Thursday, 31 de October de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Jornal do Brasil

JB & O DIA, JUNTOS

"Jornal do Brasil e O Dia ampliam acordo operacional", copyright Jornal do Brasil, 21/08/02

"A parceria industrial firmada entre o Jornal do Brasil e O Dia será aprofundada nos próximos meses, com a ampliação do processo de convergência operacional dos jornais. Um memorando de entendimentos, assinado ontem, prevê a constituição de um consórcio de mídia impressa e a indicação de Fernando Magalhães Portella, vice-presidente de O Dia, para coordenar o desenvolvimento de um plano de negócios. A iniciativa mantém a liberdade editorial e de opinião dos dois jornais.

Em novembro de 1999, os grupos firmaram um acordo que representou o início da parceria. Desde então, compartilham estruturas de distribuição e de impressão, por meio de uma estratégia que resultou em ganhos significativos.

?A experiência de dois anos mostrou seus benefícios, tendo funcionado muito bem nesse tempo. Foram alcançados resultados positivos para as duas partes, que mantiveram tanto a sua identidade corporativa como editorial?, afirmou o vice-presidente executivo do Jornal do Brasil, William Coura.

Jornal do Brasil e O Dia somam 162 anos de história e atingem, diariamente, mais de 1 milhão de leitores."

 

CONVERSA COM A MEMÓRIA

"Um mito em ótima forma", copyright No Mínimo (www.nominimo.com.br), 20/08/02

"A frase que abre um dos capítulos destinados a lembrar o desfecho da saga de Getúlio Vargas poderia servir de epígrafe para Conversa com a Memória, livro do jornalista Villas-Bôas Corrêa. ?Não faço História, conto o que vi?, avisa o autor. Viu muito, sempre com sagacidade, inteligência e autonomia de vôo. E segue contemplando a paisagem contemporânea com essas mesmas virtudes, e a curiosidade do repórter principiante. Continua a descrever e decifrar o mundo ao redor em artigos exemplarmente redigidos, marcados pela independência altiva que ajudou a moldar um dos mitos da imprensa brasileira. Um mito em ótima forma. Não é pouca coisa.

?O acaso teceu os fios embaralhados do destino, espichou minha vida além dos índices estatísticos da perspectiva de sobrevivência. Olho em torno e confiro que estou só?. Essa aparente concessão à melancolia feita pelo homem de ?78 anos e quebrados? é relativizada pelas palavras seguintes. ?Da minha geraçãp, no teclado do computador, não sobrou mais ninguém. Os vivos curtem a aposentadoria no repouso mal remunerado. Poucos resistem no exercício de chefias vitoriosas. Alguns migraram para atividades que engordam a conta bancária.?

A ressalva de Villas mostra que o mestre pratica o que ensina. ?Devemos evitar escrever sobre as pessoas coisas que nos impeçam de cumprimentá-las no dia seguinte?, disse-me um dia. No parágrafo acima, poderia ter dito que, descontados os parceiros de vocação já mortos, somente ele não se afastou do habitat de genuínos homens de imprensa. A vida de Villas é lidar com palavras, em jornais, revistas, emissoras de rádio ou na TV. Preferiu ser elegante, como sabe ser mesmo quando se dispõe a distribuir pauladas que sugerem a preparação do nocaute. Villas costuma permitir que os oponentes se recuperem com medicações leves e voltem para casa em companhia de parentes. Só que mais ajuizados.

Essa face cordial já aparece no jovem que se tornou aprendiz de repórter em 1948, num jornal popular chamado ?A Notícia?. A imprensa era diferente: predominavam os vespertinos, cujas páginas nasciam em redações acanhadas, com máquinas que Gutenberg talvez soubesse manejar. ?O repórter andava na rua, a pé, de bonde, de ônibus. Em ocasiões especialíssimas, de táxi?, recorda o jornalista famoso que hoje publica textos também na internet. (A honra pertence ao NoMínimo). ?Apurava-se indo aos locais, buscando o contato direto com as fontes. Na redação, redigia-se o apurado. Para sair de novo, várias vezes ao dia. Tudo era perto, ou parecia perto.?

Villas lastima as agressões à paisagem carioca e acende velas imaginárias à decomposição do Rio também como centro político. Mas não esperem evocações de um nostálgico. Inquieto, o autor dribla esse risco com um piparote na narrativa linear. Como numa máquina do tempo cujo condutor jogou pela janela rotas e mapas, para entregar-se à força lembranças que acabam traçando caminhos agradáveis e coerentes, o leitor viaja por mais de meio século. Os ?comandos parlamentares?, formados por deputados ou figurões que jornalistas convocavam para visitas de surpresa a campos de horrores – prisões, favelas, hospitais, creches e outras instituições devastadas pela incúria – contracenam com personagens que se movem nos bastidores de tramas que mudarão a História.

Numa página, Villas está na casa da estância de Getúlio Vargas em Itu, nos confins do Rio Grande do Sul, bisbilhotando o guarda-roupa do ex-ditador que preparava o caminho de volta ao poder. Descobre, perplexo, que Vargas tem um punhado de bombachas e camisas, algumas puídas. Só. Capítulos além, o repórter está entrando no apartamento que Adhemar de Barros mantinha no Rio para encontros supostamente discretos, políticos ou amorosos. Em companhia de Café Filho, candidato a vice-presidente na chapa de

Vargas, topa com Adhemar vestido apenas com a calça do pijama, braguilha aberta e expressão de quem dormira pouco mas se sentia feliz. Uma mulher descansava sobre a perna direita do ex-interventor paulista. Adhemar despachou-a para o quarto com um empurrão no traseiro e o comentário: Café Filho era ?muito envergonhado? para ver aquelas coisas.

Há mais, muito mais, como mostrará amanhã a parte final dessa resenha. Esta introdução se destina a informar que Conversa com a Memória será lançado na próxima terça-feira, às 20h, na Livraria Argumento, no Rio de Janeiro. O livro é uma leitura obrigatória. Quem for até lá ganhará um brinde: vai ver de perto Villas-Bôas Corrêa."

 

NYT & HOMOSSEXUALISMO

"NYT vai abordar união entre homossexuais", copyright Comunique-se (www.comunique-se.com.br), 19/08/02

"O tradicionalista The New York Times decidiu abrir espaço para anúncios de cerimônias de casamento entre homossexuais a partir do mês de setembro. O anúncio foi feito pelo editor-executivo no próprio jornal, na edição de domingo (18/08). Matérias sobre o assunto também serão publicadas na seção ?Styles?.

Alguns jornais menores também já estão mudando a política de divulgação de união e relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. O The Fayetteville Observer, por exemplo, recentemente publicou seu primeiro anúncio sobre o assunto.

?Sabemos que a sociedade está dividida entre casamentos legais e religiosos, e nossa coluna vai travar um debate sobre isso, de forma imparcial, abordando todos os pontos de vista?, disse Raines.

A organização Gay & Lesbian Alliance Against Defamation (GLAAD) vem se esforçando para incluir o maior número de jornais locais e regionais na lista dos veículos que anunciam cerimônias entre homossexuais. Segundo estimativas da ong, 70% dos diários norte-americanos já adotaram a política de anunciar a união de gays e lésbicas."