Tuesday, 30 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Twitter deve receber investimento de 100 mi


Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas. 
 


************


O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 25 de setembro de 2009 


 


INTERNET


O Estado de S. Paulo


Twitter vale US$ 7 milhões por letra


‘O Twitter, serviço de microblogs, está próximo de receber um investimento de US$ 100 milhões, segundo o Wall Street Journal, que cita fontes próximas à negociação. São US$ 7,1 milhões para cada um dos 140 caracteres que o usuário pode escrever em cada uma de suas mensagens.


O grupo de investidores deve incluir a T. Rowe Price Group Inc. e a Insight Venture Partners, que ainda não são acionistas do Twitter. Atuais investidores, como a Spark Capital e a Institutional Venture Partners, também devem participar. O Twitter preferiu não comentar a notícia.


Esses investidores estão avaliando o Twitter em cerca de US$ 1 bilhão. Segundo o jornal, o dinheiro permitirá à empresa de mensagens via internet ‘conseguir mais tempo para encontrar um modelo de negócios’. Apesar do crescimento explosivo, os fundadores do Twitter ainda não descobriram como fazer dinheiro com a empresa. O valor de US$ 1 bilhão é quatro vezes maior que a avaliação da empresa em sua última rodada de investimento, em fevereiro.


‘Normalmente, você só vê esse tipo de movimento quando um fundo procura conseguir uma posição antes de uma abertura de capital’, disse o analista Colin Gillis, da Brigantine Advisors.


CRESCIMENTO RÁPIDO


O Twitter permite a publicação de mensagens de até 140 caracteres. Os usuários escolhem o perfil das pessoas que querem seguir, lendo essas mensagens em uma única página. Em agosto, a empresa teve 54,7 milhões de visitantes únicos em todo o mundo, segundo a consultoria ComScore. No mesmo mês de 2008, haviam sido somente 4,3 milhões.


Com sede em São Francisco, o Twitter foi criado em 2006, como um projeto paralelo na empresa Odeo. A primeira ideia foi de Jack Dorsey, hoje presidente do conselho do Twitter. Ao lado de Biz Stone, Evan Williams e outros pessoas da Odeo, Dorsey criou a Obvious Corporation, que assumiu os ativos da empresa anterior, incluindo o Twitter. O serviço de microblogs se transformou em uma companhia separada em abril de 2007. Williams, presidente do Twitter, fez fortuna ao vender para o Google a Pyra Labs, dona do serviço Blogger.


Apesar do novo investimento, o Twitter não tem necessidade imediata de capital. na rodada anterior de investimento, a companhia levantou US$ 55 milhões, e gastou US$ 25 milhões até agora. Mas a empresa terá de investir para sustentar seu crescimento rápido, se quiser alcançar o Facebook, que conseguiu chegar a 300 milhões de usuários. O Facebook lançou recentemente um serviço parecido com o Twitter, que permite às pessoas compartilharem seu conteúdo e seu comentário publicamente.


O crescimento rápido do Twitter atraiu a atenção de gigantes da tecnologia, como o Google e a Microsoft, que tentou convencer o Twitter a fazer acordos para a venda de anúncios. As duas empresas preferiram não comentar o assunto. Agora, com a nova avaliação, o Twitter se torna um alvo mais difícil de ser comprado por concorrentes.


MODELO DE NEGÓCIO


Os fundadores do Twitter têm falado repetidamente que não estão interessados em converter em dinheiro o sucesso inicial da empresa e que estão comprometidos com a criação de uma companhia sustentável e independente.


Recentemente, o Twitter tem atraído talentos do Google e de outras empresas de internet. Em maio, Evan Williams afirmou que a companhia, que tinha somente 45 funcionários, chegaria a mais de 90 até o fim deste ano.


Mesmo assim, a companhia ainda não encontrou um jeito de ganhar dinheiro. Nos últimos meses, executivos do Twitter disseram que estão trabalhando para desenvolver serviços premium para empresas, mas nenhum desses produtos foi ainda lançado.


Em maio, foi publicado um texto no blog da empresa dizendo que o Twitter estava ‘deixando a porta aberta para exploração’ de anúncios, e que ‘a ideia de ganhar dinheiro com banners tradicionais de anúncios no Twitter.com sempre esteve bem abaixo na nossa lista de maneiras interessantes de gerar receitas’.


Esta semana, Biz Stone, um dos fundadores do Twitter e autor do texto publicado no blog, afirmou que o serviço não passará a veicular anúncios este ano.


Entre os investidores do Twitter estão a Benchmark Capital, Union Square Ventures, Charles River Ventures e Bezos Expeditions, empresa que gerencia os investimentos pessoais de Jeff Bezos, presidente da Amazon, segundo a ThomsonReuters.


No começo deste ano, a T. Rowe Price e a Fidelity Investiments investiram US$ 50 milhões na Slide, que produz aplicativos para redes sociais, avaliando a empresa em US$ 550 milhões. Com a recessão, a Slide teve que mudar sua estratégia de negócios.’


 


 


POLÍTICA


Julia Duailibi e Silvia Amorim


TV é aposta tucana para subir nas pesquisas


‘Os tucanos usarão o programa partidário na TV como cartada estratégica para frear o crescimento dos rivais e a consolidação da tendência de segundo turno, evidenciada na pesquisa do Ibope divulgada nesta semana. O PSDB fará de seu principal nome na disputa de 2010, o governador José Serra, a estrela do programa estadual que irá ao ar em outubro. E ontem decidiu que usará as inserções nacionais, em novembro, para desmontar a imagem de boa administradora da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT.


A avaliação é de que o bom desempenho de Marina Silva (PV) e Ciro Gomes (PSB) na pesquisa está relacionado à exposição nos programas partidários em rádio e TV nas últimas semanas. Os tucanos apostam que, assim que as inserções estaduais forem ao ar, Serra voltará a subir nas pesquisas. Usam como exemplo o caso de 2004, quando, na disputa à prefeitura paulistana, chegou a subir 10 pontos após estrelar o programa do partido.


Ontem houve reunião com a cúpula do PSDB para definir como será o programa nacional do partido. Aliados de Serra defendiam a tese de que o espaço deveria ser usado para tecer críticas ao governo federal, com o argumento de que a oposição à gestão Lula nos últimos anos tem sido fraca. A ala ligada ao governador de Minas, Aécio Neves, que também pôs seu nome na disputa presidencial, preferia que parte do programa fosse usada para divulgar os próprios pré-candidatos, já que ele não é tão conhecido nacionalmente como Serra.


Na reunião, resolveu-se que a maior parte das inserções deverá ter forte tom oposicionista e vai bater em áreas do governo sob a coordenação de Dilma. Os pré-candidatos, no entanto, só deverão aparecer no programa de 10 minutos, em dezembro.


Ontem Serra criticou o uso dos programas partidários para propaganda eleitoral. ‘Não estou entrando em horário partidário fazendo campanha e não vou fazer isso’, afirmou. À noite, no entanto, o governador foi uma das estrelas do programa de TV do PPS. Aliado dos tucanos, o PPS também promoveu a imagem de Aécio e, quase num formato de horário eleitoral gratuito, atacou o governo Lula, vinculando-o ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).


Serra conversou nesta semana com os principais estrategistas ligados ao partido para traçar um diagnóstico da pesquisa divulgada nesta semana. No cenário em que é possível fazer a comparação com a pesquisa anterior, o tucano caiu 4 pontos. A avaliação é de que só após o programa na TV será possível traçar o real ‘grid de largada’.


O resultado da pesquisa serviu para reforçar o discurso de ala do PSDB que defende maior atividade de pré-campanha. Amanhã, Serra e Aécio devem aparecer juntos em Natal.’


 


 


Tânia Monteiro


Lula será ‘garoto-propaganda’ de novo avião


‘A partir de terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa a trabalhar como garoto-propaganda dos aviões da Embraer. Na viagem de uma semana que fará pela Europa, Lula vai voar a bordo do Emb-190, adquirido pelo governo para substituir os antigos Boeings 737, conhecidos como Sucatinhas. O primeiro exemplar do Emb-190 será entregue hoje ao Grupo de Transportes Especiais da FAB. O segundo chegará em dezembro. Os aviões custaram R$ 150 milhões.


A novidade do Emb-190 em relação ao Airbus 319, o Aerolula, é que o centro de comunicações do novo avião permitirá que o presidente e as autoridades que estiverem a bordo usem internet para se comunicar com o governo. A exemplo do Aerolula, o Emb 190 terá uma cabine especial, além de outros 36 lugares para a comitiva do mesmo tipo oferecido pela classe executiva. Na cabine reservada, fica o gabinete de trabalho, uma suíte com cama de casal, chuveiro e saleta com terminal de vídeo. Todas as comunicações via satélite são protegidas e codificadas eletronicamente, permitindo que as atividades de inteligência, comando e controle do governo possam funcionar a bordo.


Lula embarca do Rio de Janeiro para Lisboa, na terça à noite, a bordo do Aerolula. Na capital portuguesa, troca o Aerolula pelo Emb-190, inaugurando o avião rumo a Copenhague, na Dinamarca, onde participará da cerimônia de escolha da sede das Olimpíadas em 2016. De lá, no domingo, o presidente Lula irá para Bruxelas, capital da Bélgica, e, por último, para Estocolmo, na Suécia. De Estocolmo, Lula volta direto para o Brasil a bordo do Aerolula, já que o Emb-190 não tem autonomia para atravessar o oceano.


Este novo avião, que já voa em outros países, será usado para voos na América do Sul. O Emb-190 presidencial teve a autonomia original expandida e pode chegar a qualquer capital da América Latina sem escalas e até a África ou ao hemisfério norte com uma só parada.’


 


 


LIBERDADE DE IMPRENSA


Moacir Assunção


‘Censura ao ‘Estado’ é injustificável em qualquer caso’


‘Os escândalos no Senado e a censura ao Estado constituem exemplos do patrimonialismo colonial. A opinião é do cientista político Aldo Fornazieri, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. ‘Aparentemente, há um tráfico de influência e uma relação extremamente próxima entre a família Sarney e setores do Judiciário nesse caso e toda a história demonstra que ainda não se desenvolveu um conceito republicano real no Brasil’, afirma.


O Estado está proibido por decisão do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, de publicar reportagens sobre os negócios de Fernando Sarney, alvo de investigação da Polícia Federal. Fernando é filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB). O juiz foi declarado suspeito e afastado do caso, mas a censura continua em vigor.


Há traços de nosso patrimonialismo ancestral nesse caso?


É o pano de fundo dessa discussão. Temos uma herança cultural do patrimonialismo, sistema pelo qual os gestores da coisa pública agem como se fossem donos do Estado. É uma visão que permanece forte em muitos setores da política e do Judiciário. A censura ao Estado é injustificável em qualquer caso, mas há algo nesse episódio do Senado que vai além disso. Demonstra esse vício de origem, que é extremamente danoso à democracia.


Qual é o padrão de um conceito republicano?


Na república, tudo o que um governante faz é divulgado e a opinião pública vai cobrá-lo sobre as medidas que tomar. Não há nada secreto, o que só ocorreria nas monarquias absolutas. O caso dos atos secretos no Senado enquadra-se à perfeição nesse tipo de comportamento, típico das antigas monarquias.


A imprensa cumpre seu papel?


Tenho ouvido muita gente dizer que o presidente Lula é perseguido pela imprensa. Políticos de outros partidos e ideologia totalmente distintas também alegam ser perseguidos. Quando isso ocorre, fica demonstrado que a imprensa tem agido com isenção.’


 


 


POLÍTICA CULTURAL


Jotabê Medeiros


Comissão aprova emenda da cultura


‘Uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira, por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição 150 (PEC 150), que destina recursos dos orçamentos da União, dos Estados e municípios à área da cultura. O texto aprovado, com substitutivo do deputado José Fernando Aparecido de Oliveira (PV-MG), reserva ao setor cultural e à preservação do patrimônio cultural brasileiro 2% dos impostos federais, 1,5% dos impostos estaduais e distritais e 1% da arrecadação com impostos municipais.


A PEC 150, que agora vai a plenário, é reivindicação antiga da classe artística e tem apoio do ministro da Cultura, Juca Ferreira, que festejou a votação. ‘A aprovação reflete um clima suprapartidário em favor da cultura. Desde a gestão Gil, nós temos trabalhado nesse sentido’, disse o ministro ao Estado. O texto estabelece que os recursos do Estado para a cultura nunca serão menores que 2% dos orçamentos.


A área econômica do governo, no entanto, se mostra contrária à vinculação de recursos do projeto – atualmente, o orçamento da cultura representa 0,5% das receitas federais, o que equivale a cerca de R$ 1,3 bilhão. Se esse porcentual subir para 2%, a União seria obrigada a destinar cerca de R$ 5,3 bilhões para o setor.


‘As Nações Unidas recomendam que nunca seja inferior a 2%’, afirmou Juca Ferreira. Segundo ele, a proposta de reforma da Lei Rouanet não perde o sentido com a iminente aprovação da PEC 150, já que são mecanismos complementares. ‘A mudança da lei visa a requalificar a distribuição de recursos. A PEC 150 trata dos orçamentos.’


Em outra votação na manhã de ontem, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara aprovou o Plano Nacional de Cultura (PNC). O plano é plurianual, terá duração de 10 anos e sua implementação e monitoramento serão feitos pelo Ministério da Cultura, que desenvolverá o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais. O plano define as atribuições do poder público na área cultural, e abrange cultura digital, turismo cultural e desenvolvimento sustentável. A criação do PNC está prevista na Emenda Constitucional 48, em vigor desde agosto de 2005.


Na PEC 150, o texto aprovado inclui ainda sugestão do deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA), de substituir na PEC o termo cultura nacional por cultura. ‘Temos de nos prevenir dos burocratas. Depois, poderiam falar que a PEC não serve para promoção de concertos de música clássica porque não se trata de cultura nacional’, explicou ele à Agência Câmara. ‘Cultura é questão de soberania nacional e hoje é dia de grandes conquistas para a cultura do País, com a aprovação dessa PEC e do Plano Nacional de Cultura’, disse o presidente da comissão especial, deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR).’


 


 


 


 


************


Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 25 de setembro de 2009 


 


DIPLOMACIA


Clóvis Rossi


G20 e Honduras, a ironia


‘PITTSBURGH – Escrevendo textos no lobby do Hotel Sheraton, em que Luiz Inácio Lula da Silva está hospedado em Pittsburgh, sou agradavelmente interrompido por Gilberto Scofield, o competente correspondente de ‘O Globo’ em Washington:


‘Cara, Honduras conseguiu eclipsar completamente o G20 nos jornais brasileiros. Só recebo cobranças sobre Honduras’.


Tem toda a razão, Gilberto. O que não deixa de ser uma ironia para a diplomacia brasileira: no G20, ela obteve um êxito, na forma de entronização do grupo, de que o Brasil é membro destacado, como uma espécie de fórum permanente de discussão de políticas econômicas, no lugar do G8, de que o Brasil é apenas um apêndice convidado.


Em Honduras, ao contrário, entalou-se em uma daquelas bizarras situações típicas do realismo mágico latino-americano.


Digo ironia porque não foi o governo brasileiro que criou o problema, por mais que as teorias conspiratórias insistam em que é impossível que Manuel Zelaya tivesse se apresentado na embaixada em Tegucigalpa sem combinar nada com os brasileiros.


Celso Amorim, primeiro, e Marco Aurélio Garcia, depois, negam enfaticamente que tenha sido assim. Só pode chamá-los de mentirosos quem tiver informações que provem o contrário.


Eu não tenho e, por isso, atenho-me ao texto de Janio de Freitas de ontem sobre o que é realmente importante na questão. O Brasil fez o que tinha que fazer.


Marco Aurélio dá até um elemento pessoal para justificar o abrigo a Zelaya: ‘Eu também, quando estava exilado no Chile, bati à porta de uma embaixada [a do Panamá] e ela se abriu’.


O problema é que o governo golpista hondurenho peitou o Brasil. Deve ser duro ser chamado de ‘o cara’ por Obama e desafiado por Roberto Micheletti.’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Em condições de ditadura


‘No Terra, sob o título ‘Se Zelaya não voltar não há eleição’, o candidato Carlos Reyes, tido como favorito em Honduras, diz a Marcela Rocha: ‘Em condições de ditadura, eu retiro a candidatura. Os demais contra o golpe farão o mesmo. Enquanto não for restituída a ordem constitucional, retiramos… Quero agradecer o abrigo [de Zelaya]. É um ato humanitário. É um erro setores brasileiros acharem que não é certo.’


O ‘Jornal Nacional’, pelo jeito, ouviu. Na manchete, deu o novo ataque ao Brasil do ‘governo golpista’. Mais importante, a ONU ouviu, afinal. Na manchete da Reuters Brasil, às 23h, ‘Conselho de Segurança discutirá crise hondurenha’. Não deve tomar ‘ação formal’, mas vai abrir ‘um diálogo sobre a crise’.


ESTRATÉGIA


Em audiocast na Folha Online, do enviado Fabiano Maisonnave: ‘O governo tenta voltar à normalidade e, ao mesmo tempo, militares fiéis isolam ao máximo a embaixada. A estratégia é garantir as eleições’.


PASSOU PERTO


Em audiocast no G1, Rafael Coimbra: ‘Acompanho uma manifestação a favor [do governo]. A embaixada está cercada por militares e a manifestação passou perto, mas não houve confronto. Cantam contra Zelaya’.


O GOLPE CONTINUA


A ‘Economist’ volta a tratar de Honduras, destacando que ‘o retorno inesperado sublinha o fracasso da região em reverter um golpe’. Diz que Obama ‘está determinado a não repetir o erro’ de George W. Bush, que ‘aparentou’ apoiar o golpe contra Hugo Chávez, ‘mas nenhum país impôs sanções comerciais a Honduras’ até agora.


Ouve a organização Inter-American Dialogue, dos EUA, que vê o golpe como ‘pecado venial’ e defende buscar ‘a melhor democracia que for possível’. Mas a ‘Economist’ avisa que ‘muitos na América Latina não estão dispostos a aceitar o rapto do poder de Roberto Micheletti’.


‘CLASH’


Na home do ‘Wall Street Journal’, do ‘New York Times’, Huffington Post, protestos contra o G20 em Pittsburgh, já com ‘confronto com a polícia’


BRICS E O DÓLAR, O FMI


Por ‘WSJ’ e outros e até pelo site Drudge Report, destaque para o ‘novo esforço por moeda global’ no G20, enquanto ‘investidores observam impacto sobre o dólar’. No portal em português do ‘WSJ’, ‘G20 pode resultar em enfraquecimento do dólar’. Em entrevista ao canal CNBC, Lula declarou esperar um acordo de comércio sem dólar com China e Índia ‘até o ano que vem’.


Na manchete on-line do britânico ‘Financial Times’, por outro lado, ‘Tensões sobre FMI ameaçam estragar G20’. Reino Unido e França resistem ao plano dos EUA para que a Europa ceda parte de seu poder no Fundo aos emergentes, principalmente aos quatro Brics.


ENTRA O SOL


Na ‘Economist’, com ilustração flagrando conluio de políticos e jornalistas, a troca de governo ‘ameaça as ligações de mídia e mandarins’ no Japão, via ‘clubes’ que vêm do século 19. Destaca o ‘Yomiuri Shimbun’.


O FIM DA ÁSIA


A revista conta ainda ‘o que o fim de uma publicação pioneira na Ásia’, o ‘Far Eastern Economic Review’, de 1946, ‘revela sobre a região’. Em suma, China, Índia se abriram e ‘a Ásia como uma ideia deixou de existir’.


BREIBART E O JORNALISMO


Até o site Slate, do ‘Washington Post’, saudou como o BigGovernment.com expôs os escândalos da associação progressista Acorn, nos EUA. Com vídeos amadores, é ‘uma bagunça’, mas por fim até ‘WP’ e ‘NYT’ seguiram.


O site é a nova invenção de Andrew Breibart, que criou Drudge Report com Matt e Huffington Post com Arianna. Agora, junta ‘60 Minutes’ com ‘Ali G’.


2, 3, 4, 10, 11


A Globo News deu 11 mortos em Santo André, como UOL, Veja.com.


No G1, 4. Depois todos baixaram para 2. No exterior não foi diferente. Sky News deu 11. BBC, 10. A maioria seguiu a Reuters, 4. Num site português, 3.’


 


 


DESAPARECIDOS


Flávio Ferreira


Na TV, governo vai pedir papéis da ditadura


‘O governo federal vai veicular a partir de domingo anúncios de TV para estimular a entrega de documentos e informações sobre a localização de desaparecidos no período de ditadura militar (1964-1985).


A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República produziu três filmes que contam com a participação de familiares de desaparecidos políticos.


O material coletado na campanha será encaminhado ao Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil – Memórias Reveladas, do Arquivo Público Nacional, segundo a Secom.


O ministro Paulo Vannuchi, titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, afirmou ontem que a veiculação dos anúncios está ‘vinculada ao esforço de sensibilização para que as pessoas que souberem de alguma coisa entrem em contato com o Memórias Reveladas, para que se tente cumprir o objetivo humanitário de providenciar os funerais [dos desaparecidos]’. De acordo com Vanucchi, ‘qualquer que seja a divergência ideológica, histórica política sobre o período, ninguém pode ter divergência sobre o direito de localizar os restos mortais e sepultar’.


O ministro informou que há mais de 140 vítimas do regime militar cujos paradeiros ainda são desconhecidos. Nesse grupo estão incluídos militantes políticos que foram alvo da ditadura na Guerrilha do Araguaia, no norte do país, e no DOI-Codi de São Paulo na década de 70.


Os filmes foram dirigidos pelos cineastas Cao Hamburguer, João Batista de Andrade e Helvécio Ratton, disse Vannuchi.


Apesar da participação de parentes dos desaparecidos nos filmes, a medida tomada pelo governo não gerou consenso entre os parentes das vítimas.


Criméia Alice Schmidt de Almeida, membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e mulher do desaparecido André Gribois, considera a campanha do governo ‘ridícula’. Para ela, as autoridades deveriam buscar identificar e punir aqueles que furtaram documentos sobre a ditadura dos registros oficiais.


‘São documentos públicos, produzidos pelo serviço público, que estão em mãos de particulares. O governo, em vez de responsabilizar os agentes do serviço público que fizeram isso, resolve fazer uma campanha na televisão pedindo ‘por favor’. É surrealista’, disse.’


 


 


TELEVISÃO


Daniel Bergamasco


Band renova com Cicarelli para tardes de domingo


‘A Band renovou nesta semana o contrato da apresentadora Daniella Cicarelli, que agora fica na casa, pelo menos, até dezembro de 2010. O contrato atual venceria em três meses.


A decisão surpreendeu. Cicarelli estava fora do ar desde a programação de verão da emissora. Antes, apresentou por seis meses o dominical ‘Quem Pode Mais?’, cancelado em setembro, por baixa audiência.


A aposta da Band para a apresentadora continua sendo os domingos, possivelmente na faixa da tarde, em programa que vai estrear ainda neste ano. O que muda é o direcionamento: em vez de ser voltado aos jovens, como ‘Quem Pode Mais?’, será mais abrangente.


Atualmente, nas tardes de domingo, a Globo exibe atrações como futebol e ‘Domingão do Faustão’; o SBT, ‘Domingo Legal’ e ‘Eliana’; a Record, ‘Tudo É Possível’ e ‘Domingo Espetacular’.


Cicarelli diz que está pronta para encarar o tiroteio. ‘O domingo é o pior e o melhor dia para ter um programa. É muita competição, mas ao mesmo tempo eu falo: ‘Meu Deus do céu, que desafio, que legal’, diz ela. ‘Nunca coloquei tanta concentração, tanto foco em um programa.’


Segundo Cicarelli, já está certo que os convidados serão anônimos. ‘Acho ótimo entrevistar, por exemplo, a Ivete Sangalo, tem ótimas tiradas. Mas quantas vezes você conversou com o taxista e ele te fez chorar de rir?’


O novo contrato prevê também participações em quadros de outros programas da Band, três vezes por semana.


CHALANA


O novelista Benedito Ruy Barbosa buscará, em uma viagem longa, material de pesquisa para sua próxima novela, ‘Velho Chico’. Navegará pelo rio São Francisco, desde a serra da Canastra, em Minas Gerais. ‘Fiz essa viagem há 40 anos. Imagino que as populações ribeirinhas estejam menos pobres, mas só indo lá para saber o que mudou’, diz ele.


VERSÃO SÃ


A atriz Grace Gianoukas está produzindo novo piloto do espetáculo ‘Terça Insana’ para a TV. ‘Fizemos um piloto dirigido pelo Rodrigo Carelli [‘A Fazenda’] em 2007, mas ficou maluco demais para a TV. Acho que agora encontrei o tom de uma adaptação viável’, diz.


BICO Há 13 anos no ar no Brasil, o infantil ‘Cocoricó’, da TV Cultura, será exportado para Portugal. Já exibido em Angola, Moçambique e Venezuela, o programa entrará no canal pago ZON Multimedia, junto de outros programas do canal pago TV Ra Tim Bum, como Teatro Rá Tim Bum.


DEGUSTAÇÃO


As exibições são um teste. A ideia é comercializar toda a TV Rá Tim Bum no país.


MISTÉRIO PORNÔ


A produtora ‘Brasileirinhas’ anuncia na semana que vem a contratação de um ex-’Big Brother’ como ator pornô. Dá pistas: é homem e esteve em uma das últimas edições do reality.’


 


 


Janaina Lage


Série sobre nerds volta ao ar com tiradas geniais


‘Somente na série mais badalada sobre geeks e fanáticos por ciência a mocinha pode ganhar do pretendente um floco de neve do polo Norte preservado em solução para durar indefinidamente. A combinação de tiradas geniais e despreparo para a vida social dão o tom da nova temporada de ‘The Big Bang Theory’, o seriado que trata das aventuras dos físicos Sheldon e Leonard e dos amigos Kolowitz e Rajesh Koothrappali.


O seriado caiu no gosto dos fanáticos por ciência, nerds e geeks em um período em que as atrações de TV parecem divididos em categorias profissionais, faixas etárias e público-alvo: há programas sobre médicos, advogados, juízes, investigadores e adolescentes.


Em entrevista ao site Newsarama, o cocriador do seriado Bill Prady afirma que o show celebra uma parcela da população que fala, age e atua como os personagens. ‘Escrevemos sobre nós mesmos’, disse Prady, que já foi programador de computadores, é fã de ficção científica e obcecado por ‘Star Trek’.


Geeks, nerds ou outro nome que se queira inventar, os personagens de ‘The Big Bang Theory’ são bons com números, teses, raciocínios lógicos complexos, mas em alguns casos, como no de Koothrappali, literalmente incapazes de falar com uma mulher.


Polo Norte


A terceira temporada -que deve estrear no Brasil em 27 de outubro, às 21h30, no Warner Channel- começa com a volta dos amigos de uma temporada no polo Norte para a condução de uma experiência científica de Sheldon.


Leonard só pensa em voltar para ficar com Penny, a vizinha loura, que não dá show de física quântica, mas consegue se sair melhor do que os quatro amigos juntos nas situações do cotidiano. É ela que dá o ponto de equilíbrio na história e que recebe o floco de neve mencionado acima. Ao longo de todo o episódio, Leonard tenta avançar além dos beijos que troca com a vizinha, mas a cada tentativa surge um imprevisto.


O problema é que, após três meses de trabalho, os amigos revelam a Sheldon que os resultados da pesquisa são falsos -foram simulados para que eles pudessem voltar para casa.


Depois de ter espalhado para a universidade a ‘grande descoberta’, Sheldon fica tão deprimido que resolve voltar para a casa da mãe no Texas.


Os diálogos com a mãe são pontos altos do episódio. Ela serve ao filho sanduíche com o desenho de um rosto com sorriso. Quando ele agradece, replica: ‘Os olhos dele ficaram muito finos, mas você pode fingir que é chinês’.


Os amigos resolvem partir para uma operação de resgate de Sheldon, que só tem sucesso quando ele percebe que não quer passar o resto da vida ensinando evolução ‘para um grupo de criacionistas’.


Coisa de nerd ou de romântico, o floco de neve dá resultado.


No final do episódio, Leonard finalmente consegue o ‘intervalo’ que tanto queria com a vizinha Penny.


THE BIG BANG THEORY


Quando: estreia dia 27/10, às 21h30; terças, às 21h30, sáb. e dom., às 5h


Onde: Warner Channel


Classificação: não informada’


 


 


 


 


************