Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Santo, santo, santo

De mortuis nil nisi bonum, diz a máxima latina. Dos mortos só se diz o que é bom. Está certo, faz parte da civilização: não se ataca quem não mais pode se defender, não se deve atingir parentes e amigos numa hora em que estão especialmente sensíveis. Mas não é preciso exagerar: Eduardo Campos foi um governador muito bem avaliado pelos eleitores, como ministro não teve destaque especial, como candidato à Presidência da República estava deixando claro que, em 2014, o melhor que podia fazer era lançar as bases de uma nova candidatura em 2018. Tinha qualidades, tinha futuro, tinha carisma, mas não era (ainda, pelo menos) um raio fulgurante na sombria paisagem da política brasileira.

A morte trágica de um político jovem, talentoso, neto de um lendário governador de Pernambuco (havia gente que fervia fotos de Miguel Arraes, dessas publicadas em jornais ou em cartazes de propaganda, e fazia um chá ao qual se atribuíam notáveis propriedades curativas), casado com a namorada de infância, com cinco filhos, ampla capacidade de relacionamento e de negociação, certamente provocaria tristeza e geraria alguma espécie de culto à personalidade. É normal que o eleitorado reaja assim. O que não é correto é que os meios de comunicação transformem biografias em hagiografias e canonizem acriticamente o líder falecido. Sejamos – ao menos nós, jornalistas – um pouco menos emotivos: se Eduardo Campos fosse tudo o que os meios de comunicação divulgaram, não haveria eleitor que aceitasse a hipótese de escolher outro candidato. E, como mostraram as pesquisas, ele era o terceiro preferido, não o primeiro.

Há coisas piores. Não há muito tempo, o PT só não chamava Eduardo Campos de santo. Foi chamado de “tolo”, “por vender a alma à oposição”, acusado de não ter compostura política, “estimulado pelos cães de guarda da mídia”, tudo por escrito – e isso sem contar a agressividade da tropa de choque petista na internet. Eduardo Campos morreu, o mesmo PT diz que ele “deixou um grande vazio na política brasileira”, que dedicou sua vida política “à luta pelos menos favorecidos”. E, como escreveu Rui Falcão, presidente nacional do PT, sem sequer ruborizar-se, mesmo depois que Campos resolveu seguir seu próprio caminho político o partido manteve com ele uma relação “de respeito e admiração”.

Aécio Neves, que reclamou publicamente por não ter sido cumprimentado por Campos logo após o nascimento de seus gêmeos (parece que houve algumas horas de intervalo entre a divulgação da notícia e os votos de felicidades do candidato adversário), que andava no fio da navalha, procurando atacar o socialista o suficiente para impedi-lo de crescer muito, mas não tanto que o impedisse de crescer o suficiente para levar as eleições ao segundo turno, de repente virou seu maior admirador, amigo de fé e irmão camarada.

Pegou mal. E para quem acha que é impossível tratar com delicadeza, mas sem baba-ovismos, uma situação como essa, basta ler o que escreveu Ricardo Kotscho, lulista total: “Perdeu a política brasileira, já tão pobre”. E lembrou uma reportagem que publicou na revista Brasileiros (www.revistabrasileiros.com.br), em que afirmava que a política brasileira “está mudando de geração”.

Um fato positivo sobre Campos; e verdadeiro. Ou seja, o papel da imprensa.

 

O melhor possível

Houve críticas pesadas à cobertura do acidente que matou Eduardo Campos e mais seis pessoas: houve, é fato, informações que não se confirmaram, desencontros (a família estava no jato, a família não estava no jato), enganos. Mas isso é inevitável numa cobertura desse tipo. Jornais e revistas podem trabalhar o material, estudá-lo, editá-lo; tevês, rádios e internet não têm essa possibilidade, trabalhando ao vivo. Notícia de boa fonte entra na hora – só que às vezes até as boas fontes erram. Houve repetições de frases comuns a todos os acidentes aéreos: nunca é uma só falha que provoca a tragédia, é sempre uma sucessão de acontecimentos. Frase repetida? Sim – e verdadeira. Deve ser repetida (esperemos que cada vez menos) sempre que se repetir uma tragédia aérea.

Mas, admitamos, coberturas amplas, longas, e por isso mesmo com mais falhas de quem entra ao vivo, podem mesmo cansar. Um excelente jornalista, Wilson Palhares, hoje editor da EmbalagemMarca, com dezenas de anos de boas passagens pela grande imprensa, faz sua queixa: gostaria de mais bom-senso. Abaixo, o desabafo de Palhares.

 

As horas na TV

“A imprensa falada, escrita e televisada poderia ter um pouco de bom-senso na cobertura do acidente.

“Por estar acamado, assisti a praticamente todos os jornais de TV e, mais tarde, ouvi rádios e li os jornais impressos que restaram em São Paulo com o que consideraram ‘cobertura’ da tragédia. É lamentável ouvir o pessoal falando e escrevendo sobre ‘os corpos’ e sobre ‘peças do avião’, quando os telespectadores e os leitores viam perfeitamente nas imagens e fotos que não havia uma coisa nem outra. Foi tudo pulverizado, não havia o que mostrar (se houvesse certamente mostrariam, na vocação para o mórbido que vem se ampliando nos noticiários). Depois passaram a falar no enterro ‘dos corpos’, quando o IML destaca as dificuldades de identificação com base em fragmentos de matéria humana e mesmo de arcadas dentárias.

“Num certo canal, uma entrevista um pouco mais original pedia a um piloto experiente que dissesse o que poderia ter acontecido. O entrevistado, cautelosamente, levantava hipóteses, sem afirmar nada, aferrando-se a dizer que o exame da caixa preta e de uma turbina do avião parcialmente recuperada certamente ajudaria a esclarecer o acidente, mas no momento não havia bases técnicas para dizer nada. Eis que o repórter o interrompe para um intervalo e anuncia que em seguida voltaria ao assunto. Dois dias depois do ocorrido, quando já se anunciava que os investigadores iriam escanear com drones o local do acidente, já que não havia mais nada a recolher, as rádios e tevês continuavam anunciando que logo mais colocariam no ar o repórter fulano que se encontra no local, com novas informações. Acho que tem mais informação nos desenhos do Pernalonga do que nessa lenga-lenga toda. Que tal buscar algo diferente depois que o assunto específico se esgota?”

 

O pior de tudo

A morte de Eduardo Campos e mais seis pessoas não foi trágica o suficiente para acalmar a sede de sangue dos fundamentalistas da internet. De todos os lados surgiram comentários inacreditáveis – desde os que achavam que outras pessoas deveriam estar no avião até os que culpavam adversários políticos pelo desastre. Há ocasiões em que a frase inúmeras vezes repetida por este colunista, do estadista alemão Konrad Adenauer, é a única que se pode usar: “O bom Deus, que limitou a inteligência humana, poderia ter limitado também a estupidez”.

 

Entrevista boa, jamais

William Bonner, apresentador de primeiro time, fez excelentes entrevistas com Aécio Neves e Eduardo Campos, no Jornal Nacional, ao lado de Patrícia Poeta. Ambos devem ainda entrevistar a presidente Dilma Rousseff e o Pastor Everaldo, completando a quadra de candidatos à Presidência mais bem colocados nas pesquisas, tão logo se reduza a comoção após a morte de Eduardo Campos. E qual a reação às entrevistas de Bonner e Patrícia Poeta – que, experientes, livres do clima de jornalismo explícito em que dezenas de repórteres se amontoam ameaçando o entrevistado com a possibilidade de pancadas de seus microfones – fizeram perguntas adequadas, não aceitaram tergiversações nas respostas, deixaram sempre claro quando o candidato não havia respondido?

Pau neles, uai! Os adeptos de cada um dos candidatos consideraram que os entrevistadores haviam sido muitos duros com ele, e com os outros seriam menos incisivos. Pior: como a presidente Dilma decidiu que só daria entrevista no palácio, criou-se a tese de que estaria sendo beneficiada, já que falaria em casa (enquanto os outros falaram no estúdio) e a entrevista seria gravada, não ao vivo.

Não faz diferença, é óbvio: a peculiar construção gramatical utilizada pela presidente não muda se a entrevista for no palácio, no estúdio ou em qualquer outro local; e não há edição de gravação que conserte frase como “nós colocamos à disposição das pessoas, nas farmácias populares, nas farmácias populares que se chamam Aqui Tem Farmácia Popular, são as privadas, coloca à disposição tanto remédios para hipertensão como remédio para insulina”. Entrevista gravada no palácio – e daí? Qual a vantagem que a presidente terá? E, no entanto, há dezenas de ativistas antipetistas reclamando nas redes sociais dos privilégios concedidos a Dilma por William Bonner e Patrícia Poeta, por ordem da Globo.

 

Bonner reage

E o próprio William Bonner, vacinado por muitos anos de críticas de quem não gosta dele porque não gosta da rede de TV onde trabalha (e que jura não sintonizá-la, embora saiba com minúcias tudo o que o Jornal Nacional divulgou e conheça cada peculiaridade de cada personagem de cada novela), acabou irritado com tamanhas doses de intolerância política e partidária:

“Vejo com espanto como as paixões eleitorais momentâneas podem alimentar a intolerância de um tipo de eleitor que se considera suficientemente informado sobre os candidatos – e que nega às outras pessoas o direito de se informar. É aquele que não quer saber mais nada. Não quer ouvir explicação sobre nenhuma questão polêmica. E é um direito dele. O problema é quando não quer que ninguém mais tome conhecimento daquelas questões. E, por isso, insulta quem pensa de forma diferente, insulta quem cobra aquelas explicações de candidatos a cargos públicos. Isso se chama obscurantismo.

“Tenho 30 anos de profissão e me orgulho de ter entrevistado candidatos à Presidência do Brasil em 2002, em 2006, em 2010 e neste ano. Em todas as entrevistas, fiz e farei as perguntas que os candidatos prefeririam não ter de ouvir. Assuntos que lhes são desconfortáveis, incômodos. Assuntos que eles não abordam na propaganda eleitoral, obviamente. São assuntos de interesse jornalístico, são assuntos que o eleitor deve conhecer. Todos os candidatos que entrevistei, sem nenhuma exceção, sabiam que era papel deles prestar esses esclarecimentos – e que era meu papel cobrar as explicações. E isso sempre foi feito, de ambas as partes, de forma cordial, serena, respeitosa. Sempre.

“É esse respeito que falta aos que usam o espaço de comentários de uma foto para insultar, agredir, praguejar contra o conteúdo eminentemente jornalístico de uma entrevista. Insultam não só a mim, como entrevistador, mas a todos os demais eleitores que desejam ser informados sobre as questões polêmicas de todos os candidatos, sejam quem forem. Essa intolerância eu faço questão de deixar registrada nos comentários. Alguma utilidade terá para quem quiser analisar os frequentadores desse ambiente encantador e agressivo, enriquecedor e mesquinho, democrático e sectário que é a internet”.

 

Livros – Alemanha, hoje

Em janeiro de 1991, logo após um dos grandes acontecimentos do século passado, a reunificação da Alemanha, Concita Weber foi a Berlim para escrever um livro sobre o tema. Mas sentiu que era preciso aprofundar-se: conhecer mais sobre o comportamento dos alemães orientais (parte comunista) e ocidentais (parte capitalistas), e os fatos históricos que levaram à divisão e posterior reunificação do país. O livro está pronto: de sexta, 22, a domingo, 31 de agosto, Concita Weber estará no estante da Editora Biblioteca 24, rua F, 698, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Autógrafos na noite de sábado, 30, a partir das 18h.

 

Livros – Nossa língua

Como ajudar os brasileiros que estão fora do Brasil a ensinar português a seus filhos? Susanna Florissi e Anna Cláudia Ramos lançam, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, um belo livro em dois volumes com essa finalidade, mais um CD; o personagem central, criado pelo sempre excelente Maurício de Sousa, é Pelezinho, agora com muitos amigos de fora do Brasil. É bom, bem feito e muito eficiente.

 

Livros – Profundo e divertido

Roberto Campos foi por muitos anos um dos astros da política e da economia brasileira – como anjo, como demônio. Não era anjo nem demônio, mas era culto, inteligente, sagaz, brilhante. Historiador por formação, diplomata e economista por bom desempenho de ambas as funções, Roberto Campos iniciou, ao lado de Octavio Gouvêa de Bulhões, a organização da estrutura econômica do Estado brasileiro. Um executivo também brilhante, que teve com ele amplo contato, decidiu colocar em livro as frases que vinha colecionando. E está aqui O homem mais lúcido do mundo, de Aristóteles Drummond, que a Livraria Resistência Cultural Editora lança nesta quinta, dia 21, às 19h, na Associação Comercial da Bahia, praça Conde dos Arcos, s/n, em Salvador, Bahia. E Roberto Campos, na seleção de Aristóteles Drummond, é quem abre nossa coluna de Frases.

 

Frases – Roberto Campos

** “A burrice no Brasil tem um passado glorioso e um futuro promissor.”

** “A diplomacia é como filme pornográfico: é melhor participar do que assistir.”

** “A inveja é o mau hálito da alma.”

** “Em nossa religião camarada, Deus é quase um membro da família. Um pai tolerante, muito ocupado com outras coisas, mas a quem se recorre num aperto.”

** “Sou chamado a responder rotineiramente à pergunta: haverá saída para o Brasil? Respondo dizendo que há três: o aeroporto do Galeão, o de Cumbica e o liberalismo.”

** “Estatização no Brasil é como mamilo de homem: não é útil nem ornamental.”

** “Apesar de intransigentemente privatista, advogaria a estatização da pena de morte, que é hoje indústria rentável em Alagoas e na Baixada Fluminense.”

** “A burrice é o único símile do infinito.”

** “Os índios brasileiros são os maiores latifundiários pobres do planeta.”

** “Os artistas brasileiros são socialistas nos dedos ou na voz, mas invariavelmente capitalistas nos bolsos.”

 

Frases

>> Do jornalista Palmério Dória: “A cena de Suplicy carregando Padilha nos ombros vale por mil discursos entediantes e, de quebra, deixa o senador sem fôlego para cantar Blowin’ in the wind.”

>> Do jornalista Gabriel Meissner: “Vai ser assim. :Se no segundo turno der Dilma x Marina, voto na Marina. Se der Marina x Aécio, voto no Aécio. Se der Dilma x Aécio, voto Aécio. E, qualquer que seja o resultado, vou achar uma merda.”

>> Do jornalista Alex Solnik “Lula é povão, Fernando Henrique é burguês. Mmas ambos, com dodói, vão pro Sírio-Libanês.”

 

Como…

Da presidente Dilma Rousseff:

** “O Brasil tem um regime hidrológico muito sensível à água”.

Como diria a própria presidente, “é tóis”!

 

…é…

De um grande portal noticioso de internet, no setor destinado a vestibulares:

** “O rapaz expulso aparece numa foto (…) acorrentando a uma estudante pintada de preto”.

Faltou a informação principal: qual vestibular pede uma frase como essa?

 

…mesmo?

De um anúncio encaminhado pela internet:

** “Compre uma bolsa de franjas e ganhe uma coroa de flores”

O preço da tal bolsa deve estar pela hora da morte.

 

Pois é assim, sim

Na TV, o entrevistador pergunta ao entrevistado:

** “Você é argentino? Da Argentina mesmo?”

 

E pode ser pior

Numa grande emissora, saiu a informação de que Santos é uma cidade litorânea próxima do mar.

 

Prioridades nacionais

O Brasil ganhou uma Olimpíada de Matemática e a notícia saiu na primeira página. Dentro do jornal, algo como trinta ou quarenta linhas.

Um cavalheiro detido por participar de depredações, e libertado quando se descobriu que não portava material explosivo, mereceu na mesma edição uma entrevista de página inteira, com fotos dele e da família. Na entrevista, explicou que todas as prisões, qualquer que seja o motivo que as provoque, são políticas, já que a sociedade decidiu que certos fatos são criminosos, entende?

 

E eu com isso?

E chega: depois de aprender que impedir a liberdade de ir e vir dos demais cidadãos é legítimo, que participar de depredações não tem problema desde que não se transporte material inflamável ou explosivo, que um homicida condenado é preso político, seja o regime democrático ou não, é melhor cuidar do frufru.

Ah, beleza! Enfim, aquele lugar em que moças ingênuas, em que o pano nas roupas é mais escasso do que água em São Paulo, não percebem quando “mostram demais”, e os fotógrafos ficam surpresos quando têm a rara oportunidade de registrar o que mostraram. E em que informações que jamais apareceriam em outros lugares, mas que são essenciais para que possamos dormir tranquilos, ganham merecida importância. E, finalmente, onde aprendemos que, na época de frio, filhos pequenos de artistas dormem agasalhados e adoram ficar no colo das belas mamães.

** “Múmias apareceram no Egito muito antes da era dos faraós”

** “Luciano não fala mais com a ex-mulher de Zezé Di Camargo”

** “Cameron Diaz coloca o namorado de dieta”

** “Musa do surfe posa para foto e quase mostra demais”

** “Justin Bieber terá aulas para conter sua raiva”

** “Depois de ser preso por engano, Vinícius Romão viverá policial nos cinemas”

** “Zac Efron sorteia seu primeiro carro”

** “Fofos! Juliano Cazarré mostra os filhos pequenos em primeira aula de natação”

** “Lea Michele curte show com novo namorado”

** “Justin Timberlake se molha para arrecadar dinheiro”

** “Criadores de Payday 2 trabalham em novo jogo da série”

** “Marcello Melo Jr. curte praia com a amada”

** “Irmã menor quer morar com Miley Cyrus”

** “Gabriel Braga Nunes embarca com esposa e filha no Rio de Janeiro”

** “Filho de Ana Hickmann aparece todo agasalhado em foto no colo da mãe”

 

O grande título

O mundo está perdido, como sempre me disse uma vizinha religiosa, indignada com as moças que, indo á escola, já usavam maquiagem. Veja:

** “Shaquille O’Neal lutava jiu-jitsu peladão com colegas no vestiário”

Claro, claro, era tudo uma brincadeira inocente.

Temos aquele simpático título que, como não preenchia o espaço a ele destinado, esticou-se para caber (e ainda apelou para o politicamente correto):

** “UA descartam tropas para combate no Iraque, mas mas consideram ajuda humanitária”

Tem o duplo mas. E chama o bombardeio de tropas do Estado Islâmico,que aliás tinham mesmo de ser contidas, de ajuda humanitária. Tucanaram o ataque aéreo.

Mas o grande título, como às vezes acontece, é involuntário. Alguém se distraiu e gerou esta coisa notável (pelo texto e pelo autor!)

“João Paulo Cunha resenha a obra A Filha do Papa, sobre a filha bastarda de João Paulo II”

Sim, é o próprio João Paulo Cunha, aquele. Já o papa João Paulo II, conforme diz o texto logo abaixo, não é o papa João Paulo II: é o papa Júlio II – um dos grandes nomes da Renascença, o patrono das artes que manteve Michelangelo durante anos produzindo para o Vaticano. Júlio II chegou a derreter canhões para que Michelangelo dispusesse do bronze necessário para algumas de suas obras. E teve uma filha bastarda, Felicia della Rovere. Uma figura notável: filha bastarda de um grande papa, contemporânea de um dos maiores artistas da História e cuja biografia é resenhada por João Paulo Cunha.

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Carlos Brickmann é jornalista, diretor da Brickmann Associados Comunicação