A grande mídia virtual deu pouca ou nenhuma atenção à nota que foi divulgada pelo Instituto de Heidelberg de Pesquisa Internacional de Conflitos (HIIK), afirmando que no espaço de um ano o número de guerras em curso mais do que triplicou (ver aqui).
O portal de notícias BOL publicou o resumo da notícia, mas sem o link para a matéria (ver aqui). O website Brasil/Alemanha publicou o mesmo resumo, mas com o link respectivo (aqui). Várias outras páginas virtuais, inclusive mantidas por religiosos, repercutiram o estudo do HIIK. Mas, com exceção do BOL, nenhum outro portal relevante na internet ecoou ou comentou esta notícia. Preconceito?
A imprensa lida com fontes. Algumas certamente têm mais valor do que outras para os jornalistas. Mas para a sociedade, a quem se destina a notícia, não são apenas as fontes consideradas relevantes pelos jornalistas que deveriam merecer atenção. As guerras em curso têm sido notícia frequente nos portais de internet brasileiros. Portanto, o estudo feito pelo HIIK mereceria alguma atenção jornalística. A metodologia de apuração do HIIK é adequada? O resultado desta apuração é correto? A conclusão do HIIK tem credibilidade? Não sabemos. Mas poderíamos saber se algum jornalista se desse ao trabalho de verificar com um pouco mais de atenção o que foi divulgado pelo Instituto de Heidelberg de Pesquisa Internacional de Conflitos. Afinal, as guerras são notícias e as pesquisas feitas sobre estas também deveriam ser. Ou não?
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[Fábio de Oliveira Ribeiro é advogado, Osasco, SP]