Monday, 29 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Mais de 30 jornalistas agredidos e detidos em protesto

Depois de conflitos no dia 2/5 perto do ministério da Defesa, milhares de egípcios tomaram as ruas de Cairo e Alexandria dois dias depois para protestar contra o exército no poder. No Cairo, manifestantes reuniram-se, especialmente no distito de Abbassiya, perto do ministério da Defesa – mesmo com alertas na véspera do exército. O resultado foi negativo – dois mortos e mais de 130 feridos.

Segundo a Repórteres Sem Fronteiras [9/5/12], somente no dia 4/5, 20 jornalistas foram agredidos, 11 ficaram feridos, 19 presos, cinco detidos e um levado à força. Quase 10 câmeras e celulares foram confiscados e muitos não foram devolvidos. O tratamento brutal à mídia foi condenado pela organização, que pede a identificação dos responsáveis e justiça.

A equipe da emissora de satélite Misr 25 foi uma das vítimas. Os repórteres Ahmed Abdel Alim, Ahmed Fadl, Musa’ab Hamed e Hassan Khodary, além do fotógrafo Ahmad Lutfi estavam perto da mesquita Al-Nour quando foram presos e sofreram violência e humilhação pela polícia militar. Depois de terem o equipamento detido, foram levados para uma unidade de controle miltar.

No sábado (5/5), o vice-diretor da emissora, Musa’ad El-Barbari, disse que os cinco homens foram condenados pelo promotor público por associação com grupo que tinha o objetivo de provocar desordem pública; uso da força e violência contra agentes de segurança; bloqueio de transportes públicos, privados e ruas perto do ministério da Defesa; realização de assembleia ilegal; e ingresso em zona militar proibida. O promotor não levou em consideração que eles estavam a trabalho e ordenou que três deles fossem soltos. Alim e Fadl tiveram a detenção ampliada por mais duas semanas. Eles foram levados à prisão, mas soltos no dia 6/5. Dois outros jornalistas do mesmo canal – Mohamed Rabie e Mohamed Amin – foram detidos em incidentes separados nos arredores. Equipes da al-Jazira, Mubasher-Misr, ONTV, El-Tahrir e CBC foram atacadas pela polícia militar, que quebrou seus celulares.

Em um release em dezembro do ano passado, a RSF condenou o uso sistêmico de violência do exército com profissionais da mídia, nos protestos da praça Tahrir, no Cairo. Um mês antes, a organização reportou que houve pelo menos 44 violações de liberdade da imprensa na semana de 19 a 28 de novembro.