Edição de Marinilda Carvalho
Se dependesse dos leitores do OBSERVATÓRIO, a eleição seria empolgante. Nesta edição – a última antes de 4 de outubro -, eles protestam contra ações e omissões da mídia na cobertura da campanha, desancam candidatos que mentem no horário eleitoral, cobram atitudes! Um deles, o médico José Antônio Palhano – que texto! -, até panfleta em favor de seu candidato. :)))))
Afinal, é a terceira eleição para presidente depois da ditadura! Mas a campanha segue numa frieza escandinava. Aliás, 20 de setembro é dia de eleição na Suécia, e o povo de lá também não está nem aí para o pleito. Parece que temos alguma coisa em comum?
Engajados mesmo são três cruzados já veteranos aqui no caderno: Cláudio Gunk (que se bate contra o exército de estagiários nas redações), Rodney Brocanelli (sempre atacando os “tubarões” dos CDs) e Eduardo Goldenberg, cuja causa é a defesa de sua mãe, Dona Maria, que “ousou” reclamar de um trio elétrico na bucólica (???!!!) Caxambu.
A persistência desses três emociona. Pena que eles não contagiem o resto do país.
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Clique no texto sublinhado para ler a íntegra da mensagem
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Maluf só fala de Cingapuras, mas se esquece de mencionar os cinco ou seis conjuntos habitacionais de gesso que construiu para trabalhadores e que, por oferecerem riscos aos seus moradores, foram implodidos na gestão Erundina. Paulo Maluf fala do PAS, mas não quer saber do escândalo Lutfalla. . . Maluf diz que foi o melhor governador, mas não explica que até hoje nunca governou o estado de São Paulo eleito pelo voto popular? por que, hein?
José Luiz Dutra de Toledo, historiador
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Não sei não, mas parece que os observadores sentiram-se pessoalmente ofendidos com as acusações dirigidas ao senhor Luiz Inácio Lula da Silva. Por que tamanha indignação? O ex-presidente Fernando Collor também era respeitável em princípio. Foi só a partir das denúncias de corrupção que supostamente “feriam a integridade de sua biografia” que conseguimos levá-lo ao impeachment. Em tese, todos os políticos são respeitáveis. Se não fossem, não teríamos votado neles para que nos representassem. Se não fossem, não estariam no cenário político disputando eleições. Mesmo o senhor Paulo Maluf era incorruptível, antes que se soubesse alguma coisa sobre suas falcatruas.
Não querer que a imprensa denuncie um fato baseado na biografia do acusado é, no mínimo, um contra-senso. Vai de encontro a tudo que os profissionais de jornalismo pretendem: escancarar a verdade. Se a denúncia é verdadeira e os fins legítimos, está tudo certo.
Em tempo: chamar Lula de ícone internacional não é um pouco de exagero? Parece que estão comparando-o a Fidel Castro.
Nota do O. I. : Ver remissão abaixo para a resposta dos Observadores a esta questão, publicada na edição passada sob o título Baixaria eleitoral.
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Só que ambos vão votar no senhor Fernando Henrique Cardoso.
Isak Bejzman
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A idéia de colocar no site do OBSERVATÓRIO o Núcleo de Estudos Avançados de Mídia e Política, da PUC-SP, é um belo passo para estabelecer a parceria entre academia e jornalismo, pela qual venho me batendo tanto. Parabéns! Está mesmo na hora de garantir à produção jornalística que se quer séria meios mais ágeis de se respaldar com pesquisa e reflexão. Num timing mais lento e com metodologia própria, como requer a investigação científica, os acadêmicos complementam e, até, eventualmente, redimensionam a investigação jornalística. Quanto aos jornalistas, sempre garantem uma aterrissagem no real aos pesquisadores que ameacem fugir para as estratosferas da ciência.
No campo da crítica de mídia, essa parceria pode ser ainda mais profícua.
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O artigo de Alberto Dines está perfeito. Passei anos examinando a imprensa, em Moscou e de Moscou. A imprensa soviética era simples: a planura oficial reinava em todas as folhas. A Pravda e as Isveztia eram disparadas, via satélite, para todos os recantos da URSS. Os demais “jornais” só tinham que reproduzi-los em suas fôrmas e formas locais. Adicionava outras “notícias” do partido local e pronto – eis uma “nova” edição pronta. Com a Internet, a metodologia soviética globalizou-se. De meu computador posso ler a mesma notícia em português, inglês, francês, espanhol, italiano e russo, em alfabeto cirílico e tudo.
Em suma, atingimos a “era da informação”, ou seja, quando a mesma notícia dá a volta ao mundo várias vezes ao dia, à hora, ao minuto…
Concluo lembrando que, em economia monetária, existe uma Lei de Fisher que relaciona a inflação à velocidade de circulação da moeda: quanto maior a velocidade, maior a inflação. Será que poderíamos relacionar a desinformação à velocidade de circulação da notícia?
O programa na TVE é das melhores coisas que estão acontecendo. . . e informa.
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Não assino mais a Veja!
Obertal Mantovanelli Netto
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Concordo plenamente com a opinião de Alberto Dines de que as bolsas variam ao sabor não só do desempenho das empresas, mas hoje em dia em função dos “boatos” que se divulgam. No momento atual, me parece que, mais do que boatos generalizados, as bolsas refletem a falência de um sistema financeiro que corre atrás de lucros crescentes, que para serem constantemente ampliados precisaram romper os limites dos países e tornarem-se globalizados.
Acho que é necessário que se volte a respeitar certas regras básicas e simples que conhecemos bem, para que todos tenham uma vida decente com recursos escassos. É necessário que todos se contentem com menos do que gostariam de ter e, antes de mais nada, ajudem-se mutuamente. A tal globalização, que tem como principal patrono os EUA, só serviu para que os filhos do Tio Sam tenham uma vida cada vez mais confortável, em detrimento de todos os outros povos do mundo.
Infelizmente, parece que a receita dos Ratinhos e Leões está virando a regra até para aquela imprensa que se acha informativa. De fato, a capa da Veja com a foto do Bill Clinton dá náuseas. A gente se sente enganada. Uma sugestão para a Veja: na comemoração dos 30 anos, a capa da revista poderia estampar como manchete “fomos nós”. Quem, em 30 anos, só consegue produzir plágio de baixaria, é responsável pelo baixo nível da imprensa brasileira atual.
Pompilio Canavez, Belo Horizonte
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Marcelo Brito
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Como querer do sr. Eugênio Bucci que defenda a revista Veja numa situação em que, acredito, ele nem teve participação direta? Eduardo Correia
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Marcos Rodrigues Alves
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Fiquei, como se diz popularmente, passada com o que a Veja fez com o Bucci, e eu não sabia de nada até ler a última edição. Ainda bem que vocês existem. Sou estudante de Jornalismo, e tenho a mesma opinião de vocês: imprensa é serviço, e temos que estar marcando em cima. Parabéns pelo ótimo trabalho.
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Em solidariedade ao meu “parente” distante, quero protestar com o OBSERVATÓRIO. Aliás, também observo que esta crítica é de certo modo democrática, pois encontrei este site no mesmo grupo [UOL] onde está a Veja.
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Li com atenção o artigo de TT Catalão. TT é o conhecido poeta de Brasília? E sobre o artigo: a prática do jornalismo que transforma os fatos mais em espetáculo do que informação é uma “praga” que se alastra por todo o mundo. É cada vez mais intensa nos EUA e vem sendo implantada com força no Brasil e em outros países nas últimas décadas. Isto com certeza é totalmente reprovável.
A forma como a reportagem da revista Veja conseguiu as “revelações” de Francisco de Assis não deve ser incentivada. Muito pelo contrário. As referências à habilidade de Francisco em lidar com a imprensa em várias coletivas de que participou e as citações de TT de que ele poderá, em breve, “negociar” a história de sua vida com algum produtor ou empresário do ramo de comunicação que queira faturar em cima de seus brutais crimes são também bastante lúcidas.
Lembro que até mesmo as tentativas de parte da imprensa de aprofundar as causas que levaram Francisco a se tornar estuprador e assassino foram superficiais e sensacionalistas.
Gostaria de saber que propostas TT Catalão teria para lidar com as questões que ele suscitou.
TT Catalão responde: Sou um poeta em Brasília, sim. Na luta para mostrar que a cidade tem pilotos vivos além do plano e que o autor é mais forte que a autoridade.
Quanto ao artigo, não há um antídoto especial para conter a onda da notícia como espetáculo. Jornal sendo empresa, empresa sendo negócio, negócio sendo lucro, é claro que a notícia tende a virar mercadoria. A consciência crítica do leitor poderia servir como alerta. Ações amplificadas como a deste OBSERVATÓRIO funcionam como semente e mote para discussões. As redações com Código de Ética elaborado e discutido pela própria redação, como ocorreu aqui no Correio Braziliense, criam uma referência para orientar discussões.
Curioso como ensinam ao repórter a desconfiar de tudo, e deve mesmo, porém nunca deve desconfiar das intenções veladas que interferem na cobertura e na edição de seu trabalho. Esta a maior crise de identidade da profissão: seja ousado, questionador, provocador, até impertinente lá fora? na empresa, se cuide, pois gente que cria caso geralmente perde o emprego ou fica na geladeira dos não-queridinhos. TT C.
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Apesar de tardio, acho que ainda cabe o esclarecimento da Veja sobre sua conduta.
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Tenho acompanhado a imprensa do interior do Estado de São Paulo. Em Jundiaí, um jornal local chegou a divulgar que uma empresa espanhola que investiu US$ 3 milhões na cidade espera faturar US$ 10 mil. É. . . as faculdades precisam dar puxões de orelha nos jornalistas…
Folha
“É com espanto que somos regularmente informados sobre pretensões e intenções ocultas do ministro José Serra pela coluna Painel. Curiosamente essas fantasias a respeito do ministro são publicadas – com raras exceções – sempre nas edições de segunda-feira.
Intriga-nos também o fato de os responsáveis pelo Painel jamais terem procurado esta assessoria ou o próprio ministro para checar a veracidade das ?informações?, contrariando o procedimento da Folha, em todas as suas editorias, e as normas previstas no Manual da Redação do jornal: ouvir sempre o outro lado da notícia. Tal procedimento torna-se ainda mais incompreensível quando se observa que as notas sobre José Serra têm sido invariavelmente atribuídas a fontes anônimas.”
Lu Fernandes, assessora de imprensa do ministro da Saúde, José Serra (São Paulo, SP)”
“Painel”, em Painel do Leitor, copyright Folha de S. Paulo, 16/9/98.
Também me indignei com o Roteiro da IstoÉ. Ao procurar as fontes dos dados não acreditei. Eram de um órgão do Ministério da Educação.
Estudo na UFBA. Quem não conhece a universidade, ao ler a matéria deve ter ficado eufórico com a área de Comunicação. Segundo o roteiro, não só o curso de Jornalismo (que existe e se mantém a duras penas, sem sequer um prédio decente) é colocado entre os melhores do país, mas também os cursos de Radialismo, Cinema e Publicidade, que nem existem.
Achei extremamente interessante e oportuna a matéria em questão. Concordo quando falam que “não há política que possa ter êxito à margem dos meios de comunicação”. Minha experiência em relação ao trato da imprensa no programa de Informação ao Público de Narcóticos Anônimos reflete a preocupação deste seminário. Nas entrevistas, na maioria das vezes a única parte publicada refere-se à fase “ativa”, e quase nunca à experiência de recuperação. Infelizmente, nossos órgãos de imprensa têm dado mais destaque ao lado “sensacionalista” do tema do que informação sobre o que é a dependência química. Acredito que o momento e a qualidade dos debatedores deste seminário serão de grande proveito para a comunidade. Mais ainda, espero que este evento seja o início de uma parceria em defesa da qualidade de vida!
Tentei ler o texto sobre o nazista e racista no Caderno do Leitor e o link não funciona. Há uma mensagem dizendo que não está no servidor. Cadê?
Nota do OI: O link está garantido nesta edição!
Gostaria de parabenizá-los pelo ótimo trabalho!!!! A cada dia que assisto ao OBSERVATÓRIO, sinto-me mais preparada para “ver” as coisas que acontecem ao nosso redor. Sem dúvida, o OBSERVATÓRIO na TV é um dos melhores programas a que tenho o prazer de assistir!! Apenas fico triste por não conseguir assistir a todos, pois faço faculdade à noite. De qualquer forma, parabéns!! O estilo do OBSERVATÓRIO é perfeito para entendermos o que acontece no mundo!!!
Priscilla Masella, estudante de Administração de Empresas
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É surpreendente a profundidade dos comentários e das análises do OBSERVATÓRIO. Tomei conhecimento dele através da Internet. E olhe, já valeu a pena ser internauta. Acabei de ler um texto sobre violência na TV: conciso, direto, objetivo. Era tudo que eu gostaria de escrever ou falar. Parabéns pela qualidade dos textos. É certo que voltarei a escrever, sempre que um texto como este mostre que apesar de tudo ainda existe vida inteligente neste país.
Eduardo Tadeu de Lima e Silva
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Sou aluna de Jornalismo, e faço o possível para assistir todas as quintas ao programa, mas as vezes não dá, pois minha faculdade é a noite. Tenho um professor que faz ótimos comentários sobre o programa. Eu também gosto muito, e acompanho pela Internet. Flávia Barbosa
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Acho seus artigos ótimos, principalmente para pessoas como eu, que vão prestar vestibular.
Ana Maria Cristina Araújo Paiva
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Gostaria de comunicar aos leitores desta seção do O. I., este importante veículo de fiscalização isenta da imprensa em geral – seção que deixa bem explícito o quão mais crítica está ficando a visão do cidadão brasileiro (muito provavelmente por iniciativas como as do O. I.), sempre taxado de impassível diante das atrocidades que lhes eram impostas, que, conforme mencionei em minha carta publicada no O. I. (edição de 20/8/98), Aldir Blanc não mais escreve sua coluna dominical no jornal O Estado de S. Paulo.
Porém, para minha extrema satisfação pessoal, e para a felicidade de todos aqueles que, sei, buscavam em sua coluna a genialidade daquele a quem Dorival Caymmi referiu-se como “ourives do palavreado”, Aldir está agora escrevendo, uma vez por semana, no site <http://www.sentandoocacete.com>, que foi criado por mim – está ainda engatinhando, mas promete, pelas propostas que tem e pelo aval de ter Aldir por lá.
Ao contrário do que possa transparecer aqui, não sou um retardatário. Esperei para enviar-lhes os comentários a seguir, na esperança de que o OBSERVATÓRIO pudesse sanar minhas dúvidas sem que tivesse que recorrer pessoalmente a Alberto Dines.
Aí vai: por que o OBSERVATÓRIO, que prima pela cobertura da ética jornalística, calou-se diante dos problemas éticos ocorridos nas eleições da Fenaj, órgão que representa a categoria dos jornalistas, como foi amplamente divulgado? Não é isto uma grave omissão?
Guilherme Canela, estudante de Relações Internacionais da UnB
Alberto Dines responde:
Meu caro, o OBSERVATÓRIO é feito por todos. Se não deu algo é porque não apareceu alguém para comentar. Isto posto, de minha parte não me interessei porque preocupa-me o que sai impresso na mídia. Assuntos corporativos dizem respeito às corporações. O fato de não ter aparecido nada no O. I. não significa que tenha havido uma “conspiração” de silêncios. Compareça com o seu comentário. Abraços, Dines.
Nota do O. I. : Guilherme Canela escreveu ele mesmo sobre o tema nesta edição: A ética jornalística vs. a ética dos jornalistas. Veja remissão abaixo.
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Sou jornalista e profissional de cinema e TV desde 1977. Na qualidade de repórter cinematográfico e cameraman, gostaria de dizer que sinto falta de uma publicação ou de artigos que falem a respeito desta função, que conta com grandes profissionais, é cheia de particularidades e fundamental para o telejornalismo. Quero salientar que mesmo as emissoras de TV em geral não dão muita importância a esta função. Parece um paradoxo, não?
Tenho acompanhado o trabalho do OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA ao longo do último ano, e gostaria de colaborar na área de Ciência. Estou no último ano do curso de Física na USP, e tenho interesse em divulgação científica. Minha formação inclui participação em pesquisa em Bioengenharia, estágio em Radiologia, Medicina Nuclear e uma breve formação em Bioética. Além disso, sou professora de Física no ensino médio em uma escola particular e no Núcleo de Ensino de Adultos da USP. Gostaria de discutir algumas notícias que envolvem questões da Bioética.
Nota do O.I.: Aguardamos sua colaboração!
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