraços e parabéns pelo programa. (Marcelo Ribeiro Silva, professor, Varginha, MG)

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Parabéns aos programas que foram exibidos no fim de novembro e início de dezembro de 2009 sobre a perseguição da Imprensa na Venezuela e o comemorativo do início da Segunda Guerra. Programas desse nível deveriam ser exibidos em escolas e igrejas, para todos nós do povo, como forma de alerta contra facínoras e neofascistas que têm buscado o poder na América Latina. Justiça, Liberdade, Liberdade de Imprensa, Democracia e Pluralidade sempre. Vivas ao Observatório da Imprensa! (Wesley Machado Pereira, servidor público, Três Rios, RJ)

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Vendo Dalva e Herivelto, na Globo, estranhei a não citação da residência que tiveram no Engenho Novo (RJ), em localidade patrocinada pela Casa ou Retiro dos Artistas. Moravam lá outros astros musicais, como Ciro Monteiro, no fim da década de 40 e início dos anos 50. Poderia ser esclarecido para recompor a ‘memória’ deste aficionado? (Odilon da Silva Filho, aposentado, Rio de Janeiro, RJ)

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Antes de mais nada, parabéns pelo programa, que ja vi por várias vezes, mas confesso que estou em falta com vocês. Eu particularmente sou indignado com a imprensa brasileira (falada, escrita, televisiva). É impressionante como se deixam dirigir por mentes ocultas para acabar com o ser humano. É interessante ver como as enchentes por aqui são culpa do governo e no exterior são somente climáticas. E nem se fala sobre os crimes aqui acontecidos. Nada no Brasil tem valor. Uma pergunta que não se cala dentro de mim: por que a imprensa em geral, na sua famosa retrospectiva de ano, não elabora uma edição só com fatos positivos? Ou isto não daria público e nem vendagem? (Jose Ferreira Lima, professor, Guarulhos, SP)

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Quero fazer um desabafo diante do que estamos presenciando em muitos veículos de comunicação. Destina-se boa parte do tempo dos jornais para explorar o lado triste das catástrofes e não se destina sequer 1% desse tempo para divulgar os locais de arrecadação das doações, transportes, necessidades. Os veículos batem no peito se dizendo de utilidade pública diante de qualquer ameaça a sua conduta ética, mas quando é preciso que eles sejam de utilidade pública mesmo, o que vemos é a exploração da desgraça humana para conquistar audiência. De sádicos e masoquistas, eu acredito. Saudações e parabéns pelo trabalho independente. (José Cláudio Martins, autônomo, São José dos Campos, SP)

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É lamentável que a imprensa não leve em consideração que a divulgação de determinadas táticas da polícia e também de criminosos pode ser de enorme valia para os criminosos. Anos atrás, quando o Jornal Nacional mostrou um policial fingindo-se de cinegrafista se aproximar e dominar um sequestrador, tornou arriscada a repetição da tática pela polícia em outras situações semelhantes. No caso ‘Eloá’, o sequestrador interagia com a TV, onde assistia à repercussão de cada ação sua, além da movimentação da polícia. Agora, nesta semana, o Jornal Nacional divulgou que assaltantes de banco fotografaram os funcionários que poderiam reconhecê-los, como forma de ameaça e intimidação, além de terem recolhido os equipamentos com as imagens gravadas. Estas informações são úteis para o público em geral ou apenas para os criminosos? (Guilherme Macedo, engenheiro, Niterói, RJ)

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Considero lamentáveis, fracas, ineficientes e obscuras as reportagens dos principais veículos de comunicação do país sobre as tragédias políticas no Brasil. Afinal, de que lado eles estão? Deveriam estar do lado da população. A mordaça do aparelhamento do Estado já atingiu as redações? Vocês (imprensa) são a única esperança para iniciar alguma mudança! Onde estão os intelectuais, os artistas, os manifestos? Até quando vamos suportar a corrupção dos três Poderes? Até quando? A imprensa é a última fronteira. Esclareço que não pertenço a nenhum partido político. Vocês são a minha esperança e a de meus filhos. Podem mudar a história. Enquanto isso, Goebbels deve estar se revirando no túmulo, ‘morto’ de inveja! (Rildo Bastos Machado, Belo Horizonte, MG)

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Advogado e pecuarista, Mauá, SP